Por Altamiro Borges
“A sinalização de Alckmin causou imediata reação no PSDB e no Palácio dos Bandeirantes. ‘Foi um verdadeiro terremoto’, definiu um dos homens próximos ao governador. O partido e a Casa Civil sugeriram, imediatamente, que ele ‘restabelecesse’ o seu equilíbrio em relação à disputa por meio de uma carta. Pouco depois de aprovar a ideia, Alckmin recuou e preferiu ficar com a declaração de apoio ao empresário. Tucanos históricos passaram, então, a discutir uma reação ao gesto do chefe do Executivo paulista. Em conversas reservadas, caciques como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os senadores José Serra e Aloysio Nunes Ferreira e o ex-governador Alberto Goldman se dispuseram a ‘fazer o que for preciso’ para demover Alckmin de sua posição”, relata o jornal tucano.
As bicadas no ninho são sangrentas, apesar da mídia chapa-branca difundir a imagem de que o PSDB está mais unido do que nunca. Na disputa pela prefeitura paulistana há pelo menos cinco postulantes se engalfinhando. O vereador Andrea Matarazzo – o politico das "abotoaduras de ouro", que tem a preferência dos tucanos de alta plumagem citados na matéria da Folha –, os deputados federais Bruno Covas e Ricardo Tripoli, o eterno descartado José Anibal, presidente do Instituto Teotônio Vilela, e o empresário-trambiqueiro João Doria Jr. Este último, um notório fascista – que comandou o fracassado movimento "Cansei" e hoje estimula as marchas pelo impeachment de Dilma –, acaba de se filiar ao PSDB. É um oportunista sem trajetória partidária, o que desperta a inveja dos tucanos velhacos.
"Temos vários candidatos no partido com tradição política. O único candidato que não tem tradição, que não é compatível com a história política do partido e com a história política de São Paulo é João Doria", disse um dirigente nacional do PSDB, que pediu para não ser identificado, à Folha. A opção de Geraldo Alckmin de "descer do muro" foi calculada. "Embora evitasse manifestações públicas, ele vinha trabalhando nos bastidores para frear a pré-candidatura de Andrea Matarazzo, que considera muito ligado ao grupo do senador José Serra". Ao anunciar o seu apoio ao golpista "novato" – que é rejeitada pela maioria dos tucanos bicudos –, o governador paulista sinaliza que sua situação na sigla não é nada tranquila. Há até boatos de que ele poderá deixar em breve a legenda. A conferir!
Em tempo: Outra situação bastante complicada é a do PSB, o partido que jogou no lixo a história de Miguel Arraes e de tantos outros líderes de esquerda para se tornar uma filial do PSDB. Um dia após Geraldo Alckmin anunciar o seu apoio ao golpista João Doria, o vice-governador Márcio França, que manda na sigla em São Paulo, correu para pedir a sua benção. "Nós que somos partidos aliados temos uma estratégia: se o candidato do PSDB for alguém sintonizado com o governador, estaremos juntos na disputa. Abrimos mão de uma candidatura importante para acompanhar os passos do governador", afirmou o servil e pragmático dirigente "socialista".
A situação da legenda não é complicada somente em São Paulo. Segundo o site da revista Época, a executiva nacional do partido cancelou uma reunião na semana passada devido aos graves problemas internos. Vários motivos "tumultuam a situação da legenda. Um deles foi a Operação Catilinárias, deflagrada pela Polícia Federal na terça-feira (15), ter feito buscas e apreensões no escritório do senador Fernando Bezerra (PE) em Petrolina, seu reduto eleitoral, e no endereço do ex-sócio do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto no ano passado. Outro motivo foi a destituição do senador Romário da presidência do diretório do PSB no Rio de Janeiro. O clima na legenda não está bom".
*****
Leia também:
- Alckmin "comprou" João Doria Jr.?
- João Doria Jr., o puxa-saco golpista
- A campanha "festiva" de João Doria Jr.
- A corrupção na Petrobras começou com FHC
- FHC será chamado a depor sobre o "petrolão"?
- Ao defender Eduardo Azeredo, PSDB afunda
- Lavo-Jato investigará o PSDB de São Paulo?
Na segunda-feira passada (14), num glamoroso jantar na casa
de Flávio Rocha, dono da Riachuelo, o governador Geraldo Alckmin declarou o seu
apoio à pré-candidatura do "cansado" João Doria Jr. à prefeitura da capital
paulista pelo PSDB. Para uma plateia composta pela fina flor da elite nativa –
Gustavo Junqueira, presidente da Sociedade Rural Brasileira, Rubens Ometto, da
Cosan, Lírio Parisotto, da Usiminas, e Roberto Klabin, entre outros ricaços –,
ele fez altos elogios ao trambiqueiro, que também é apresentador de um programa
tedioso na Band. Afirmou que João Doria, o Júnior, tem “juventude, saúde e disposição”
para “trabalhar por São Paulo”. A declaração de amor, porém, gerou ciumeira e traiçoeiras bicadas no ninho tucano, segundo reportagem da Folha deste domingo
(20).
“A sinalização de Alckmin causou imediata reação no PSDB e no Palácio dos Bandeirantes. ‘Foi um verdadeiro terremoto’, definiu um dos homens próximos ao governador. O partido e a Casa Civil sugeriram, imediatamente, que ele ‘restabelecesse’ o seu equilíbrio em relação à disputa por meio de uma carta. Pouco depois de aprovar a ideia, Alckmin recuou e preferiu ficar com a declaração de apoio ao empresário. Tucanos históricos passaram, então, a discutir uma reação ao gesto do chefe do Executivo paulista. Em conversas reservadas, caciques como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os senadores José Serra e Aloysio Nunes Ferreira e o ex-governador Alberto Goldman se dispuseram a ‘fazer o que for preciso’ para demover Alckmin de sua posição”, relata o jornal tucano.
As bicadas no ninho são sangrentas, apesar da mídia chapa-branca difundir a imagem de que o PSDB está mais unido do que nunca. Na disputa pela prefeitura paulistana há pelo menos cinco postulantes se engalfinhando. O vereador Andrea Matarazzo – o politico das "abotoaduras de ouro", que tem a preferência dos tucanos de alta plumagem citados na matéria da Folha –, os deputados federais Bruno Covas e Ricardo Tripoli, o eterno descartado José Anibal, presidente do Instituto Teotônio Vilela, e o empresário-trambiqueiro João Doria Jr. Este último, um notório fascista – que comandou o fracassado movimento "Cansei" e hoje estimula as marchas pelo impeachment de Dilma –, acaba de se filiar ao PSDB. É um oportunista sem trajetória partidária, o que desperta a inveja dos tucanos velhacos.
"Temos vários candidatos no partido com tradição política. O único candidato que não tem tradição, que não é compatível com a história política do partido e com a história política de São Paulo é João Doria", disse um dirigente nacional do PSDB, que pediu para não ser identificado, à Folha. A opção de Geraldo Alckmin de "descer do muro" foi calculada. "Embora evitasse manifestações públicas, ele vinha trabalhando nos bastidores para frear a pré-candidatura de Andrea Matarazzo, que considera muito ligado ao grupo do senador José Serra". Ao anunciar o seu apoio ao golpista "novato" – que é rejeitada pela maioria dos tucanos bicudos –, o governador paulista sinaliza que sua situação na sigla não é nada tranquila. Há até boatos de que ele poderá deixar em breve a legenda. A conferir!
Em tempo: Outra situação bastante complicada é a do PSB, o partido que jogou no lixo a história de Miguel Arraes e de tantos outros líderes de esquerda para se tornar uma filial do PSDB. Um dia após Geraldo Alckmin anunciar o seu apoio ao golpista João Doria, o vice-governador Márcio França, que manda na sigla em São Paulo, correu para pedir a sua benção. "Nós que somos partidos aliados temos uma estratégia: se o candidato do PSDB for alguém sintonizado com o governador, estaremos juntos na disputa. Abrimos mão de uma candidatura importante para acompanhar os passos do governador", afirmou o servil e pragmático dirigente "socialista".
A situação da legenda não é complicada somente em São Paulo. Segundo o site da revista Época, a executiva nacional do partido cancelou uma reunião na semana passada devido aos graves problemas internos. Vários motivos "tumultuam a situação da legenda. Um deles foi a Operação Catilinárias, deflagrada pela Polícia Federal na terça-feira (15), ter feito buscas e apreensões no escritório do senador Fernando Bezerra (PE) em Petrolina, seu reduto eleitoral, e no endereço do ex-sócio do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto no ano passado. Outro motivo foi a destituição do senador Romário da presidência do diretório do PSB no Rio de Janeiro. O clima na legenda não está bom".
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