Por Altamiro Borges
A situação do lobista Eduardo Cunha é tão calamitosa que até antigos aliados, que frequentavam sua residência tramando golpes e orquestrando a votação de projetos retrógrados, já evitam tirar "selfies" ao seu lado. Na semana passada, o cambaleante Aécio Neves, que curtiu dez meses de namoro com o correntista suíço, pediu seu afastamento da presidência da Câmara Federal. Como no navio à deriva, o tucano virou um rato! Esse quadro de isolamento ajuda a entender o desespero de Eduardo Cunha, que usou seu cargo para sabotar a reunião da Comissão de Ética que discutiria sua cassação. O abuso do poder revoltou os deputados e cerca de cem deixaram o plenário da Câmara na quinta-feira (19).
A situação do lobista Eduardo Cunha é tão calamitosa que até antigos aliados, que frequentavam sua residência tramando golpes e orquestrando a votação de projetos retrógrados, já evitam tirar "selfies" ao seu lado. Na semana passada, o cambaleante Aécio Neves, que curtiu dez meses de namoro com o correntista suíço, pediu seu afastamento da presidência da Câmara Federal. Como no navio à deriva, o tucano virou um rato! Esse quadro de isolamento ajuda a entender o desespero de Eduardo Cunha, que usou seu cargo para sabotar a reunião da Comissão de Ética que discutiria sua cassação. O abuso do poder revoltou os deputados e cerca de cem deixaram o plenário da Câmara na quinta-feira (19).
A cena grotesca serviu de álibi para o cínico presidente do PSDB anunciar o rompimento com seu ex-aliado. "Ele perdeu as condições de conduzir a Casa", teatralizou Aécio Neves na sexta-feira (20). Na prática, a abrupta ruptura revela o mais puro oportunismo. Para o derrotado na eleição presidencial de outubro passado, Eduardo Cunha tornou-se um estorvo para a abertura do processo de impeachment de Dilma. Ele não teria mais legitimidade para liderar o golpe. Daí a traição de Aécio Neves, que joga fora o bagaço do achacador. O tucano sequer esconde a manobra e reclama. "Acho que o presidente da Câmara já teria todas as condições de ter colocado a questão [do impeachment] para ser discutida".
Aberta a temporada de traíragens, outro oportunista convicto, o ex-presidente FHC, também reforçou o coro. "Fernando Henrique Cardoso defendeu nesta segunda-feira (23) que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), renuncie ao cargo. 'Se ele tivesse um pouco mais de visão de Brasil renunciaria ao cargo', mas, 'não tendo, vai ter que ser renunciado'. FHC disse que Cunha 'não tem mais condições morais nem políticas' de continuar à frente da Câmara. A declaração foi mais dura do que a do último dia 10, quando o tucano abordou o tema com cuidado e disse, após um evento em seu instituto, que 'o afastamento se dá depois que é culpado, antes, não", relata a Folha tucana.
Traições e manobras
Com estas duas declarações, o PSDB deverá intensificar a pressão pelo afastamento do presidente da Câmara Federal, inclusive obstruindo as votações - o que ajuda a desgastar o governo Dilma. A sigla já havia aprovado o rompimento no início de novembro, mas o lance foi de mentirinha. Nem a mídia tucana acreditou nas bravatas de Carlos Sampaio, o líder dos tucanos que sempre manteve relações carnais com Eduardo Cunha. Até as legendas satélites do PSDB agora decidiram pedir a cabeça do lobista. O PPS já anunciou que ingressará com um mandato de segurança no STF pelo afastamento do ex-aliado. E os "éticos" do DEM também adentraram ao teatro da hipocrisia e da traição.
Até no seu partido, conhecido pelo aguçado senso de oportunidade na política, a situação se agrava a cada dia que passa. "Deputados do PMDB que ainda apoiam Eduardo Cunha começam a se afastar do presidente da Câmara. Relatam que, em suas bases, a sustentação dada ao peemedebista tem sido tão questionada quanto a permanência do partido no governo Dilma Rousseff. Cunha, no entanto, tem a proximidade do recesso parlamentar a seu favor. 'É como um boxeador quase nocauteado esperando o fim do round', diz um aliado, sobre as seis semanas que ele terá para se recompor. Os peemedebistas não querem dividir com Cunha o ônus de seu desgaste quando o processo de cassação do presidente da Câmara for levado a plenário", descreveu a coluna Painel da Folha deste sábado (21).
Diante deste quadro dramático, o ex-todo poderoso presidente da Câmara ainda tenta resistir. Ele joga com a ameaça da abertura do processo de impeachment contra Dilma para inibir o governo e as siglas governistas. Ao mesmo tempo, conhecedor do regimento parlamentar, ele já prepara a sua defesa para evitar a cassação. Segundo noticiário desta segunda-feira (23), ele pretende ingressar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) contra as "falhas" na condução do seu processo no Conselho de Ética. Seu objetivo é ganhar tempo e, se possível, barganhar alguma saída menos traumática. Para barrar novos retrocessos no país, o ideal seria encerrar logo esta novela dantesca. Fora Cunha e leva o Aécio junto!
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Primeiro a grande chantagem, com achaques, depois os problemas do País. Jogam a carga no lombo da população por um ano. Não há propostas para o País à serem votadas, somente chantagens à ser finalizada. VERGONHA!!!
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