Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:
A chamada (imagem acima) está na capa do portal da Folha, sob o chapéu "Petrolão". Vem com destaque também nas redes sociais da Folha.
*****
A imprensa brasileira consegue sempre mostrar que não existe limite quando se trata de ser desonesta e partidária.
A matéria traz várias imprecisões. Lulinha não era "dono" da Gamecorp, mas um de seus sócios. Tinha 17% da empresa. Os R$ 5 milhões vieram da Telemar, não da Andrade Gutierrez, que era uma das muitas sócias da telefônica.
Na própria reportagem, informa-se que o Ministério Público já investigou o caso durante sete anos e não descobriu nenhuma irregularidade. A PF também investigou o caso, e também o arquivou.
Mais ainda, é um caso que não tem nada a ver com os atuais escândalos envolvendo empreiteiras. A Andrade Gutierrez é uma das maiores empresas do país (ou pelo menos era, antes de Sergio Moro e os golpistas do MP tentarem quebrá-la, desempregando milhares de pessoas), com participação acionária provavelmente em dezenas, quiçá centenas de empresas, e que já fez negócios com milhares de indivíduos e companhias.
Por que pinçar o nome do filho de Lula, se a relação é tão distante e indireta?
A Andrade Gutierrez foi a maior doadora de recursos para a campanha de Aécio Neves em 2014, concedendo um total de R$ 20 milhões, divididos em 322 doações, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Executivos da empreiteira, segundo notícias veiculadas há alguns meses, mencionaram os nomes de José Serra, Aécio Neves e Aloysio Nunes Ferreira.
O que me parece mais chocante, porém, é a nova modalidade da mentira jornalística. A mentira que ainda não aconteceu.
Agora, a imprensa não apenas joga o nome da pessoa na lama a partir de qualquer menção num processo penal, como antes mesmo do nome aparecer, veicula-se matéria em que se diz que fulano "pode falar" sobre beltrano.
É o jornalismo Mãe Dinah, acusando antes de haver acusação.
A maneira como a matéria foi escrita, porém, deixa entrever que algum procurador "soprou" a hipótese no ouvido da jornalista, visto que "a maioria dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato não pretende colocar revelação sobre a Gamecorp como condição para assinatura de um acordo de delação"...
Como é que é? A maioria? Quer dizer que tem procurador da força-tarefa com esse objetivo?
Não seria justamente esse procurador "rebelde" que teria soprado no ouvido da repórter da Folha?
Esse é o tipo de coisa que desmoraliza a Lava Jato: transformou-se numa brincadeira golpista, cujo objetivo é suprir a imprensa com manchetes anti-PT e anti-Lula. Não precisa sequer ter relação com o objeto central da investigação da Lava Jato. Aliás, não precisa sequer constar na investigação.
Não teria nada demais que uma empresa que, até pouco tempo, era respeitada por todos, e que tinha negócios com metade do Brasil, falasse sobre negócios com outra empresa.
O ridículo está nesse esforço semiótico para criminalizar Lula, ou algum filho seu - cujo nome tem de aparecer diariamente nos cadernos policiais.
E o mais patético é o jornal demonstrar tanta ansiedade para atingir Lula, que não consegue esperar sequer algum vazamento criminoso e seletivo da Procuradoria. Publica-se a "possibilidade" do nome vir a ser citado.
Basta a opinião de um procurador de que fulano "pode falar" sobre alguma coisa, que o nome da pessoa vira manchete, sob o chapéu "petrolão", ou seja, vira réu no tribunal da mídia, vulnerável às hordas de zumbis-fascistas-midiáticos que a nossa imprensa vem cultivando em livrarias, restaurantes e saguões de aeroporto.
A chamada (imagem acima) está na capa do portal da Folha, sob o chapéu "Petrolão". Vem com destaque também nas redes sociais da Folha.
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A imprensa brasileira consegue sempre mostrar que não existe limite quando se trata de ser desonesta e partidária.
A matéria traz várias imprecisões. Lulinha não era "dono" da Gamecorp, mas um de seus sócios. Tinha 17% da empresa. Os R$ 5 milhões vieram da Telemar, não da Andrade Gutierrez, que era uma das muitas sócias da telefônica.
Na própria reportagem, informa-se que o Ministério Público já investigou o caso durante sete anos e não descobriu nenhuma irregularidade. A PF também investigou o caso, e também o arquivou.
Mais ainda, é um caso que não tem nada a ver com os atuais escândalos envolvendo empreiteiras. A Andrade Gutierrez é uma das maiores empresas do país (ou pelo menos era, antes de Sergio Moro e os golpistas do MP tentarem quebrá-la, desempregando milhares de pessoas), com participação acionária provavelmente em dezenas, quiçá centenas de empresas, e que já fez negócios com milhares de indivíduos e companhias.
Por que pinçar o nome do filho de Lula, se a relação é tão distante e indireta?
A Andrade Gutierrez foi a maior doadora de recursos para a campanha de Aécio Neves em 2014, concedendo um total de R$ 20 milhões, divididos em 322 doações, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Executivos da empreiteira, segundo notícias veiculadas há alguns meses, mencionaram os nomes de José Serra, Aécio Neves e Aloysio Nunes Ferreira.
O que me parece mais chocante, porém, é a nova modalidade da mentira jornalística. A mentira que ainda não aconteceu.
Agora, a imprensa não apenas joga o nome da pessoa na lama a partir de qualquer menção num processo penal, como antes mesmo do nome aparecer, veicula-se matéria em que se diz que fulano "pode falar" sobre beltrano.
É o jornalismo Mãe Dinah, acusando antes de haver acusação.
A maneira como a matéria foi escrita, porém, deixa entrever que algum procurador "soprou" a hipótese no ouvido da jornalista, visto que "a maioria dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato não pretende colocar revelação sobre a Gamecorp como condição para assinatura de um acordo de delação"...
Como é que é? A maioria? Quer dizer que tem procurador da força-tarefa com esse objetivo?
Não seria justamente esse procurador "rebelde" que teria soprado no ouvido da repórter da Folha?
Esse é o tipo de coisa que desmoraliza a Lava Jato: transformou-se numa brincadeira golpista, cujo objetivo é suprir a imprensa com manchetes anti-PT e anti-Lula. Não precisa sequer ter relação com o objeto central da investigação da Lava Jato. Aliás, não precisa sequer constar na investigação.
Não teria nada demais que uma empresa que, até pouco tempo, era respeitada por todos, e que tinha negócios com metade do Brasil, falasse sobre negócios com outra empresa.
O ridículo está nesse esforço semiótico para criminalizar Lula, ou algum filho seu - cujo nome tem de aparecer diariamente nos cadernos policiais.
E o mais patético é o jornal demonstrar tanta ansiedade para atingir Lula, que não consegue esperar sequer algum vazamento criminoso e seletivo da Procuradoria. Publica-se a "possibilidade" do nome vir a ser citado.
Basta a opinião de um procurador de que fulano "pode falar" sobre alguma coisa, que o nome da pessoa vira manchete, sob o chapéu "petrolão", ou seja, vira réu no tribunal da mídia, vulnerável às hordas de zumbis-fascistas-midiáticos que a nossa imprensa vem cultivando em livrarias, restaurantes e saguões de aeroporto.
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