Por Altamiro Borges
"Rossoni disse que publicou a mensagem para 'sentir a temperatura' dos seus eleitores nas redes. Se eles defendiam o afastamento de Dilma, de Cunha ou dos dois. 'Eu achava que o Eduardo Cunha tinha a coragem de colocar em votação o impeachment. Se ele cair acho que vai tudo por água abaixo', disse o deputado. Questionado, o tucano disse que, se ficar provado que Cunha tem contas na Suíça, 'nada justifica'. 'Se os recursos não tiverem origem, tem de ser cassação (do mandato). Se for verdade a história da conta na Suíça, não existe como defender', concluiu".
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Eram sete da noite da terça-feira quando o deputado Carlos Marun (PMDB-RS) começou a mobilizar os deputados do partido para a festa de aniversário do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Os peemedebistas foram avisados que o encontro ocorreria, após o fim da votação no Plenário da Casa, num restaurante do Lago Sul, em Brasília. Não por acaso, a sessão da terça não se estendeu até muito tarde e foi encerrada pouco antes das 21 horas.
Ministro dos Grandes Eventos
Recentemente, alguns fascistas mirins rotularam a cambaleante Aécio Neves de "arregão" por ele ter fugido das marchas pelo impeachment de Dilma. Mas a traição parece estar no DNA do PSDB. Após garantir total respaldo às ações irresponsáveis de Eduardo Cunha na presidência da Câmara Federal, a sigla agora ameaça abandoná-lo a própria sorte. Segundo uma notinha postada no site da Época nesta quinta-feira (1), a revoada dos tucanos já começou numa prova cabal do seu oportunismo político. A sorte é que não dá para deletar as centenas de fotos dos golpistas - mirins e velhacos - com o lobista que mantém contas secretas na Suíça. Vale conferir a notinha da revista:
O deputado Valdir Rossoni (PSDB-PR) publicou na noite da quinta-feira, no Twitter, uma imagem crítica ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha. A montagem traz duas fotos, uma da presidente Dilma Rousseff e outra de Cunha. Acima delas, uma pergunta: 'Quem faz mais mal ao Brasil?'... O PSDB da Câmara é aliado de Cunha e o tem poupado diante das acusações. Apesar disso, Rossoni é o segundo deputado da legenda que questiona o presidente da Câmara nesta semana. O primeiro foi o deputado Betinho Gomes, que defendeu o afastamento de Cunha da presidência da Casa".
"Rossoni disse que publicou a mensagem para 'sentir a temperatura' dos seus eleitores nas redes. Se eles defendiam o afastamento de Dilma, de Cunha ou dos dois. 'Eu achava que o Eduardo Cunha tinha a coragem de colocar em votação o impeachment. Se ele cair acho que vai tudo por água abaixo', disse o deputado. Questionado, o tucano disse que, se ficar provado que Cunha tem contas na Suíça, 'nada justifica'. 'Se os recursos não tiverem origem, tem de ser cassação (do mandato). Se for verdade a história da conta na Suíça, não existe como defender', concluiu".
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"Sequestrados pelo chantagista"
Aos poucos, Eduardo Cunha vai caindo no total isolamento. No próprio PMDB, seu partido, a reação ao lobista é crescente. Na semana passada, o senador Jader Barbalho, do Pará, foi duro nas críticas ao presidente da Câmara, que sabotou a votação dos vetos presidenciais ao pacote de ajuste fiscal. "Nós estamos sequestrados pelo chantagista", afirmou. Segundo relato do Jornal do Brasil, "numa reunião a portas fechadas com Renan Calheiros, Eduardo Cunha foi classificado como 'chantagista' tanto por senadores peemedebistas quanto por parlamentares de outros partidos".
Diante das denúncias, que podem resultar na sua cassação - e até na sua prisão -, o lobista ainda tenta resistir e não vacila em utilizar de todos os expedientes. Na semana passada, segundo denúncia da Folha, o deputado ordenou o uso da estrutura da própria Câmara Federal para produzir sua defesa. "Por determinação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a presidência da Câmara encaminhou à bancada do PMDB modelos de requerimentos com o objetivo de produzir documentos para uso em sua defesa na apuração do esquema de corrupção na Petrobras", informa o jornal, que já rifou o lobista.
