Qual o papel da mídia na Lava Jato?
Esta é a questão que caberá a Sérgio Moro responder num encontro neste final de novembro da associação dos editores de revistas, a Aner.
Soube disso por Paulo Henrique Amorim, e só não fiquei espantado porque já vi tantos absurdos que perdi o direito de me surpreender.
Nem os donos de revistas e nem Sérgio Moro parecem ter noção de uma coisa chamada conflito de interesses.
Num mundo menos imperfeito, a Justiça e a imprensa manteriam uma distância sagrada e inviolável porque é dever de cada uma delas fiscalizar a outra.
Mas no Brasil Justiça e imprensa têm uma relação promíscua, para mal da sociedade.
O pior é que juízes e jornalistas parecem não ter ideia disso. E aí é aquela coisa: quando você não sabe o problema não vai descobrir a solução.
Você encontra fotos e mais fotos de jornalistas como Merval e Reinaldo Azevedo abraçados a juízes como Gilmar Mendes, como se pertencessem à mesma torcida organizada de um clube.
Em algum momento no futuro, e esperamos que quanto antes, esta relação abjetamente íntima não será mais tolerada.
Jornalista não tem amigo, disse famosamente talvez o maior deles, Joe Pulitzer, ele mesmo imerso numa absoluta solidão para desempenhar suas funções de editor.
Juiz também não deveria ter, pelas mesmas razões: como julgar um amigo?
Que Moro ignora isso já tinha ficado claro quando ele, claramente deslumbrado, subiu a um palco para receber um prêmio da Globo.
Mais recentemente, ele abraçou o tucano João Dória numa palestra para empresários. Tutti fratelli, pareciam dizer. Todos irmãos.
Mas agora ele superou, dado o papel destrutivo e desonesto das revistas na cobertura da Lava Jato, sobretudo a Veja de Giancarlo Civita.
Se tivesse algum conhecimento jornalístico, Moro diria, diante da pergunta que lhe competirá responder: apurar as coisas com cuidado.
Jamais fazer, por exemplo, o que a Veja fez no segundo turno ao publicar uma capa com uma afirmação do delator Youssef que se comprovou absolutamente falsa.
Para lembrar, a revista disse que o delator afirmara que Dilma e Lula sabiam de tudo no escândalo da Petrobras.
Isso quase deu a vitória a Aécio, tamanha a exploração dessa falácia pela Veja no maior colégio eleitoral do país, São Paulo.
Quando vieram à luz os fatos, alguns meses depois, com a publicação da delação real de Youssef, ficou claro que ele não dissera o que a Veja lhe atribuíra.
Dilma prometeu processar a Veja, mas aparentemente ela – infelizmente para a sociedade, vítima do gangsterismo da revista – desistiu.
Quanto a Moro, já que ele não tem conhecimento nenhum para falar com propriedade de qual deveria ser o papel da mídia numa operação com a Lava Jato, ao menos ele poderia ser breve e responder, com os fatos que estão aí.
Sua resposta caberia numa linha curta: “O papel da mídia é publicar vazamentos escolhidos para matar o PT.”
Esta é a questão que caberá a Sérgio Moro responder num encontro neste final de novembro da associação dos editores de revistas, a Aner.
Soube disso por Paulo Henrique Amorim, e só não fiquei espantado porque já vi tantos absurdos que perdi o direito de me surpreender.
Nem os donos de revistas e nem Sérgio Moro parecem ter noção de uma coisa chamada conflito de interesses.
Num mundo menos imperfeito, a Justiça e a imprensa manteriam uma distância sagrada e inviolável porque é dever de cada uma delas fiscalizar a outra.
Mas no Brasil Justiça e imprensa têm uma relação promíscua, para mal da sociedade.
O pior é que juízes e jornalistas parecem não ter ideia disso. E aí é aquela coisa: quando você não sabe o problema não vai descobrir a solução.
Você encontra fotos e mais fotos de jornalistas como Merval e Reinaldo Azevedo abraçados a juízes como Gilmar Mendes, como se pertencessem à mesma torcida organizada de um clube.
Em algum momento no futuro, e esperamos que quanto antes, esta relação abjetamente íntima não será mais tolerada.
Jornalista não tem amigo, disse famosamente talvez o maior deles, Joe Pulitzer, ele mesmo imerso numa absoluta solidão para desempenhar suas funções de editor.
Juiz também não deveria ter, pelas mesmas razões: como julgar um amigo?
Que Moro ignora isso já tinha ficado claro quando ele, claramente deslumbrado, subiu a um palco para receber um prêmio da Globo.
Mais recentemente, ele abraçou o tucano João Dória numa palestra para empresários. Tutti fratelli, pareciam dizer. Todos irmãos.
Mas agora ele superou, dado o papel destrutivo e desonesto das revistas na cobertura da Lava Jato, sobretudo a Veja de Giancarlo Civita.
Se tivesse algum conhecimento jornalístico, Moro diria, diante da pergunta que lhe competirá responder: apurar as coisas com cuidado.
Jamais fazer, por exemplo, o que a Veja fez no segundo turno ao publicar uma capa com uma afirmação do delator Youssef que se comprovou absolutamente falsa.
Para lembrar, a revista disse que o delator afirmara que Dilma e Lula sabiam de tudo no escândalo da Petrobras.
Isso quase deu a vitória a Aécio, tamanha a exploração dessa falácia pela Veja no maior colégio eleitoral do país, São Paulo.
Quando vieram à luz os fatos, alguns meses depois, com a publicação da delação real de Youssef, ficou claro que ele não dissera o que a Veja lhe atribuíra.
Dilma prometeu processar a Veja, mas aparentemente ela – infelizmente para a sociedade, vítima do gangsterismo da revista – desistiu.
Quanto a Moro, já que ele não tem conhecimento nenhum para falar com propriedade de qual deveria ser o papel da mídia numa operação com a Lava Jato, ao menos ele poderia ser breve e responder, com os fatos que estão aí.
Sua resposta caberia numa linha curta: “O papel da mídia é publicar vazamentos escolhidos para matar o PT.”
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