Por Altamiro Borges
A famiglia Civita, responsável pela ‘Veja’, parece que ainda nutre esperanças de que o correntista suíço Eduardo Cunha será o grande líder do golpe contra Dilma. Tanto que a revista do esgoto evita cutucá-lo. Na semana passada, o presidente da Câmara Federal – o segundo na linha sucessória no Brasil – recebeu a visita em sua mansão em Brasília de agentes da Polícia Federal; o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou o pedido do seu afastamento do cargo; e o Supremo Tribunal Federal rejeitou a sua manobra na montagem da tal comissão especial do impeachment. Três bordoadas dignas de manchete! A ‘Veja’, porém, preferiu tratar em sua capa da estreia do filme Star Wars, “O futuro da saga”. A ridícula edição foi motivo de piadas nas redes sociais.
Já a famiglia Marinho, dona do império global, parece que abandonou o seu antigo serviçal. Talvez tenha chegado à conclusão de que Eduardo Cunha agora atrapalha a sua cruzada para “sangrar” ou derrubar a presidenta Dilma e decidiu jogá-lo no lixo como bagaço. A edição desta semana da ‘Época’ é mais uma prova da flexibilidade tática – para não dizer do oportunismo e da trairagem – dos filhos de Roberto Marinho. A revista lança um míssil, talvez mortal, contra o ainda presidente da Câmara Federal. “Documentos revelam que Eduardo Cunha omitiu contas no exterior”, afirma já no título. A reportagem assinada por Thiago Bronzatto, Ana Clara Costa e Ricardo Della Coletta mostra que a situação do achacador é cada vez mais insustentável.
"Artilharia cada vez mais pesada"
“O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro, encerrará 2015 sendo atacado por vários lados – do Planalto às ruas, do PMDB à Polícia Federal. A ofensiva mais recente partiu da Procuradoria-Geral da República em conjunto com o Banco Central (BC). Documentos em posse dos procuradores da Operação Lava Jato e obtidos por Época revelam que o parlamentar e a sua mulher, Cláudia Cruz, estão sendo investigados por suspeitas de crime de evasão de divisas, de omissão de informações e por atrapalhar a apuração dos processos e inquéritos em curso contra eles... Daqui em diante, a artilharia em direção a Cunha, como revela o material, será cada vez mais pesada”, vaticinam os jornalistas da famiglia Marinho.
Segundo a reportagem, o Banco Central já fez um amplo levantamento na base de dados de capitais no exterior entre dezembro de 2001 e dezembro de 2014 e constatou “a ausência de declaração para quaisquer desses períodos”. “No dia 18 de novembro, a autoridade monetária enviou uma notificação para Cunha e sua mulher pedindo esclarecimentos em 15 dias sobre seus bens detidos fora do Brasil e para que justificassem também a falta de registro desses recursos no sistema do Banco Central. No dia 3 de dezembro, os advogados de Cunha responderam à autoridade monetária, dizendo que o objeto de investigação é o mesmo do inquérito em trâmite no Supremo Tribunal Federal, ao qual não tiveram acesso integral, o que inviabilizaria qualquer resposta”.
A "deslealdade processual" do lobista
“Em 18 de dezembro, o procurador-geral do Banco Central, Isaac Sidney Menezes Ferreira, enviou relatório duro à Procuradoria-Geral da República. Ele diz no documento que o presidente da Câmara se omitiu ‘por 14 anos do dever de declarar ao BCB os valores de bens existentes fora do território nacional’. Além de destacar os US$ 4 milhões identificados num trust na Suíça, a autoridade monetária também chama a atenção para uma nova conta no Israel Discount Bank, que seria utilizada pelo parlamentar para receber propinas de contratos do FI-FGTS... A Resolução 3.854 do Banco Central prevê que todo brasileiro residente que tiver uma quantia igual ou superior a US$ 100 mil depositada no exterior precisa declarar o dinheiro anualmente. Trata-se de procedimento obrigatório a qualquer cidadão – isso inclui o presidente da Câmara dos Deputados”.
