Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:
O ansioso blogueiro participou de um evento, em São Paulo, na companhia de brilhante vice-presidente de um dos três maiores bancos brasileiros.
O que se reproduz é uma parte do diálogo.
- A Dilma cai logo, ou demora um pouco?, ele perguntou.
- Ela não cai.
- Não é o que todo mundo acha.
- Todo mundo, quem?
- Ué, na mídia.
- Mas, mídia não derruba presidente.
- Como não? Não derrubou o…
- Derrubou o Lula?
- Mas, a Dilma não é o Lula…
- Ninguém é igual ao Lula.
- Mas, o que estão dizendo…
- Quem?
- As pessoas com que todo mundo fala…
- Quem…
- Não, mas todo mundo diz que ela cai ou com as pedaladas ou com o dinheiro sujo, no Tribunal Superior Eleitoral…
- O TSE já aprovou as contas da Dilma uma vez…
- Mas, vai julgar mais…
- E as contas serão aprovadas, de novo…
- Como você sabe?
- Porque sim! O dinheiro que foi para a campanha da Dilma e Temer é o mesmo que foi para o do Aécio… E pro Aécio foi mais dinheiro ainda! Se é sujo, é sujo duas vezes...
- Mas, o Aécio perdeu…
- Que bom!
- Não, mas, tudo bem. E as pedaladas?
- Primeiro, elas tem que ser condenadas no Tribunal das Contas…
- Qual?
- Tribunal das Contas do Ministro Nardes…
- Exato. Ela vai perder no TCU.
- Vamos supor que o Tribunal acompanhe o relator, o ministro Nardes. Isso não significa nada. O TCU é um órgão de apoio ao Congresso. Não decide nada. Não condena. Nem absolve. Tem mandar o resultado para a Congresso e o Congresso aprovar a decisão. O Congresso pode até nem analisar a decisão do TCU. Ou só analisar quando o neto da Dilma for presidente...
- Mas, é claro que o Congresso aprova. Depois de um voto contrário no TCU, com a autoridade moral do TCU.
- Autoridade moral de quem? Do Ministro Nardes?
- Mas, ela não tem maioria no Congresso…
- Ela está aprovando o ajuste todo. Mantendo os vetos e não tem maioria?
- Mas, é porque o PMDB está com ela.
- O PMDB estará com o Governo. Qualquer Governo. Sempre.
- O PMDB pode trair…
- Se trair será na ante-véspera do fim do mandato para aderir ao futuro presidente. Quem disse que ela não tem votos para impedir o impeachment?
- Ora, a gente sabe.
- A gente quem?
- As pessoas com que a gente conversa.
- As pessoas com que a gente conversa votam na Câmara? E no Senado? E no Supremo?
- Não, mas a gente sabe…
- Você acha que um Presidente da República será derrubado por um processo que corre na Comissão tal da Câmara, vai para outra, tem um parecer, leva-se ao plenário e na calada da noite uma frágil maioria derruba um presidente? Como se fosse uma moção para dar o nome de “Fernando Henrique Cardoso” a uma ponte em Roraima, que ele não construiu? Ele não construiu ponte em lugar nenhum...
- Sim, tem que seguir um rito legislativo normal…
- Que ninguém vai perceber que está correndo um processo de impeachment?
- Por que não?
- Porque, meu caro, para derrubar um presidente da República tem que ter povo e líder.
- Povo tem.
- Qual?
- O que foi para as ruas…
- Mas, não tinha um negro, um único pardo. Que povo é esse? O sueco?
- Mas, não importa, vai ter, ou pode ter.
- E quem é o líder que vai botar povo na rua para derrubar a Dilma?
- São muitos.
- Então, eu vou dizer o nome dos lideres do impeachment e você vai me dizer se ele põe gente na rua: Bolsonaro.
- Não.
- Fernando Henrique.
- Não.
- Aécio.
- Não.
- Cerra.
- Também não.
- Alckmin.
- Ninguém conhece fora de São Paulo.
- Gilmar.
- Ninguém sabe quem é.
- Ministro Nardes.
- Muito menos.
- Ataulfo Merval de Paiva.
- Quem?
- Está vendo? E você acha que o Stedile vai ficar quieto?
- Não.
- Que o Vagner Freitas vai ficar quieto?
- Quem?
- O presidente nacional da CUT.
- Que o Lula vai ficar quieto?
- Ah, mas esse o Moro vai pegar ele.
- É mais fácil o Lula pegar o Moro!
- Quer dizer então que ela fica.
- Fica. E sabe por que?
- Não.
- Porque a Oposição é um bando de frouxos!
- É… Eu não conheci o Carlos Lacerda, mas dizem…
- Por falar nisso: o teu banco pretende fechar as portas se não houver o impeachment?
- Tá louco!
Pano rápido.
O evento ia começar!
