Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Ah, mas outro dia você escreveu o contrário, poderá lembrar algum leitor mais atento. É verdade. No último sábado, dia 3, após a reforma ministerial, o título que dei à coluna foi "Governo sai das cordas e oposição fica nos braços de Cunha". O que posso fazer? Em menos de uma semana, mudou tudo de novo. Política é como nuvem, já diziam os mais antigos: você olha, o céu está de um jeito; olha de novo, está de outro.
Dilma cortou oito ministérios e deixou o PMDB com sete na tentativa de remontar sua base aliada que estava se esfacelando. Menos de uma semana depois, o PMDB está mais dividido do que nunca e os demais partidos aliados ficaram inconformados com o quinhão que lhes coube. O descontentamento é generalizado no Congresso Nacional, como mostram as sucessivas derrotas do governo, que ainda não conseguiu quorum para votar os vetos da presidente aos projetos da "pauta-bomba".
O governo voltou para as cordas e a oposição partiu para cima com tudo, após a rejeição das contas do governo pelo TCU, por 8 votos a 0, e a reabertura das investigações no TSE sobre a campanha eleitoral da chapa Dilma-Temer.
Na mesma quarta-feira, na Bahia, ao entregar novas unidades do programa Minha Casa Minha Vida, a presidente Dilma tentou mostrar otimismo dizendo que já começava a ver uma "luz no fim do túnel", enquanto em Brasília as trevas se espalhavam pelo horizonte.
Na volta ao Planalto, a presidente convocou para esta quinta-feira, apenas três dias depois de dar posse aos novos titulares, a primeira reunião de emergência do ministério reformado para descobrir o que não deu certo. Na verdade, deu tudo errado.
Aqui me limito a registrar o que está acontecendo, um dia após o outro, nada posso fazer contra os fatos. As nuvens mudam muito rapidamente de lugar, mas não cedem espaço para a luz do sol entrar no túnel da guerra política. "Foi a pá de cal no governo Dilma", comemorava o líder do PPS, Rubens Bueno, no plenário do TCU. Carlos Sampaio, líder do PSDB e da tropa de choque do impeachment, ficou eufórico: "Essa decisão do TCU só reforça a necessidade de levarmos adiante o processo de impeachment por crime de responsabilidade".
A iniciativa política voltou a ser da oposição e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, apesar de tudo, continua dando as cartas no plenário da Câmara para acuar o governo. Nada o abala, nem mesmo a revelação das suas contas secretas na Suiça, já confirmada pelas autoridades locais.
Para se ter uma ideia do seu poder nefasto e intimidador: apenas 30 dos 513 deputados federais (5,7% do total) assinaram a representação entregue na Corregedoria da Câmara para pedir a cassação do presidente da Casa. Quem autoriza ou não a investigação é a Mesa Diretora, controlada pelo próprio Eduardo Cunha. Ou seja, não vai dar em nada.
Quem melhor resumiu o estado da arte foi o brilhante cartunista André Dahmer na tirinha "Malvados" publicada na Folha:
"Ladrões do governo...sofrem duras críticas...dos bandidos da oposição".
Dilma cortou oito ministérios e deixou o PMDB com sete na tentativa de remontar sua base aliada que estava se esfacelando. Menos de uma semana depois, o PMDB está mais dividido do que nunca e os demais partidos aliados ficaram inconformados com o quinhão que lhes coube. O descontentamento é generalizado no Congresso Nacional, como mostram as sucessivas derrotas do governo, que ainda não conseguiu quorum para votar os vetos da presidente aos projetos da "pauta-bomba".
O governo voltou para as cordas e a oposição partiu para cima com tudo, após a rejeição das contas do governo pelo TCU, por 8 votos a 0, e a reabertura das investigações no TSE sobre a campanha eleitoral da chapa Dilma-Temer.
Na mesma quarta-feira, na Bahia, ao entregar novas unidades do programa Minha Casa Minha Vida, a presidente Dilma tentou mostrar otimismo dizendo que já começava a ver uma "luz no fim do túnel", enquanto em Brasília as trevas se espalhavam pelo horizonte.
Na volta ao Planalto, a presidente convocou para esta quinta-feira, apenas três dias depois de dar posse aos novos titulares, a primeira reunião de emergência do ministério reformado para descobrir o que não deu certo. Na verdade, deu tudo errado.
Aqui me limito a registrar o que está acontecendo, um dia após o outro, nada posso fazer contra os fatos. As nuvens mudam muito rapidamente de lugar, mas não cedem espaço para a luz do sol entrar no túnel da guerra política. "Foi a pá de cal no governo Dilma", comemorava o líder do PPS, Rubens Bueno, no plenário do TCU. Carlos Sampaio, líder do PSDB e da tropa de choque do impeachment, ficou eufórico: "Essa decisão do TCU só reforça a necessidade de levarmos adiante o processo de impeachment por crime de responsabilidade".
A iniciativa política voltou a ser da oposição e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, apesar de tudo, continua dando as cartas no plenário da Câmara para acuar o governo. Nada o abala, nem mesmo a revelação das suas contas secretas na Suiça, já confirmada pelas autoridades locais.
Para se ter uma ideia do seu poder nefasto e intimidador: apenas 30 dos 513 deputados federais (5,7% do total) assinaram a representação entregue na Corregedoria da Câmara para pedir a cassação do presidente da Casa. Quem autoriza ou não a investigação é a Mesa Diretora, controlada pelo próprio Eduardo Cunha. Ou seja, não vai dar em nada.
Quem melhor resumiu o estado da arte foi o brilhante cartunista André Dahmer na tirinha "Malvados" publicada na Folha:
"Ladrões do governo...sofrem duras críticas...dos bandidos da oposição".
1 comentários:
Muitos deputados do próprio PT deixara de assinar. Isso é muito grave. O partido tem que tomar uma posição com relação a esses que não assinaram a petição.
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