Em seu relatório, o procurador Isaac Ferreira afirma que Eduardo Cunha agiu com “deslealdade processual” ao se negar a responder as notificações do Banco Central. Para ele, o presidente da Câmara Federal teria procedido com “reprovável subterfúgio destinado a embaraçar as investigações... A atitude arredia do Sr. Eduardo Cosentino da Cunha revela desapreço e, até mesmo, singular menosprezo institucional ao BCB”. Na conclusão do despacho, ele informa ainda que foram encontrados elementos indicativos de que Cunha e sua mulher, alvos de um processo administrativo instaurado pela autoridade monetária, praticaram crime de evasão de divisas por terem mantido “depósitos não declarados à repartição federal competente”, conforme prevê a lei.
"Os gastos secretos de Cunha"
A reportagem da ‘Época’ é mais um petardo no lobista. Dias antes, o site da mesma revista já havia publicado – neste caso, sem alarde – um texto curioso. O título: “Os gastos secretos de Eduardo Cunha”. A notinha: “Desde junho, a Câmara dos Deputados gastou R$ 241 mil em despesas classificadas como sigilosas, por meio do uso de cartões corporativos. Poucos são os funcionários destacados para realizar as compras. Época perguntou à Câmara em quais despesas a dinheirama é consumida e por que a modalidade foi introduzida há tão pouco tempo (gestão do atual presidente). A Câmara diz apenas que são direcionadas ao deslocamento e à segurança do presidente em viagens”.
A famiglia Civita, responsável pela ‘Veja’, parece que ainda nutre esperanças de que o correntista suíço Eduardo Cunha será o grande líder do golpe contra Dilma. Tanto que a revista do esgoto evita cutucá-lo. Na semana passada, o presidente da Câmara Federal – o segundo na linha sucessória no Brasil – recebeu a visita em sua mansão em Brasília de agentes da Polícia Federal; o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou o pedido do seu afastamento do cargo; e o Supremo Tribunal Federal rejeitou a sua manobra na montagem da tal comissão especial do impeachment. Três bordoadas dignas de manchete! A ‘Veja’, porém, preferiu tratar em sua capa da estreia do filme Star Wars, “O futuro da saga”. A ridícula edição foi motivo de piadas nas redes sociais.
Já a famiglia Marinho, dona do império global, parece que abandonou o seu antigo serviçal. Talvez tenha chegado à conclusão de que Eduardo Cunha agora atrapalha a sua cruzada para “sangrar” ou derrubar a presidenta Dilma e decidiu jogá-lo no lixo como bagaço. A edição desta semana da ‘Época’ é mais uma prova da flexibilidade tática – para não dizer do oportunismo e da trairagem – dos filhos de Roberto Marinho. A revista lança um míssil, talvez mortal, contra o ainda presidente da Câmara Federal. “Documentos revelam que Eduardo Cunha omitiu contas no exterior”, afirma já no título. A reportagem assinada por Thiago Bronzatto, Ana Clara Costa e Ricardo Della Coletta mostra que a situação do achacador é cada vez mais insustentável.
"Artilharia cada vez mais pesada"
“O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro, encerrará 2015 sendo atacado por vários lados – do Planalto às ruas, do PMDB à Polícia Federal. A ofensiva mais recente partiu da Procuradoria-Geral da República em conjunto com o Banco Central (BC). Documentos em posse dos procuradores da Operação Lava Jato e obtidos por Época revelam que o parlamentar e a sua mulher, Cláudia Cruz, estão sendo investigados por suspeitas de crime de evasão de divisas, de omissão de informações e por atrapalhar a apuração dos processos e inquéritos em curso contra eles... Daqui em diante, a artilharia em direção a Cunha, como revela o material, será cada vez mais pesada”, vaticinam os jornalistas da famiglia Marinho.