Eduardo Cunha, que tem a fama de 'calculista', também procura aparentar calma. Nesta terça- feira (29), ele até reuniu uns 50 aliados na sua animada festa de aniversário. A revista Época, que antes bajulava o golpista, mas que agora também resolveu rifá-lo, deu detalhes da festança - que evidencia a doença do cretinismo parlamentar. Muitos dos que cantaram parabéns para o poderoso lobista agora devem estar apunhalando-o pelas costas. Vale conferir a reportagem de Ricardo Della Coletta:
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Eram sete da noite da terça-feira quando o deputado Carlos Marun (PMDB-RS) começou a mobilizar os deputados do partido para a festa de aniversário do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Os peemedebistas foram avisados que o encontro ocorreria, após o fim da votação no Plenário da Casa, num restaurante do Lago Sul, em Brasília. Não por acaso, a sessão da terça não se estendeu até muito tarde e foi encerrada pouco antes das 21 horas.
Ministro dos Grandes Eventos
O empenho de Marun na organização da celebração dos 57 anos de Eduardo Cunha lhe rendeu um apelido entre os deputados do PMDB. Os parlamentares brincaram durante a noite que Marun deveria ser indicado por Dilma ministro “dos Grandes Eventos”. É merecedor do título: cerca de 50 parlamentares passaram pelo local. E não só peemedebistas. Estavam Maurício Quintella Lessa, líder do PR, e os deputados Fernando Francischini (Solidariedade) e Arthur Lira (PP). Também marcou presença o senador Benedito de Lira (PP).
Mesa dos ministeriáveis
Mesa dos ministeriáveis
Ao fundo do salão, uma das mesas abrigou quatro ministeriáveis do PMDB da Câmara. Manoel Junior e Marcelo Castro, na lista da bancada de indicados para o ministério da Saúde; e Celso Pansera e José Priante, cotados para a segunda pasta que deve ser entregue aos peemedebistas da Câmara. “Quem sentar aqui já pode ser nomeado ministro”, brincou um dos presentes.
Viola minha viola
Viola minha viola
Cunha chegou pouco antes das 22 horas e foi fortemente aplaudido pelos deputados. Desde o início do jantar, um violonista deu o ritmo da festa. Começou com Lulu Santos e passou por títulos como “Não deixa o samba morrer” e “Tocando em frente”.
O ministro solta a voz
O ministro solta a voz
Principal aposta para assumir o ministério da Saúde, o deputado Manoel Junior soltou a voz. Cantou “Espumas ao vento”, de Accioly Neto, “Garçom”, de Reginaldo Rossi, e “Dia Branco”, Geraldo Azevedo (assista ao vídeo). Será que Manoel Junior vai cantar na Esplanada?
Credenciais
Credenciais
Quando Manoel Junior terminou sua primeira canção, alguns deputados brincaram com Marcelo Castro, outro possível ministro da Saúde: “Marcelo, agora é a tua vez!” Castro nem chegou perto do microfone.
Repertório curto
Repertório curto
Os parlamentares não deram trégua a Manoel Junior. Disseram que ele tem um repertório de seis músicas e que sempre as repete. O deputado reagiu com bom-humor e revelou que sabe de cor uns 10 títulos de música popular brasileira. Já de forró, continuou o paraibano, sabe cantar umas 20 músicas.
Perdendo votos
Perdendo votos
Nem mesmo Eduardo Cunha poupou o deputado-cantor. Numa roda de conversa, contou que Manoel Junior o acompanhou em viagens durante a campanha pela presidência da Câmara e, nos encontros com parlamentares, sempre cantou uma ou duas canções. “Perdi muito voto por causa disso”, brincou Cunha.
Parabéns para você
Parabéns para você
Cunha fez um discurso, mas foi extremamente econômico. Depois do “Parabéns pra você”, limitou-se a agradecer aos presentes. “ Que a gente sempre continue juntos, brigando, lutando, compartilhando, sofrendo e rindo. A gente juntos sempre fomos muito mais forte”, declarou.
Ministeriáveis e ministros
Ministeriáveis e ministros
O jantar em homenagem a Cunha não teve só ministeriáveis. Apareceram por lá os ministros Henrique Eduardo Alves, do Turismo, e Luís Inácio Adams, da Advocacia-Geral da União. O chefe da AGU disse que estava em um jantar no mesmo restaurante e que passou para cumprimentar os parlamentares.
Pendura
Não é só o governo Dilma que tem de lidar com déficit. Os deputados racharam a conta do jantar, mas ao final Carlos Marun, "o ministro dos Grandes Eventos", teve de bancar a diferença de R$ 800 entre o que os deputados arrecadaram e gastaram. Hoje, ele deve procurar colegas da bancada para socializar o prejuízo.
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Pendura
Não é só o governo Dilma que tem de lidar com déficit. Os deputados racharam a conta do jantar, mas ao final Carlos Marun, "o ministro dos Grandes Eventos", teve de bancar a diferença de R$ 800 entre o que os deputados arrecadaram e gastaram. Hoje, ele deve procurar colegas da bancada para socializar o prejuízo.
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