Por Hylda Cavalcanti, na Rede Brasil Atual:
Partido independente
Rodrigo Rollemberg ponderou que o PSB deveria continuar sendo um partido independente, como tem se posicionado até hoje. "O momento atual exige trabalho em busca de saídas para a crise fiscal que atinge a todos", observou.
Rollemberg até o final do ano, quando ocupava o cargo de senador, era constantemente chamado pelo Palácio do Planalto para atuar como uma espécie de interlocutor junto ao partido sempre que estava em jogo alguma votação considerada difícil para o país. E chegou até a capitanear um movimento pelo retorno do PSB à base aliada, que terminou não tendo êxito.
Na contramão dessas declarações, está uma nota divulgada pelas bancadas do PSB da Câmara e do Senado e a postura do presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira, que chamou o governo de “moribundo” e ressaltou que a posição a ser adotada é uma forma de encontrar “um meio de o país não sangrar por muito tempo”. Segundo ele, “há uma tendência bastante forte de que se o impeachment chegar ao plenário da Câmara ele será aprovado também pela nossa bancada”.
Apesar da reunião da bancada que decidiu ontem (22) pela oficialização do PSB como partido de oposição ao governo e favorável ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, informações de políticos da legenda são de que a sigla, que teve como expoentes Miguel Arraes e Eduardo Campos, está mais dividida que nunca. Enquanto os deputados e senadores afirmam estar unidos no sentido de se firmarem de vez como oposicionistas, os três governadores do partido – Paulo Câmara (PE), Rodrigo Rollemberg (DF) e Ricardo Coutinho (PB) – pediram prudência aos colegas, mais tempo para a executiva pensar no assunto, lembraram o momento difícil do país e chegaram a fazer críticas a esta posição.
Para o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, o mais enfático dos governantes na reclamação sobre a conduta do PSB, a postura que tem sido defendida pela maioria da bancada é o mesmo que embarcar num “erro histórico”. Coutinho afirmou que não entende essa pressa do PSB de fazer tal discussão, “até porque se trata de uma sigla forjada no campo da resistência democrática”. Ele disse que espera “que o bom senso prevaleça e que, em vez de se ficar olhando para rusgas eleitorais, se pense no Brasil e na necessária busca de estabilidade”.
Paulo Câmara, atual vice-presidente do partido e considerado apadrinhado por Eduardo Campos – ex-governador morto em acidente aéreo no ano passado –, pediu aos filiados à sigla que façam uso de "prudência em favor das instituições" ao discutir o apoio a um pedido de impeachment.
Câmara repetiu declarações já feitas na semana passada, segundo as quais acredita ser necessária uma base legal sólida que justifique o impeachment da presidenta. “É preciso cautela, sem juízo de valor neste momento. Precisamos levar esta discussão com responsabilidade", acentuou.
Para o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, o mais enfático dos governantes na reclamação sobre a conduta do PSB, a postura que tem sido defendida pela maioria da bancada é o mesmo que embarcar num “erro histórico”. Coutinho afirmou que não entende essa pressa do PSB de fazer tal discussão, “até porque se trata de uma sigla forjada no campo da resistência democrática”. Ele disse que espera “que o bom senso prevaleça e que, em vez de se ficar olhando para rusgas eleitorais, se pense no Brasil e na necessária busca de estabilidade”.
Paulo Câmara, atual vice-presidente do partido e considerado apadrinhado por Eduardo Campos – ex-governador morto em acidente aéreo no ano passado –, pediu aos filiados à sigla que façam uso de "prudência em favor das instituições" ao discutir o apoio a um pedido de impeachment.
Câmara repetiu declarações já feitas na semana passada, segundo as quais acredita ser necessária uma base legal sólida que justifique o impeachment da presidenta. “É preciso cautela, sem juízo de valor neste momento. Precisamos levar esta discussão com responsabilidade", acentuou.
Partido independente
Rodrigo Rollemberg ponderou que o PSB deveria continuar sendo um partido independente, como tem se posicionado até hoje. "O momento atual exige trabalho em busca de saídas para a crise fiscal que atinge a todos", observou.
