Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
O senador Aécio Neves é um homem sem amigos, para a imprensa.
Ele não é amigo de Perrela, o homem em cujo helicóptero foi encontrada meia tonelada de pasta de cocaína.
Ele também não é amigo de Andre Esteves, o banqueiro preso hoje na Lava Jato.
Em contraste, Lula, segundo a mídia, é um homem cheio de amigos. Você é informado ubiquamente em jornais e revistas, por exemplo, que ele é amigo de um pecuarista preso na Lava Jato como o banqueiro Esteves.
Fui ver o que a decana do jornalismo econômico, Míriam Leitão, deu em seu blog no Globo sobre Esteves hoje.
Nenhuma menção a Aécio. Esteves se aproximou, nos últimos anos, do governo, disse Míriam. Este seu pecado, para Míriam: aproximar-se de Lula e Dilma.
A empresa para a qual Míriam trabalha sempre esteve longe de governos, naturalmente, a começar pelos da ditadura militar, e depois seguindo por Sarney. Distância absoluta, o que dá a Míriam força para falar nos males trazidos pela proximidade com governos.
Não é notícia, nem para Míriam e nem para ninguém na imprensa, que Andre Esteves pagou uma viagem para Nova York para Aécio e acompanhante em 2013. Ele era então senador.
Em Nova York, Aécio falou num encontro com investidores estrangeiros promovido por Esteves. O casal Neves ficou hospedado num dos hotéis mais tradicionais de Nova York, o Waldorf Astoria.
Repare.
Ninguém discute se é ético um banco patrocinar uma viagem a Nova York para um senador da República.
Foi sua lua de mel. Aécio acabara de se casar. Míriam, como o resto da mídia, ignorou esta viagem de Aécio em seu texto. Será que ela acha moralmente aceitável este tipo de coisa? (Do episódio ficou o boato de que Esteves foi padrinho de casamento de Aécio. Não é verdade.)
Suspeito que para ela, assim como para a maior parte dos conservadores, haja duas formas de analisar uma mamata como a oferecida por Esteves a Aécio.
Para figuras como Aécio, tudo bem. Mas se fosse para alguém do PT seria um escândalo.
O Brasil vive a tragédia da dupla visão sobre episódios idênticos.
Fui ver o perfil do site da Folha sobre Andre Esteves. Mais uma vez, nenhuma citação a Aécio. Havia até, na última frase, a afirmação de que Esteves é sócio minoritário dos Frias no uol.
Mas silêncio absoluto sobre Aécio. É um homem sem amigos. O oposto de Lula.
Esta a mídia não enviesada, na definição antológica do juiz Sérgio Moro, outro luminoso exemplo de isenção.
Ele não é amigo de Perrela, o homem em cujo helicóptero foi encontrada meia tonelada de pasta de cocaína.
Ele também não é amigo de Andre Esteves, o banqueiro preso hoje na Lava Jato.
Em contraste, Lula, segundo a mídia, é um homem cheio de amigos. Você é informado ubiquamente em jornais e revistas, por exemplo, que ele é amigo de um pecuarista preso na Lava Jato como o banqueiro Esteves.
Fui ver o que a decana do jornalismo econômico, Míriam Leitão, deu em seu blog no Globo sobre Esteves hoje.
Nenhuma menção a Aécio. Esteves se aproximou, nos últimos anos, do governo, disse Míriam. Este seu pecado, para Míriam: aproximar-se de Lula e Dilma.
A empresa para a qual Míriam trabalha sempre esteve longe de governos, naturalmente, a começar pelos da ditadura militar, e depois seguindo por Sarney. Distância absoluta, o que dá a Míriam força para falar nos males trazidos pela proximidade com governos.
Não é notícia, nem para Míriam e nem para ninguém na imprensa, que Andre Esteves pagou uma viagem para Nova York para Aécio e acompanhante em 2013. Ele era então senador.
Em Nova York, Aécio falou num encontro com investidores estrangeiros promovido por Esteves. O casal Neves ficou hospedado num dos hotéis mais tradicionais de Nova York, o Waldorf Astoria.
Repare.
Ninguém discute se é ético um banco patrocinar uma viagem a Nova York para um senador da República.
Foi sua lua de mel. Aécio acabara de se casar. Míriam, como o resto da mídia, ignorou esta viagem de Aécio em seu texto. Será que ela acha moralmente aceitável este tipo de coisa? (Do episódio ficou o boato de que Esteves foi padrinho de casamento de Aécio. Não é verdade.)
Suspeito que para ela, assim como para a maior parte dos conservadores, haja duas formas de analisar uma mamata como a oferecida por Esteves a Aécio.
Para figuras como Aécio, tudo bem. Mas se fosse para alguém do PT seria um escândalo.
O Brasil vive a tragédia da dupla visão sobre episódios idênticos.
Fui ver o perfil do site da Folha sobre Andre Esteves. Mais uma vez, nenhuma citação a Aécio. Havia até, na última frase, a afirmação de que Esteves é sócio minoritário dos Frias no uol.
Mas silêncio absoluto sobre Aécio. É um homem sem amigos. O oposto de Lula.
Esta a mídia não enviesada, na definição antológica do juiz Sérgio Moro, outro luminoso exemplo de isenção.
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