Segundo a reportagem, o Banco Central já fez um amplo levantamento na base de dados de capitais no exterior entre dezembro de 2001 e dezembro de 2014 e constatou “a ausência de declaração para quaisquer desses períodos”. “No dia 18 de novembro, a autoridade monetária enviou uma notificação para Cunha e sua mulher pedindo esclarecimentos em 15 dias sobre seus bens detidos fora do Brasil e para que justificassem também a falta de registro desses recursos no sistema do Banco Central. No dia 3 de dezembro, os advogados de Cunha responderam à autoridade monetária, dizendo que o objeto de investigação é o mesmo do inquérito em trâmite no Supremo Tribunal Federal, ao qual não tiveram acesso integral, o que inviabilizaria qualquer resposta”.
A "deslealdade processual" do lobista
“Em 18 de dezembro, o procurador-geral do Banco Central, Isaac Sidney Menezes Ferreira, enviou relatório duro à Procuradoria-Geral da República. Ele diz no documento que o presidente da Câmara se omitiu ‘por 14 anos do dever de declarar ao BCB os valores de bens existentes fora do território nacional’. Além de destacar os US$ 4 milhões identificados num trust na Suíça, a autoridade monetária também chama a atenção para uma nova conta no Israel Discount Bank, que seria utilizada pelo parlamentar para receber propinas de contratos do FI-FGTS... A Resolução 3.854 do Banco Central prevê que todo brasileiro residente que tiver uma quantia igual ou superior a US$ 100 mil depositada no exterior precisa declarar o dinheiro anualmente. Trata-se de procedimento obrigatório a qualquer cidadão – isso inclui o presidente da Câmara dos Deputados”.
Em seu relatório, o procurador Isaac Ferreira afirma que Eduardo Cunha agiu com “deslealdade processual” ao se negar a responder as notificações do Banco Central. Para ele, o presidente da Câmara Federal teria procedido com “reprovável subterfúgio destinado a embaraçar as investigações... A atitude arredia do Sr. Eduardo Cosentino da Cunha revela desapreço e, até mesmo, singular menosprezo institucional ao BCB”. Na conclusão do despacho, ele informa ainda que foram encontrados elementos indicativos de que Cunha e sua mulher, alvos de um processo administrativo instaurado pela autoridade monetária, praticaram crime de evasão de divisas por terem mantido “depósitos não declarados à repartição federal competente”, conforme prevê a lei.
"Os gastos secretos de Cunha"
A reportagem da ‘Época’ é mais um petardo no lobista. Dias antes, o site da mesma revista já havia publicado – neste caso, sem alarde – um texto curioso. O título: “Os gastos secretos de Eduardo Cunha”. A notinha: “Desde junho, a Câmara dos Deputados gastou R$ 241 mil em despesas classificadas como sigilosas, por meio do uso de cartões corporativos. Poucos são os funcionários destacados para realizar as compras. Época perguntou à Câmara em quais despesas a dinheirama é consumida e por que a modalidade foi introduzida há tão pouco tempo (gestão do atual presidente). A Câmara diz apenas que são direcionadas ao deslocamento e à segurança do presidente em viagens”.
O tal cartão corporativo já gerou várias matérias sensacionalistas na mídia seletiva e, inclusive, levou à queda de ministros. Apesar da discrição neste caso, é evidente que o império global está no encalço de Eduardo Cunha. Desmoralizado na opinião pública – apenas alguns fascistas mirins mais tacanhos ainda carregam faixas "Somos todos Cunha" –, ele não serve mais aos intentos do Grupo Globo. Ele virou bagaço! As famiglias Civita e Marinho divergem na forma, não no conteúdo golpista.
*****
*****
Leia também:
Fica cansativo esse chororô sobre o pig. Já que a esquerda, covardemente, se omite, vai ficar assim por muito tempo. Está mais que na hora da esquerda criar um tabloide e reproduzi-lo na internet. Distribuí-lo gratuitamente nos sinais e pontos de movimento. Precisamos ler notícias que sejam pautadas na verdade. Enfim a nossa esquerda é decepcionante.
ResponderExcluirO que mantém a latrina editorial chamada Veja é a grana pública que gente como Alckmin direciona para a Abril. Se cortassem essa mamata, acabava com Veja e da um golpe no estômago da Abril.
ResponderExcluir