Rollemberg até o final do ano, quando ocupava o cargo de senador, era constantemente chamado pelo Palácio do Planalto para atuar como uma espécie de interlocutor junto ao partido sempre que estava em jogo alguma votação considerada difícil para o país. E chegou até a capitanear um movimento pelo retorno do PSB à base aliada, que terminou não tendo êxito.
Na contramão dessas declarações, está uma nota divulgada pelas bancadas do PSB da Câmara e do Senado e a postura do presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira, que chamou o governo de “moribundo” e ressaltou que a posição a ser adotada é uma forma de encontrar “um meio de o país não sangrar por muito tempo”. Segundo ele, “há uma tendência bastante forte de que se o impeachment chegar ao plenário da Câmara ele será aprovado também pela nossa bancada”.
Glauber Braga
Como se não bastasse toda essa questão, o PSB perdeu hoje um quadro considerado importante para o partido na Câmara: o deputado Glauber Braga (RJ), que tem se destacado por um trabalho atuante e combativo, sobretudo contra as manobras regimentais feitas pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Braga filiou-se hoje ao Psol, argumentando ser uma legenda com a qual possui grandes afinidades. Ele não chegou a fazer qualquer ligação de sua saída com a mudança de postura do PSB, mas as divergências do deputado com o partido são conhecidas desde o ano passado, por conta de questões estruturais no Rio de Janeiro que alteraram quadros de vagas em diretórios municipais e regionais e atritos diretos com o senador Romário.
Alguns meses atrás, o deputado tinha declarado que estava cada vez mais insatisfeito com o partido, por conta da aproximação com o PPS (diante da possibilidade de fusão das duas siglas, aventada no início do ano) e com a aproximação do partido com o pensamento dos tucanos, o que estava transformando a legenda num “novo PSDB”.
O líder do PSB, na Câmara, deputado Júlio Delgado (MG), que segundo sua assessoria passou o dia fora de Brasília resolvendo questões pessoais, não deu entrevista a respeito e tende a seguir a orientação do partido. Mas até bem pouco tempo Delgado vinha afirmando ser contrário ao impeachment por considerar que não existiam fatos concretos que viessem a referendar um pedido desse porte contra a presidenta, embora achasse que existem fatos políticos para isso.
A nítida divisão coloca o PSB numa questão complicada de ser resolvida. O tema, por conta disso, deverá entrar na pauta da próxima reunião da executiva nacional, programada para se realizar até o final do mês, quando o martelo sobre qual definição ficará formalizada será batido de uma vez por todas.
Como se não bastasse toda essa questão, o PSB perdeu hoje um quadro considerado importante para o partido na Câmara: o deputado Glauber Braga (RJ), que tem se destacado por um trabalho atuante e combativo, sobretudo contra as manobras regimentais feitas pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Braga filiou-se hoje ao Psol, argumentando ser uma legenda com a qual possui grandes afinidades. Ele não chegou a fazer qualquer ligação de sua saída com a mudança de postura do PSB, mas as divergências do deputado com o partido são conhecidas desde o ano passado, por conta de questões estruturais no Rio de Janeiro que alteraram quadros de vagas em diretórios municipais e regionais e atritos diretos com o senador Romário.
Alguns meses atrás, o deputado tinha declarado que estava cada vez mais insatisfeito com o partido, por conta da aproximação com o PPS (diante da possibilidade de fusão das duas siglas, aventada no início do ano) e com a aproximação do partido com o pensamento dos tucanos, o que estava transformando a legenda num “novo PSDB”.
O líder do PSB, na Câmara, deputado Júlio Delgado (MG), que segundo sua assessoria passou o dia fora de Brasília resolvendo questões pessoais, não deu entrevista a respeito e tende a seguir a orientação do partido. Mas até bem pouco tempo Delgado vinha afirmando ser contrário ao impeachment por considerar que não existiam fatos concretos que viessem a referendar um pedido desse porte contra a presidenta, embora achasse que existem fatos políticos para isso.
A nítida divisão coloca o PSB numa questão complicada de ser resolvida. O tema, por conta disso, deverá entrar na pauta da próxima reunião da executiva nacional, programada para se realizar até o final do mês, quando o martelo sobre qual definição ficará formalizada será batido de uma vez por todas.
E a Luiza Erundina? De que lado fica?
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