Por Altamiro Borges
No final de semana, o jornal Valor Econômico - que tem uma tiragem reduzida e atinge basicamente o mundo empresarial - publicou em primeira mão o documento sigiloso em que Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras, afirma com todas as letras: "A propina no governo FHC foi de US$ 100 milhões". Os que ainda se iludem com a chamada imparcialidade da mídia apostaram que a denúncia bombástica seria capa dos principais jornais nacionais e tema de ácidos comentários nas emissoras de rádio e televisão. Pobres midiotas! Erraram feio novamente. O famoso PIG (Partido da Imprensa Golpista) não vacila na sua linha editorial.
No final de semana, o jornal Valor Econômico - que tem uma tiragem reduzida e atinge basicamente o mundo empresarial - publicou em primeira mão o documento sigiloso em que Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras, afirma com todas as letras: "A propina no governo FHC foi de US$ 100 milhões". Os que ainda se iludem com a chamada imparcialidade da mídia apostaram que a denúncia bombástica seria capa dos principais jornais nacionais e tema de ácidos comentários nas emissoras de rádio e televisão. Pobres midiotas! Erraram feio novamente. O famoso PIG (Partido da Imprensa Golpista) não vacila na sua linha editorial.
A capa da Folha tucana desta terça-feira (12), por exemplo, dá a manchete garrafal para as acusações contra o ex-presidente Lula e um pequeno título, abaixo da dobra da página - que geralmente não é vista nas mais de 40 mil bancas de jornais espalhadas pelo país -, para a denúncia envolvendo FHC. Já o Estadão se refere ao escândalo como uma simples "citação" do nome do tucano. A suave abordagem também ficou abaixo da dobra da página. Em seu comentário hidrófobo no Jornal da Globo, na noite de segunda-feira, William Waack - assíduo frequentador do Instituto Millenium, o antro que reúne os barões da mídia nativa -, simplesmente deixou de mencionar a denúncia contra seu amigo do PSDB.
A grotesca seletividade em mais este episódio confirma as pesquisas do professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e coordenador do "Manchetômetro", João Feres Júnior. Para ele, a mídia nativa adota tratamento diferenciado nas denúncias contra petistas e tucanos. "O PSDB quase não é citado na cobertura da Operação Lava-Jato. Ainda que já tenha sido denunciado em delações mais de uma vez, assim como o ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, isto não aparece na mídia". Agora, com as revelações de Nestor Cerveró sobre o FHC, o mesmo está ocorrendo. "Mesmo sendo um cara super impopular em todas as classes sociais, Fernando Henrique é blindado pela mídia".
Em entrevista à repórter Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias, o pesquisador João Feres Júnior é taxativo ao afirmar que "a mídia brasileira é muito partidarizada, ou seja, a mídia brasileira, hoje em dia, se comporta como partido político, como acessório de um partido político. A mídia está atacando o PT faz muito tempo. Isso é uma prática antiga da mídia. Tem mais de 20 anos. Antes mesmo do PT chegar ao governo federal, a Folha de S.Paulo, por exemplo, já publicava notícias negativas sobre o PT, sempre ressaltando o nome do partido na manchete. E quando era notícia negativa sobre o PSDB, ela escondia o nome do partido. E continua fazendo".
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Mas, qual é a novidade? Como pode uma midia concebida nos laboratorios dos EUA, falar mal, ou publicar uma verdade sobre seu guru FHC?
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