Por Altamiro Borges
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Em tempo: Em novembro passado, um jagunço deste jornal, no auge do seu puxa-saquismo, detonou o Ministério da Cultura por ele ter destinado uma merreca de recursos públicos para apoiar iniciativas de mídia livre, sem fins lucrativos. Para o "calunista", o governo estaria desperdiçando recursos com o que ele rotulou de "mídia engajada". A Folha, segundo a visão deste serviçal, seria a expressão do jornalismo livre, independente, neutro, perfeito! Ela é quem deveria continuar recebendo milhões em anúncios publicitários do governo federal e das estatais. Será que a presidenta Dilma acredita nesta balela? O papa Francisco, pelo jeito, não bota muita fé nesta badalada independência da mídia!
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Em cerimônia no Vaticano na virada do ano, o papa Francisco novamente excomungou a chamada grande imprensa. Segundo relato de Philip Pullella, da Reuters, "os meios de comunicação precisam abrir mais espaço para histórias inspiradoras e positivas para contrabalançar a preponderância do mal, da violência e ódio no mundo, disse o papa nesta quinta-feira (31)... Em sua breve homília, Francisco disse que o ano encerrado foi marcado por muitas tragédias... Mas ele disse que também houve 'muitos grandes gestos de bondade' para ajudar os necessitados 'mesmo que eles não apareçam em programas noticiosos da televisão (porque) as coisas boas não fazem notícia'. Será que o papa tem acompanhado a mídia brasileira, hoje dominada por urubólogos da pior espécie?
Um dia após sua homília, a Folha de S.Paulo estampou na capa mais uma manchete terrorista: "Brasil pode perder até 2,2 milhões de vagas formais neste ano". A matéria se baseou nas previsões dos tais "analistas de mercado" - nome fictício dos porta-vozes dos abutres rentistas. Não se trata de notícia, de informação objetiva, mas de torcida - "pode", "tende", "tudo indica" e outras apostas. Na mesma edição, a famiglia Frias ainda publicou um editorial deprimente, intitulado "Poucas esperanças". Totalmente engajada na cavalgada golpista contra Dilma, a Folha faz profecias: "Pelo menos no que diz respeito à economia, o ano que ora começa carrega poucas esperanças de renovação. A crise de 2015, infelizmente, continuará presente em 2016". Haja urubólogos!
Essa visão pessimista e apocalíptica - na qual "as coisas boas não fazem notícia", conforme advertiu o papa Francisco -, não se dá por mera casualidade ou apenas por desejo de vender mais jornais ou obter maiores audiências. Ela tem objetivos políticos - desgastar o "lulopetismo" - e econômicos. O editorial da famiglia Frias é explícito. Ele lamenta a queda do ex-ministro Joaquim Levy, o homem do ajuste fiscal, que fez uma "inflexão, ainda que caótica, na política econômica", e critica as recentes sinalizações do novo ministro, Nelson Barbosa, no rumo do crescimento. "Dilma, com a sua notória incompetência política e administrativa, alimenta incertezas e não encampa as reformas necessárias".
Leitor crítico ou midiota?
Na semana retrasada, o jornal dos Frias divulgou mais uma daquelas pesquisas feitas sob encomenda ao Datafolha para se autopromover. Segundo a enquete, "os leitores da Folha são mais críticos que a população como um todo em relação ao desempenho da presidente Dilma Rousseff. Enquanto 65% dos brasileiros desaprovam o governo da petista, 74% das pessoas que leem o jornal o classificam como ruim ou péssimo... A cobertura do jornal em relação ao governo Dilma é aprovada por 76%, seis pontos a mais que o apurado na pesquisa anterior, de setembro. Variou positivamente também, de 64% para 68%, o percentual de leitores que classificam a cobertura como 'crítica na medida certa'.
Como dizia o escritor Balzac, quem se jacta muito dos seus feitos é porque poucos feitos têm para se jactar. A pesquisa serve apenas para provar como os leitores da Folha são diariamente manipulados, tornando-se autênticos midiotas. O jornalista Perseu Abramo já ensinou que os modernos padrões de manipulação, mais refinados, não se restringem a mentir por motivação política e econômica. Estas técnicas realçam o que interessa aos donos da mídia - "Brasil pode perder até 2,2 milhões de vagas" - e omitem o que não interessa. Ou, citando novamente o papa Francisco, coisas boas não são notícia.
Por estes crimes, a Folha bem que poderia ser excomungada pelo papa. Mas há, porém, quem ainda dê credibilidade a estes veículos. Nesta sexta-feira, a presidenta Dilma Rousseff, maior vítima destas distorções na atualidade, publicou um artigo na Folha desejando "feliz 2016 para o povo brasileiro". Ou seja: preferiu abençoa-la. Lamentável!
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Em tempo: Em novembro passado, um jagunço deste jornal, no auge do seu puxa-saquismo, detonou o Ministério da Cultura por ele ter destinado uma merreca de recursos públicos para apoiar iniciativas de mídia livre, sem fins lucrativos. Para o "calunista", o governo estaria desperdiçando recursos com o que ele rotulou de "mídia engajada". A Folha, segundo a visão deste serviçal, seria a expressão do jornalismo livre, independente, neutro, perfeito! Ela é quem deveria continuar recebendo milhões em anúncios publicitários do governo federal e das estatais. Será que a presidenta Dilma acredita nesta balela? O papa Francisco, pelo jeito, não bota muita fé nesta badalada independência da mídia!
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