segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Folha mente sobre crise da água em SP

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:



O gráfico interativo que “registra” o volume de água disponível no Cantareira publicado hoje pela Folha é, numa palavra, uma patranha.

Só o leitor muito atento vai perceber que ele não registra a realidade.

Por que? Porque ele começa em outubro do ano passado e “termina” no dia 10 de agosto, um mês atrás.

Dia em que o sistema tinha 398 bilhões de litros de água até o fundo – literalmente – das represas e 170 bilhões de litros retiráveis para o consumo, considerando primeiro e segundo volumes mortos.

Ontem, estes números eram de 370 bilhões de litros no total e 144 bilhões de litros retiráveis.

Uma perda que chega, portanto, a um bilhão de litros por dia.

Há menos água no Cantareira hoje que há um ano atrás.

No Sete de Setembro de 2014, havia 428 bilhões de litros, quase 60 bilhões a mais que hoje.

Isso significa que, mesmo que a água seja suficiente para atravessar o final do período seco, entra-se no período chuvoso com as represas muito abaixo do que estavam há um ano.

Esta é a comparação honesta e informativa, não um truque gráfico que dá a impressão inversa.

Os dados que uso são todos oficiais e estão todos disponíveis na internet, inclusive para a Folha, se ela quiser informar seus leitores com exatidão.

Reproduzo dois dos gráficos da Agência Nacional de Águas, para que o leitor do Tijolaço os compare e veja se lhe darão a mesma impressão que a Folha transmite aos seus. É só clicar para ver maior conferir, na imagem e nos links para os relatórios oficiais em cada data.

Situação do Cantareira em 4/9/2014 e em 4/9/2015

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