Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Há trinta anos, a Lei Caó tornou o racismo crime inafiançável.
O racismo que, segundo Ali Kamel, chefe do jornalismo da Globo, “não existe”.
Ou que só existe, e olhe lá, quando acontece com gente famosa, como a bela e talentosa atriz Taís Araújo.
O que, aliás, não torna menos criminoso o ato.
A polícia, certamente, está esperando queixa para não fazer nada.
Quisesse e em 48 horas todos os agressores estariam identificados pelo seu IP.
Intimados com a mesma rapidez que tiveram com o filho do Lula, que não tem sequer uma acusação contra si, teríamos uma longa fila de imbecis para prestar depoimento e receberem as penas da lei.
Mas o racismo não existe, mesmo que apareça por toda parte.
Taís Araújo pode, bem intencionada que é, responder a isso com amor. Mas milhares de negros e negras, anônimos, pobres, desconhecidos terão de ouvir e ler estas barbaridades sem que ninguém se solidarize com eles.
A sociedade precisa responder com a ferramenta civilizada aos selvagens: a lei.
Leia o desabafo de Taís.
*****
“É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar. Na última noite, recebo uma série de ataques racistas na minha página. Absolutamente tudo está registrado e será enviado à Polícia Federal. Eu não vou apagar nenhum desses comentários. Faço questão que todos sintam o mesmo que eu senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena neste país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito. Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça.
Sigo o que sei fazer de melhor: trabalhar. Se a minha imagem ou a imagem da minha família te incomoda, o problema é exclusivamente seu! Por ironia do destino ou não, isso ocorreu no momento em que eu estava no palco do teatro Faap com o “Topo da Montanha”, um texto sobre ninguém menos que Martin Luther King e que fala justamente sobre afeto, tolerância e igualdade. Aproveito pra convidar você, pequeno covarde, a ver e ouvir o que temos a dizer. Acho que você está precisando ouvir algumas coisinhas sobre amor.
Agradeço aos milhares que vieram dar apoio, denunciaram comigo esses perfis e mostraram ao mundo que qualquer forma de preconceito é cafona e criminosa. E quero que esse episódio sirva de exemplo: sempre que você encontrar qualquer forma de discriminação, denuncie. Não se cale, mostre que você não tem vergonha de ser o que é e continue incomodando os covardes. Só assim vamos construir um Brasil mais civilizado.A minha única resposta pra isso é o amor!”
Há trinta anos, a Lei Caó tornou o racismo crime inafiançável.
O racismo que, segundo Ali Kamel, chefe do jornalismo da Globo, “não existe”.
Ou que só existe, e olhe lá, quando acontece com gente famosa, como a bela e talentosa atriz Taís Araújo.
O que, aliás, não torna menos criminoso o ato.
A polícia, certamente, está esperando queixa para não fazer nada.
Quisesse e em 48 horas todos os agressores estariam identificados pelo seu IP.
Intimados com a mesma rapidez que tiveram com o filho do Lula, que não tem sequer uma acusação contra si, teríamos uma longa fila de imbecis para prestar depoimento e receberem as penas da lei.
Mas o racismo não existe, mesmo que apareça por toda parte.
Taís Araújo pode, bem intencionada que é, responder a isso com amor. Mas milhares de negros e negras, anônimos, pobres, desconhecidos terão de ouvir e ler estas barbaridades sem que ninguém se solidarize com eles.
A sociedade precisa responder com a ferramenta civilizada aos selvagens: a lei.
Leia o desabafo de Taís.
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“É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar. Na última noite, recebo uma série de ataques racistas na minha página. Absolutamente tudo está registrado e será enviado à Polícia Federal. Eu não vou apagar nenhum desses comentários. Faço questão que todos sintam o mesmo que eu senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena neste país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito. Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça.
Sigo o que sei fazer de melhor: trabalhar. Se a minha imagem ou a imagem da minha família te incomoda, o problema é exclusivamente seu! Por ironia do destino ou não, isso ocorreu no momento em que eu estava no palco do teatro Faap com o “Topo da Montanha”, um texto sobre ninguém menos que Martin Luther King e que fala justamente sobre afeto, tolerância e igualdade. Aproveito pra convidar você, pequeno covarde, a ver e ouvir o que temos a dizer. Acho que você está precisando ouvir algumas coisinhas sobre amor.
Agradeço aos milhares que vieram dar apoio, denunciaram comigo esses perfis e mostraram ao mundo que qualquer forma de preconceito é cafona e criminosa. E quero que esse episódio sirva de exemplo: sempre que você encontrar qualquer forma de discriminação, denuncie. Não se cale, mostre que você não tem vergonha de ser o que é e continue incomodando os covardes. Só assim vamos construir um Brasil mais civilizado.A minha única resposta pra isso é o amor!”
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