Por Tereza Cruvinel, em seu blog:
Este é um governo que não consegue nunca celebrar, pois quando obtém uma vitória, vem logo uma derrota para neutralizar o êxito. Apesar do novo rebaixamento da nota brasileira pela agência S&P, a vitória governista com a reeleição do líder do PMDB Leonardo Picciani não pode ser subestimada. O governo emitiu um forte sinal de vida e mostrou que ainda tem bala na agulha para enfrentar as adversidades que tem pela frente, por mais que tenha tentado se descolar da ofensiva de Picciani para se reeleger.
A vitória é do líder e de seu grupo no PMDB, mas é também do Palácio do Planalto. E as consequências virão, para desgosto do maior derrotado, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
A reeleição de Picciani terá impacto direto sobre os seguintes jogos já marcados no calendário.
1. Impeachment – Ele terá o poder de indicar os membros da comissão especial que examinará o pedido de abertura de processo contra a presidente Dilma e, com isso, o impeachment perde ainda mais força. Qualquer que seja a decisão da comissão, o assunto vai a plenário e é lá que o governo precisa de ter votos. Mas já chegaria com meia derrota nas costas se perdesse na comissão. Picciani, entretanto, não deve repetir o erro de indicar só aliados de Dilma. Fará alguma concessão aos derrotados de oposição, garantindo-lhes uma ou duas vagas mas não a maioria dos oito lugares reservados ao PMDB.
2. Convenção do PMDB – A recondução do líder terá influência também sobre a convenção de seu partido, marcada para março, para discutir, inclusive, a (des) continuidade da aliança com o PT/Governo Dilma. Agora é bastante provável que Michel Temer, para se reeleger presidente da sigla, esqueça as rusgas com Dilma e não se alinhe com os defensores da ruptura. Aliás, ele pode até tirar este assunto de pauta.
3. Afastamento de Cunha pelo STF – Na medida em que o presidente da Câmara perde fôlego e sofre uma derrota em seu partido, o STF pode ficar mais animado a acolher o pedido do procurador-geral Rodrigo Janot para que determine seu afastamento do cargo. Alguns ministros receiam uma forte reação parlamentar caso determinem o afastamento sem precedentes.
4. Ajuste Fiscal – Com a reeleição de Picciani, o governo volta a contar com uma boa fração dos deputados do PMDB nas votações de matérias de natureza fiscal, fundamentais para superar a fragilidade econômica do momento. E também outras, que se mostrem importantes no enfrentamento da crise.
Vale dizer, Dilma recobrou as condições de reconstruir a governabilidade mínima de que precisa para efetivamente começar o ano político e administrativo. O PMDB não é tudo, mas quando um governo se acerta com ele, o resto fica mais fácil. Por isso mesmo, na luta de vida e morte para desalojar o PT do governo, a oposição deve agora priorizar o processo de cassação de Dilma pelo TSE e a incriminação do ex-presidente Lula.
Este é um governo que não consegue nunca celebrar, pois quando obtém uma vitória, vem logo uma derrota para neutralizar o êxito. Apesar do novo rebaixamento da nota brasileira pela agência S&P, a vitória governista com a reeleição do líder do PMDB Leonardo Picciani não pode ser subestimada. O governo emitiu um forte sinal de vida e mostrou que ainda tem bala na agulha para enfrentar as adversidades que tem pela frente, por mais que tenha tentado se descolar da ofensiva de Picciani para se reeleger.
A vitória é do líder e de seu grupo no PMDB, mas é também do Palácio do Planalto. E as consequências virão, para desgosto do maior derrotado, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
A reeleição de Picciani terá impacto direto sobre os seguintes jogos já marcados no calendário.
1. Impeachment – Ele terá o poder de indicar os membros da comissão especial que examinará o pedido de abertura de processo contra a presidente Dilma e, com isso, o impeachment perde ainda mais força. Qualquer que seja a decisão da comissão, o assunto vai a plenário e é lá que o governo precisa de ter votos. Mas já chegaria com meia derrota nas costas se perdesse na comissão. Picciani, entretanto, não deve repetir o erro de indicar só aliados de Dilma. Fará alguma concessão aos derrotados de oposição, garantindo-lhes uma ou duas vagas mas não a maioria dos oito lugares reservados ao PMDB.
2. Convenção do PMDB – A recondução do líder terá influência também sobre a convenção de seu partido, marcada para março, para discutir, inclusive, a (des) continuidade da aliança com o PT/Governo Dilma. Agora é bastante provável que Michel Temer, para se reeleger presidente da sigla, esqueça as rusgas com Dilma e não se alinhe com os defensores da ruptura. Aliás, ele pode até tirar este assunto de pauta.
3. Afastamento de Cunha pelo STF – Na medida em que o presidente da Câmara perde fôlego e sofre uma derrota em seu partido, o STF pode ficar mais animado a acolher o pedido do procurador-geral Rodrigo Janot para que determine seu afastamento do cargo. Alguns ministros receiam uma forte reação parlamentar caso determinem o afastamento sem precedentes.
4. Ajuste Fiscal – Com a reeleição de Picciani, o governo volta a contar com uma boa fração dos deputados do PMDB nas votações de matérias de natureza fiscal, fundamentais para superar a fragilidade econômica do momento. E também outras, que se mostrem importantes no enfrentamento da crise.
Vale dizer, Dilma recobrou as condições de reconstruir a governabilidade mínima de que precisa para efetivamente começar o ano político e administrativo. O PMDB não é tudo, mas quando um governo se acerta com ele, o resto fica mais fácil. Por isso mesmo, na luta de vida e morte para desalojar o PT do governo, a oposição deve agora priorizar o processo de cassação de Dilma pelo TSE e a incriminação do ex-presidente Lula.
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