terça-feira, 5 de janeiro de 2016

As barrigas da mídia que o ódio produz

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:


Cheio de problemas, acabei quase não postando durante o dia e, para não me demorar mais, me redimo com obra alheia, retirada do engraçadíssimo Barrigas 2015.

A elas, por minha conta, acrescento a obra de arte de Lauro Jardim, que estreou em O Globo com um “mico” antológico: a denúncia do delator sobre as “contas do filho do Lula” que não foram mencionas hora alguma pelo sujeito e que, com todo o “desmerecimento”, vai ilustrando o post, como hors concours.

Barriga, para quem não conhece o jargão jornalístico, é notícia falsa, errada, grosseiramente errada, absurda.

Todo jornalista está sujeito a ela, sobretudo em duas situações: ou quando apura mal, não checa e não pensa por descuido. Ou quando faz tudo isso movido pelo ódio.

No caso da mídia brasileira, porém a segunda hipótese tornou-se patológica.

É isso dá ares trágicos a esta comédia de erros

1. Falando grego com o PT



Em julho de 2015 o jornalista Carlos Sardenberg da Globo/CBN vira piada na internet após atribuir a crise da Grécia ao PT. Segundo o brilhante comentarista, em 2012, Dilma e Lula teriam convencido o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras a adotar o programa anti-austeridade que causou toda a confusão. (não apenas a crise precede o governo de Tsipras, como sua posição já era conhecida muito antes de 2012… é cada uma!)

2. A queda dos que não caíram



Em junho a Revista Época publicou mais uma de suas “bombas” de 2015. E até hoje estamos esperando: Marcelo Odebrecht não delatou. A República não caiu. A história das celas ficou na ficção.

3.Cunha, Cuba e a bunda errada



O ano está quase acabando… Mas não para o experiente Lauro Jardim, que consegue cavar uma nova barriga entre o natal e o ano novo. Será que ainda dá tempo para mais uma?
4. Podemos tirar, se achar melhor



2015 não ficaria completo sem o “Podemos tirar, se achar melhor” da Reuters (reproduzido pelo Globo) que oferecia remover do texto a informação de que o pagamento de propinas havia começado no governo FHC.

5. O Cunha mereeeeeece respeito



Em março de 2015 a Veja fazia matéria de capa exaltando Eduardo Cunha. Apesar dos “pequenos deslizes do passado”, para a Veja, há esperança em Cunha.

6. O jurisconsulto Merval




Merval confunde desejo com realidade e transforma profecia em barrigada: o voto de Fachin acabou sendo reprovado quase que por unanimidade.

7. Reinaldo Azevedo e o amor a Cunha



Em maio de 2015, Azevedo “aplaudia” Cunha.

8. Como é mentira em latim?



Folha inventa manchete: em nenhum momento a #CartaDoTemer fala de “mentir” ou “mentiras”.

9. Era brincadeirinha…



A revista Veja admite que inventou a matéria sobre a festa do sobrinho do Lula. Internautas sugeriram mudar o nome da coluna de “erramos” para “mentimos”.

10. O desinfográfico da Globonews



Na matemática peculiar da GloboNews parece que 4,7% é maior do que 5,7

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