Por Altamiro Borges
Na semana passada, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou o seu relatório anual sobre os conflitos agrários no Brasil. Ele comprova que o número de assassinatos no campo em 2015 foi o maior dos últimos 12 anos no Brasil. Foram 49 mortes registradas, a maior parte delas na Região Norte. Rondônia (21) e Pará (19) são os Estados com os índices mais alarmantes de violência. As vítimas desta chacina são, na maioria dos casos, lideranças da luta pela regularização fundiária. É o caso de uma família no município paraense de Conceição do Araguaia, que teve todos os seus cinco membros mortos a golpes de facão e tiros em fevereiro do ano passado. Os mandantes e os jagunços permanecem impunes, graças à complacência da Justiça e o silêncio da mídia ruralista.
Na divulgação do relatório, a CPT ressaltou que os dados são ainda parciais e que o número de assassinatos pode aumentar à medida que sejam consolidadas as informações provenientes do trabalho in loco, o que está previsto para ser concluído no fim de janeiro. Mesmo assim, o número de mortes no campo em 2015 já é o maior desde 2003, quando foram contabilizados 73 assassinatos. “O Norte do país é um barril de pólvora", garante Plácido Júnior, coordenador da CPT em Pernambuco e responsável pela compilação dos dados nacionais. "Além do avanço do agronegócio tradicional, acreditamos que o aumento das tensões no campo em 2015 tenha relação com maiores disputas por recursos como madeira e água, o prosseguimento de grandes empreendimentos de mineração e energia e a diminuição no número de assentamentos e demarcações".
Segundo reportagem do Jornal do Brasil, o próprio “Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) reconheceu o aumento das tensões no meio rural no ano passado, mas informou que, segundo dados da Ouvidoria Agrária Nacional (OAN), ocorreram 16 mortes em decorrência de conflitos no campo em 2015. A discrepância se deve a diferenças de metodologia, pois a OAN contabiliza somente informações oficiais provenientes da Polícia Civil e do Ministério da Justiça. O MDA disse que promove uma série de ações para prevenir a tensão no campo, entre elas a assessoria social e jurídica às famílias acampadas. Segundo o ministério, foram feitas 110 operações policias de combate à violência no campo em 2015, sobretudo em Rondônia, Pará, Tocantins e Maranhão”.
Já o balanço do CPT tem como base o levantamento feito por seus próprios agentes na zona rural, presentes em todos os Estados, com a ajuda dos parceiros de outras entidades que atuam no campo, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Dados da entidade mostram que de 1.115 casos de homicídio decorrentes de conflitos no campo registrados entre 1985 e 2014, apenas 12 foram julgados até hoje. Os velhos latifundiários, hoje rebatizados de “modernos” empresários do agronegócio, seguem matando impunemente, apropriando-se de vastas extensões de terra e devastando o meio ambiente. Apesar dos avanços dos últimos anos, o Brasil continua sendo um paraíso para os ruralistas com mentalidade escravocrata!
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Na semana passada, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou o seu relatório anual sobre os conflitos agrários no Brasil. Ele comprova que o número de assassinatos no campo em 2015 foi o maior dos últimos 12 anos no Brasil. Foram 49 mortes registradas, a maior parte delas na Região Norte. Rondônia (21) e Pará (19) são os Estados com os índices mais alarmantes de violência. As vítimas desta chacina são, na maioria dos casos, lideranças da luta pela regularização fundiária. É o caso de uma família no município paraense de Conceição do Araguaia, que teve todos os seus cinco membros mortos a golpes de facão e tiros em fevereiro do ano passado. Os mandantes e os jagunços permanecem impunes, graças à complacência da Justiça e o silêncio da mídia ruralista.
Na divulgação do relatório, a CPT ressaltou que os dados são ainda parciais e que o número de assassinatos pode aumentar à medida que sejam consolidadas as informações provenientes do trabalho in loco, o que está previsto para ser concluído no fim de janeiro. Mesmo assim, o número de mortes no campo em 2015 já é o maior desde 2003, quando foram contabilizados 73 assassinatos. “O Norte do país é um barril de pólvora", garante Plácido Júnior, coordenador da CPT em Pernambuco e responsável pela compilação dos dados nacionais. "Além do avanço do agronegócio tradicional, acreditamos que o aumento das tensões no campo em 2015 tenha relação com maiores disputas por recursos como madeira e água, o prosseguimento de grandes empreendimentos de mineração e energia e a diminuição no número de assentamentos e demarcações".
Segundo reportagem do Jornal do Brasil, o próprio “Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) reconheceu o aumento das tensões no meio rural no ano passado, mas informou que, segundo dados da Ouvidoria Agrária Nacional (OAN), ocorreram 16 mortes em decorrência de conflitos no campo em 2015. A discrepância se deve a diferenças de metodologia, pois a OAN contabiliza somente informações oficiais provenientes da Polícia Civil e do Ministério da Justiça. O MDA disse que promove uma série de ações para prevenir a tensão no campo, entre elas a assessoria social e jurídica às famílias acampadas. Segundo o ministério, foram feitas 110 operações policias de combate à violência no campo em 2015, sobretudo em Rondônia, Pará, Tocantins e Maranhão”.
Já o balanço do CPT tem como base o levantamento feito por seus próprios agentes na zona rural, presentes em todos os Estados, com a ajuda dos parceiros de outras entidades que atuam no campo, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Dados da entidade mostram que de 1.115 casos de homicídio decorrentes de conflitos no campo registrados entre 1985 e 2014, apenas 12 foram julgados até hoje. Os velhos latifundiários, hoje rebatizados de “modernos” empresários do agronegócio, seguem matando impunemente, apropriando-se de vastas extensões de terra e devastando o meio ambiente. Apesar dos avanços dos últimos anos, o Brasil continua sendo um paraíso para os ruralistas com mentalidade escravocrata!
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