Por Haroldo Lima
No interior do Congresso Nacional foi lançado um tal de “comitê pró-impeachment”. Entre suas tarefas está a de encontrar uma razão que legalize a retirada de Dilma Rousseff da presidência da República. Em um ambiente onde levas de pessoas são presas ou postas em suspeição por terem sido citadas na operação Lava Jato, o nome da presidente permanece incólume. O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, relator da Lava Jato, esclareceu que, relativamente à chefe do Executivo “não há elementos a investigar e nada há a arquivar”.
Assim, o dito comitê procura uma justificativa que dê uma tonalidade legal à sua missão precipuamente definida, a de afastar a presidenta constitucional do país. Isto é um golpe de estado, e a pretensão de levá-lo a cabo caracteriza uma perigosa aventura.
No interior do Congresso Nacional foi lançado um tal de “comitê pró-impeachment”. Entre suas tarefas está a de encontrar uma razão que legalize a retirada de Dilma Rousseff da presidência da República. Em um ambiente onde levas de pessoas são presas ou postas em suspeição por terem sido citadas na operação Lava Jato, o nome da presidente permanece incólume. O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, relator da Lava Jato, esclareceu que, relativamente à chefe do Executivo “não há elementos a investigar e nada há a arquivar”.
Assim, o dito comitê procura uma justificativa que dê uma tonalidade legal à sua missão precipuamente definida, a de afastar a presidenta constitucional do país. Isto é um golpe de estado, e a pretensão de levá-lo a cabo caracteriza uma perigosa aventura.
Forças variadas estão de uma forma ou de outra participando desse movimento insensato. Cumprem o papel nefasto de alardear os problemas do país, deformá-los, ao tempo em que escamoteiam as vantagens e os feitos do Brasil e dos brasileiros.
Recentemente a corrente golpista parece ter se rejubilado com uma notícia que poderia servir a seus propósitos de desgastar o governo brasileiro e o Brasil: a agência norte-americana de riscos Standard & Pool´s rebaixou a nota de classificação do Brasil. Isto deu manchetes e seguramente a culpa foi de Dilma.
As coisas são apresentadas como uma tragédia que se abateu sobre nós, pilhados em mil coisas erradas. Esconde-se do povo que essa mesma agência reduziu também os graus de confiabilidade da Itália, França, Portugal, Espanha e Áustria.
Como a S&P rebaixou da mesma forma a Petrobras, este fato é ressaltado enormemente, pois parece que nossa maior empresa está indo a pique, quem sabe por ser estatal. Não se mostra que 31 grandes empresas brasileiras, quase todas privadas, foram identicamente rebaixadas, em diferentes graus: 11 bancos (BB, CEF, Itaú, Bradesco, Santander, Citibank, etc.), Eletrobrás, Itaipu Binacional, Ambev, Votorantim, Celpe, Coelba, Globo etc.
Tanto rebaixamento pareceria uma tragédia, mas nem tanto. Porque, quem é mesmo essa Standard Poor´s? Paul Krugman, o Prêmio Nobel de Economia de 2008, disse, em 9 de agosto de 2011, que a S&P “não tem credibilidade” e que é a “pior instituição à qual alguém deveria recorrer para receber opiniões sobre as perspectivas do nosso país”. O “nosso país”, a que Krugman se refere, é o país dele, os Estados Unidos, que, naquele 2011, sim, teve os títulos da sua dívida rebaixados pela Standard & Pool´s.
Com o mesmo objetivo de depreciar o Brasil, para atingir Dilma e fortalecer o golpismo, tem-se agitado que a dívida pública brasileira cresceu a um nível estonteante, relativamente ao PIB do país. Realmente a dívida cresceu, pois estamos em uma crise do capitalismo, que começou pelos Estados Unidos, em 2008, chegou à Europa e já atingiu a China. Mas, vamos por parte.
A dívida cresceu em quase todo o mundo. E se nos basearmos em dados do FMI (set 2015) veremos que, de 2008 a 2014, na Espanha a dívida cresceu 58,3%; no Japão, 54,6%; na França, 27,3%; nos EUA, 25,4%; na Alemanha, 11,8% e no Brasil, 3,3%% (Lécio e Flávio, A dívida pública e a oposição).
Vê-se que as meias verdades são, às vezes, meias mentiras; mas, às vezes, funcionam como se fossem uma mentira inteira.
A corrente golpista que se movimenta no país atrás de um “impeachment”, chega a fazer paralelo com o impeachment do Collor, em 1992. É forçar muito e é se iludir.
Entidades como a OAB, a CNBB, a UNE, todas as centrais sindicais, todos os partidos de esquerda e alguns de centro estiveram nas ruas apoiando o impeachment de Collor. Hoje, todas essas citadas entidades estão contra o chamado impeachment de Dilma, à exceção de uma central sindical. Isto porque esse impeachment é uma fraude.
E não se iludam. Quem lutou pela conquista democrática demoradamente, os 40 milhões que viram sua situação social ascender nos últimos 10 anos, com Lula e Dilma, essa gente não aceitará que o Brasil seja levado de novo a ser uma “república de bananas”.
* Haroldo Lima é engenheiro, ex-deputado federal e membro do Comitê Central do PCdoB.
* Haroldo Lima é engenheiro, ex-deputado federal e membro do Comitê Central do PCdoB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente: