sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Gilmar é inconcebível em qualquer Corte

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

No evento do Barão de Itararé, em que o Paulo Moreia Leite lançou seu livro sobre a Lava Jato, um dos debatedores foi Wadih Damous (PT-RJ), ex-presidente da OAB-Rio.

(Por falar nisso, por que a OAB não subscreveu a Carta Aberta dos Advogados? Ah, que saudades do Raymundo Faoro!)

Wadih Damous fez observações afiadas, aqui reproduzidas de forma não literal:

- Vivemos a ditadura do senso comum: punir!

- O espetáculo no PiG gera a exemplaridade, o linchamento – hoje, o Brasil é apenas formalmente democrático.

- Um Poder Judiciário poderosíssimo é típico de Constituições “de virada”, da passagem de um regime ditatorial para um democrático.

- O Ministério Público do Brasil é o mais poderoso do mundo e o mais arbitrário.

- Foi correto o PT ir ao Supremo para impedir o Golpe do impeachment do Cunha na Câmara.

- Moro faz política.

- Moro é partidário.

- Vazamentos jogam a favor de um projeto político-partidário.

- Há um debate que não se trava no Brasil – o que fazer quando há conflito entre “direitos fundamentais” e “liberdade de expressão”.

- Nos Estados Unidos, prevalece invariavelmente a “liberdade de expressão”.

- A menos que um jornalista mude, subverta uma decisão da Justiça, pressione diretamente o júri.

- Na Corte da União Europeia, não. A liberdade de expressão não pode suprimir um direito fundamental, como a presunção de inocência!

- Na Europa, um jornalista, em nome da liberdade de expressão não pode contaminar o direito a um “free trial”.

- Na Áustria, um jornalista foi condenado porque perseguiu um ex-ministro sob julgamento!

- É aceitável o PiG tomar partido num julgamento e divulgar só versão da acusação?

- Onde estaria o Merval, na Áustria?

(- E o Chico Caruso? - PHA)

- Dias depois da divulgação da Carta Aberta dos Advogados Caruso publica uma charge no Globo em que o xerife chega no saloon e descobre que os advogados são piores que os bandidos!

(No “Quarto Poder”, há uma descrição serena da conversão do Chico Caruso à causa da liberdade dos filhos do Roberto Marinho – PHA)

(O dia em que o Chico Caruso for processado, ele não vai constituir advogado: vai contratar o Merval - PHA)

- É aceitável que o PiG tome partido em julgamento em curso, só com a versão da acusação?

- Vazamento é crime, mas falta tipificar como crime!

(O ansioso blogueiro observou, à parte, “é, mas não temos Ministro da Justiça”…

Um gentleman, Damous preferiu não comentar.

É óbvio que Damous deveria estar no lugar do zé da Justiça há muito tempo! - PHA)

- É isso o que o Moro encarna: o senso comum: mais punição!

- E o Ministério Público? Para combater a corrupção (de um lado só) vale tudo.

- Prisão preventiva para obter delação é análoga à tortura.

- São condenações anunciadas no noticiário!

- A presunção de inocência é um princípio civilizatório.

- É impensável um Gilmar Mendes (PSDB-MT) – PHA – Mendes numa corte constitucional em qualquer lugar do mundo! - impeachment nele!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente: