A principal conclusão do Datafolha é a seguinte: a mídia desinforma a sociedade.
Isso fica claro naquilo que foi classificado como o maior problema brasileiro pelos respondentes: a corrupção.
É uma besteira.
E é lamentavelmente uma coisa comprada pelos brasileiros porque eles são bombardeados diuturnamente com essa mensagem.
A real tragédia brasileira chama-se desigualdade social. Poucos ricos e muitos pobres.
Numa escala mais ampla, é a tragédia número 1 não apenas do Brasil como do mundo.
Considere o Papa Francisco.
Rapidamente ele virou um fenômeno, uma referência global exatamente por eleger a desigualdade como o mal maior a combater.
Francisco virou provavelmente a mais influente personagem dos nossos tempos porque foi logo erguendo a voz contra a miséria.
Se ele falasse obsessivamente em corrupção, em vez da iniquidade, seria motivo de piada. Ninguém o ouviria.
A corrupção prospera em ambientes iníquos. Não é por acaso que os países mais igualitários - a Escandinávia é o maior exemplo - são os menos corruptos.
Para a plutocracia, cuja voz é a mídia, interessa colocar o foco na corrupção. Você evita que a sociedade discuta a questão da desigualdade. As pessoas ficam como que hipnotizadas.
Note também que mesmo o debate sobre corrupção é parcial e mistificador. Não se considera corrupção, para ficar num caso, a sonegação contumaz das grandes corporações de mídia.
A Globo, no caso mais gritante, faz anos que adota o truque da pessoa jurídica nos maiores salários para sonegar. O contrato não é renovado quando a Globo demite.
Isso significa que o demitido sai sem os direitos clássicos trabalhistas. Se ficar incomodado, tem que recorrer à Justiça, o que nunca é um decisão fácil dado o tamanho da Globo.
Que jornalista quer se indispor com uma empresa que tem tevês, rádios, jornais, revistas etc? Se a Globo põe você na lista negra você está frito. Ou pelo menos estava, antes que a internet surgisse para minar a Globo.
Claudia Cruz foi à Justiça e ganhou da Globo, mas já estava claro que ela contava com o marido Eduardo Cunha para as questões financeiras.
Não é à toa que o coro da corrupção floresce, na mídia, em governos populares. Getúlio Vargas foi vítima disso. João Goulart também. Lula agora é o alvo.
Todos eles, cada qual de seu jeito, estavam combatendo por um país mais igual. Para a plutocracia corrupção, no fundo, é se insurgir contra a desigualdade.
O Brasil precisa de um Francisco que acorde as pessoas para o câncer da iniquidade.
Há que falar, falar e ainda falar. Pregar, pregar e ainda pregar.
Foi fazendo isso, com motivos inconfessáveis, que a imprensa levou os brasileiros a aceitar a desigualdade, como se ela fosse uma coisa irrelevante diante da corrupção.
É o que mostra o Datafolha, e isto é uma grande pena exceto para os beneficiários da injustiça social - os plutocratas.
Isso fica claro naquilo que foi classificado como o maior problema brasileiro pelos respondentes: a corrupção.
É uma besteira.
E é lamentavelmente uma coisa comprada pelos brasileiros porque eles são bombardeados diuturnamente com essa mensagem.
A real tragédia brasileira chama-se desigualdade social. Poucos ricos e muitos pobres.
Numa escala mais ampla, é a tragédia número 1 não apenas do Brasil como do mundo.
Considere o Papa Francisco.
Rapidamente ele virou um fenômeno, uma referência global exatamente por eleger a desigualdade como o mal maior a combater.
Francisco virou provavelmente a mais influente personagem dos nossos tempos porque foi logo erguendo a voz contra a miséria.
Se ele falasse obsessivamente em corrupção, em vez da iniquidade, seria motivo de piada. Ninguém o ouviria.
A corrupção prospera em ambientes iníquos. Não é por acaso que os países mais igualitários - a Escandinávia é o maior exemplo - são os menos corruptos.
Para a plutocracia, cuja voz é a mídia, interessa colocar o foco na corrupção. Você evita que a sociedade discuta a questão da desigualdade. As pessoas ficam como que hipnotizadas.
Note também que mesmo o debate sobre corrupção é parcial e mistificador. Não se considera corrupção, para ficar num caso, a sonegação contumaz das grandes corporações de mídia.
A Globo, no caso mais gritante, faz anos que adota o truque da pessoa jurídica nos maiores salários para sonegar. O contrato não é renovado quando a Globo demite.
Isso significa que o demitido sai sem os direitos clássicos trabalhistas. Se ficar incomodado, tem que recorrer à Justiça, o que nunca é um decisão fácil dado o tamanho da Globo.
Que jornalista quer se indispor com uma empresa que tem tevês, rádios, jornais, revistas etc? Se a Globo põe você na lista negra você está frito. Ou pelo menos estava, antes que a internet surgisse para minar a Globo.
Claudia Cruz foi à Justiça e ganhou da Globo, mas já estava claro que ela contava com o marido Eduardo Cunha para as questões financeiras.
Não é à toa que o coro da corrupção floresce, na mídia, em governos populares. Getúlio Vargas foi vítima disso. João Goulart também. Lula agora é o alvo.
Todos eles, cada qual de seu jeito, estavam combatendo por um país mais igual. Para a plutocracia corrupção, no fundo, é se insurgir contra a desigualdade.
O Brasil precisa de um Francisco que acorde as pessoas para o câncer da iniquidade.
Há que falar, falar e ainda falar. Pregar, pregar e ainda pregar.
Foi fazendo isso, com motivos inconfessáveis, que a imprensa levou os brasileiros a aceitar a desigualdade, como se ela fosse uma coisa irrelevante diante da corrupção.
É o que mostra o Datafolha, e isto é uma grande pena exceto para os beneficiários da injustiça social - os plutocratas.
O jovem e perspicaz jornalista espanhol Pascual Serano publicou em 2009 o livro "Desinformación : cómo los medios ocultan el mundo"'. Ignacio Ramonet, dirigente do periódico francês "Le Monde Diplomatique", abre o prefácio do livro com o texto "De agora em diante ninguém poderá dizer que não sabia. ..Pascual Serrano estabelece de modo definitivo, com uma relação esmagadora de fatos, dados e exemplos, a prova de qua os meios de comunicação desinformam". A íntegra do livro não foi publicada em português, mas o Sindicato dos Engenheiros/RJ, autorizado pelo autor, traduziu e publicou o primeiro capitulo "Assim funciona o modelo", ótima síntese da minuciosa análise que o leitor encontra na sequência da obra.
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