O ansioso blogueiro participou de um evento, em São Paulo, na companhia de brilhante vice-presidente de um dos três maiores bancos brasileiros.
O que se reproduz é uma parte do diálogo.
- A Dilma cai logo, ou demora um pouco?, ele perguntou.
- Ela não cai.
- Não é o que todo mundo acha.
- Todo mundo, quem?
- Ué, na mídia.
- Mas, mídia não derruba presidente.
- Como não? Não derrubou o…
- Derrubou o Lula?
- Mas, a Dilma não é o Lula…
- Ninguém é igual ao Lula.
- Mas, o que estão dizendo…
- Quem?
- As pessoas com que todo mundo fala…
- Quem…
- Não, mas todo mundo diz que ela cai ou com as pedaladas ou com o dinheiro sujo, no Tribunal Superior Eleitoral…
- O TSE já aprovou as contas da Dilma uma vez…
- Mas, vai julgar mais…
- E as contas serão aprovadas, de novo…
- Como você sabe?
- Porque sim! O dinheiro que foi para a campanha da Dilma e Temer é o mesmo que foi para o do Aécio… E pro Aécio foi mais dinheiro ainda! Se é sujo, é sujo duas vezes...
- Mas, o Aécio perdeu…
- Que bom!
- Não, mas, tudo bem. E as pedaladas?
- Primeiro, elas tem que ser condenadas no Tribunal das Contas…
- Qual?
- Tribunal das Contas do Ministro Nardes…
- Exato. Ela vai perder no TCU.
- Vamos supor que o Tribunal acompanhe o relator, o ministro Nardes. Isso não significa nada. O TCU é um órgão de apoio ao Congresso. Não decide nada. Não condena. Nem absolve. Tem mandar o resultado para a Congresso e o Congresso aprovar a decisão. O Congresso pode até nem analisar a decisão do TCU. Ou só analisar quando o neto da Dilma for presidente...
- Mas, é claro que o Congresso aprova. Depois de um voto contrário no TCU, com a autoridade moral do TCU.
- Autoridade moral de quem? Do Ministro Nardes?
- Mas, ela não tem maioria no Congresso…
- Ela está aprovando o ajuste todo. Mantendo os vetos e não tem maioria?
- Mas, é porque o PMDB está com ela.
- O PMDB estará com o Governo. Qualquer Governo. Sempre.
- O PMDB pode trair…
- Se trair será na ante-véspera do fim do mandato para aderir ao futuro presidente. Quem disse que ela não tem votos para impedir o impeachment?
- Ora, a gente sabe.
- A gente quem?
- As pessoas com que a gente conversa.
- As pessoas com que a gente conversa votam na Câmara? E no Senado? E no Supremo?
- Não, mas a gente sabe…
- Você acha que um Presidente da República será derrubado por um processo que corre na Comissão tal da Câmara, vai para outra, tem um parecer, leva-se ao plenário e na calada da noite uma frágil maioria derruba um presidente? Como se fosse uma moção para dar o nome de “Fernando Henrique Cardoso” a uma ponte em Roraima, que ele não construiu? Ele não construiu ponte em lugar nenhum...
- Sim, tem que seguir um rito legislativo normal…
- Que ninguém vai perceber que está correndo um processo de impeachment?
- Por que não?
- Porque, meu caro, para derrubar um presidente da República tem que ter povo e líder.
- Povo tem.
- Qual?
- O que foi para as ruas…
- Mas, não tinha um negro, um único pardo. Que povo é esse? O sueco?
- Mas, não importa, vai ter, ou pode ter.
- E quem é o líder que vai botar povo na rua para derrubar a Dilma?
- São muitos.
- Então, eu vou dizer o nome dos lideres do impeachment e você vai me dizer se ele põe gente na rua: Bolsonaro.
- Não.
- Fernando Henrique.
- Não.
- Aécio.
- Não.
- Cerra.
- Também não.
- Alckmin.
- Ninguém conhece fora de São Paulo.
- Gilmar.
- Ninguém sabe quem é.
- Ministro Nardes.
- Muito menos.
- Ataulfo Merval de Paiva.
- Quem?
- Está vendo? E você acha que o Stedile vai ficar quieto?
- Não.
- Que o Vagner Freitas vai ficar quieto?
- Quem?
- O presidente nacional da CUT.
- Que o Lula vai ficar quieto?
- Ah, mas esse o Moro vai pegar ele.
- É mais fácil o Lula pegar o Moro!
- Quer dizer então que ela fica.
- Fica. E sabe por que?
- Não.
- Porque a Oposição é um bando de frouxos!
- É… Eu não conheci o Carlos Lacerda, mas dizem…
- Por falar nisso: o teu banco pretende fechar as portas se não houver o impeachment?
- Tá louco!
Pano rápido.
O evento ia começar!
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