Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
A manutenção dos vetos que evitam a explosão do caixa do governo leva uma assinatura: Dilma Rousseff.
O alívio permitido por uma votação que chegou à madrugada ajuda a recordar, em primeiro lugar, uma verdade amarga.
De uns tempos para cá o país tem prestado atenção demasiada a analistas que, situados em grandes meios de comunicação, confundem seus desejos com a própria realidade, ajudando a criar um clima de tensão e desânimo sem necessidade. Atuaram como aqueles correspondentes de guerra que, como se descreve na sátira O Furo!, de Evelin Waugh, cobrem um conflito num ponto remoto da África colonial sem deixar o bar e o uísque do hotel.
O resultado da votação não foi nenhuma vitória inesquecível para o Planalto. Mas o resultado mostra que bastava uma tentativa honesta de apurar as conversas entre o governo e sua base para entender que a vitória do governo era a opção mais provável e que o apocalipse era um pesadelo agravado por projetos interesseiros.
Mas: para quê mostrar cautela e prudência quando o que interessa é alimentar o clima de que tudo vai dar errado e que o governo já acabou?
O roteiro da votação é conhecido e mostra, na verdade, que o governo tem aliados, em particular no PMDB, que lhe permitem exercer um certo controle sobre a situação política. Também mostrou, numa hora mais do que decisiva, que a aliança que venceu em outubro de 2014 pode passar por vários tremores, tumultos e conflitos, mas não é um edifício condenado definitivamente.
Não é uma baderna sem remédio, como se sugeriu.
O Planalto decidira adiar a decisão, convencido de que era melhor não desperdiçar munição sem necessidade. Depois que o dólar atravessou a marca dos R$ 4, a presidente foi ao telefone e conversou pessoalmente com os grandes caciques do PMDB para pedir que partissem para a votação.
O governo está aliviado, na manhã de hoje, e o país também.
Salvo inveterados inimigos da democracia, a ninguém interessava fechar o caminho para se obter um certo nível de pacificação política, indispensável para qualquer projeto de recuperação da economia, seja lá quando isso possa vir a ocorrer.
Os votos de ontem foram o indispensável batismo de fogo para a reforma ministerial de um governo que precisa ser reconstruído, para defender um mandato legítimo contra aventureiros e golpistas que só respeitam a democracia quando ela beneficia suas conveniências.
A manutenção dos vetos que evitam a explosão do caixa do governo leva uma assinatura: Dilma Rousseff.
O alívio permitido por uma votação que chegou à madrugada ajuda a recordar, em primeiro lugar, uma verdade amarga.
De uns tempos para cá o país tem prestado atenção demasiada a analistas que, situados em grandes meios de comunicação, confundem seus desejos com a própria realidade, ajudando a criar um clima de tensão e desânimo sem necessidade. Atuaram como aqueles correspondentes de guerra que, como se descreve na sátira O Furo!, de Evelin Waugh, cobrem um conflito num ponto remoto da África colonial sem deixar o bar e o uísque do hotel.
O resultado da votação não foi nenhuma vitória inesquecível para o Planalto. Mas o resultado mostra que bastava uma tentativa honesta de apurar as conversas entre o governo e sua base para entender que a vitória do governo era a opção mais provável e que o apocalipse era um pesadelo agravado por projetos interesseiros.
Mas: para quê mostrar cautela e prudência quando o que interessa é alimentar o clima de que tudo vai dar errado e que o governo já acabou?
O roteiro da votação é conhecido e mostra, na verdade, que o governo tem aliados, em particular no PMDB, que lhe permitem exercer um certo controle sobre a situação política. Também mostrou, numa hora mais do que decisiva, que a aliança que venceu em outubro de 2014 pode passar por vários tremores, tumultos e conflitos, mas não é um edifício condenado definitivamente.
Não é uma baderna sem remédio, como se sugeriu.
O Planalto decidira adiar a decisão, convencido de que era melhor não desperdiçar munição sem necessidade. Depois que o dólar atravessou a marca dos R$ 4, a presidente foi ao telefone e conversou pessoalmente com os grandes caciques do PMDB para pedir que partissem para a votação.
O governo está aliviado, na manhã de hoje, e o país também.
Salvo inveterados inimigos da democracia, a ninguém interessava fechar o caminho para se obter um certo nível de pacificação política, indispensável para qualquer projeto de recuperação da economia, seja lá quando isso possa vir a ocorrer.
Os votos de ontem foram o indispensável batismo de fogo para a reforma ministerial de um governo que precisa ser reconstruído, para defender um mandato legítimo contra aventureiros e golpistas que só respeitam a democracia quando ela beneficia suas conveniências.
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