Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
É ocioso lembrar quantos grandes líderes políticos já foram massacrados por essa mesma direita que está aí hoje a bombardear Lula de forma mecânica, metódica, planejada e executada com o timing e a sincronia de um balé bizarro.
Getúlio, Juscelino e Jango que o digam.
Todas essas investidas de grandes grupos corporativos de imprensa, de setores do Judiciário, das polícias militarizadas ou não contra líderes populares marcaram o século XX no Brasil e, agora, preparam-se para marcar, pela primeira vez, o século XXI.
Não passou da segunda década deste século a volta de um golpismo no país cujos efeitos foram sentidos por aqui durante mais da metade do século passado, inclusive no seu estertor.
Este, pois, é um país de tradição golpista – o que não chega a ser uma grande novidade, não é mesmo?
Enfim, Brasil, és um país que, de repente, tropeçaste, endoidaste e perdeste o rumo. E, nesse processo de hipnose coletiva que lembra um daqueles filmes de zumbis em que hordas de seres furiosos saem pelas ruas extravasando seus piores demônios por atos e palavras, irás marcar a segunda década do século XXI com o estigma do retrocesso político, social, cultural, econômico, democrático e institucional.
A história da humanidade é escrita sob a confrontação entre versões e fatos, ainda que alguns tentem dar conotações a esses fatos que não se amparam em razões concretas, passíveis de demonstração.
Todavia, é possível registrar a história com clareza neste tempos de inclusão digital, de um quase apogeu da comunicação e dos meios de armazenamento de todo e qualquer tipo de detalhe sobre qualquer período e qualquer episódio.
Ao longo das últimas duas décadas, cada capítulo da história humana pôde ser registrado de uma forma que jamais fora possível em mais de cinco mil anos de história da civilização. Somos uma sociedade que, no futuro, poderá ser visitada em detalhes ao clicar de um botão.
Não existe nenhuma dúvida de que será possível comprovar como o que fizeram contra Luiz Inácio Lula da Silva nada mais foi do que o mesmo que fizeram contra outros grandes líderes políticos que conseguiram resgatar por algum tempo o orgulho de ser brasileiro, um sentimento que jamais interessou à burguesia local, que sabe como a falta de um espírito coletivo fragiliza comunidades exploradas por interesses isolados.
Você pode olhar o linchamento público de Lula como mais uma derrota da eterna e injusta luta pela igualdade entre os brasileiros, em que uma maioria imensa, esfacelada e desmoralizada praticamente se entrega nas mãos de uma microscópica minoria determinada e abastada. Ou pode olhar o surgimento de Lula como mais um passo nessa luta.
Sim, conseguiram combalir Lula politicamente, ao menos por enquanto. Mas nunca outro líder popular conseguiu aumentar tanto os direitos e as expectativas dos brasileiros.
Ou será que a direita acha que, após voltar ao poder, este povo se conformará em ter menos do que teve durante os melhores anos da era Lula?
Esqueça, baby. As expectativas se inflacionaram. O brasileiro, após Lula, quer mais. E exigirá mais. Podem vir com todo papo neoliberal sobre ser inevitável todo mundo se f… que não adiantará nada. A população vai explodir, se tentarem obrigá-la a aceitar retrocessos.
E na Justiça? E no império da Lei? A era Lula (que compreende Dilma) deixará um marco. Muitos podem achar que a história não registrará que gente graúda só começou a responder por seus atos após Lula chegar ao poder, mas é uma expectativa vã.
Esse será um importante capítulo da história brasileira.
Enfim, homens passam, mas a história fica. É eterna, e ensinará que a impunidade diminuiu de forma inédita neste período histórico enquanto tantos alcançaram um nível muito melhor de desenvolvimento humano.
Lula poderá ser, ou não, mais um martirizado pela direita, que talvez, como outros, só venha a ser reconhecido no futuro, como JK, Getúlio e, em boa medida, como o próprio Jango. Mas pode ser que não aconteça.
Lula pode se recuperar do golpe. Não é porque outros líderes como ele não se recuperaram do massacre conservador que isso nunca ocorrerá.
Mas é o de menos. Após os golpes anteriores da elite para retardar o progresso social da nação, a sociedade acabou recobrando o juízo e levando líderes progressistas ao poder por períodos cada vez mais longos, quando obtiveram progressos cada vez mais intensos.
O Brasil achará seu rumo. E tudo que está acontecendo servirá para ensinar lições às gerações futuras. Lições que poderão surpreender a todos os que hoje acham que ganharam ou perderam, pois ninguém nunca ganha ou perde nada definitivamente, haja vista que a história certamente não tem um fim possível de ser previsto.
A história começa a ser escrita hoje, neste minuto em que você lê estas palavras. Todo o resto virou passado. Até a frase que você acaba de ler.
Getúlio, Juscelino e Jango que o digam.
Todas essas investidas de grandes grupos corporativos de imprensa, de setores do Judiciário, das polícias militarizadas ou não contra líderes populares marcaram o século XX no Brasil e, agora, preparam-se para marcar, pela primeira vez, o século XXI.
Não passou da segunda década deste século a volta de um golpismo no país cujos efeitos foram sentidos por aqui durante mais da metade do século passado, inclusive no seu estertor.
Este, pois, é um país de tradição golpista – o que não chega a ser uma grande novidade, não é mesmo?
Enfim, Brasil, és um país que, de repente, tropeçaste, endoidaste e perdeste o rumo. E, nesse processo de hipnose coletiva que lembra um daqueles filmes de zumbis em que hordas de seres furiosos saem pelas ruas extravasando seus piores demônios por atos e palavras, irás marcar a segunda década do século XXI com o estigma do retrocesso político, social, cultural, econômico, democrático e institucional.
A história da humanidade é escrita sob a confrontação entre versões e fatos, ainda que alguns tentem dar conotações a esses fatos que não se amparam em razões concretas, passíveis de demonstração.
Todavia, é possível registrar a história com clareza neste tempos de inclusão digital, de um quase apogeu da comunicação e dos meios de armazenamento de todo e qualquer tipo de detalhe sobre qualquer período e qualquer episódio.
Ao longo das últimas duas décadas, cada capítulo da história humana pôde ser registrado de uma forma que jamais fora possível em mais de cinco mil anos de história da civilização. Somos uma sociedade que, no futuro, poderá ser visitada em detalhes ao clicar de um botão.
Não existe nenhuma dúvida de que será possível comprovar como o que fizeram contra Luiz Inácio Lula da Silva nada mais foi do que o mesmo que fizeram contra outros grandes líderes políticos que conseguiram resgatar por algum tempo o orgulho de ser brasileiro, um sentimento que jamais interessou à burguesia local, que sabe como a falta de um espírito coletivo fragiliza comunidades exploradas por interesses isolados.
Você pode olhar o linchamento público de Lula como mais uma derrota da eterna e injusta luta pela igualdade entre os brasileiros, em que uma maioria imensa, esfacelada e desmoralizada praticamente se entrega nas mãos de uma microscópica minoria determinada e abastada. Ou pode olhar o surgimento de Lula como mais um passo nessa luta.
Sim, conseguiram combalir Lula politicamente, ao menos por enquanto. Mas nunca outro líder popular conseguiu aumentar tanto os direitos e as expectativas dos brasileiros.
Ou será que a direita acha que, após voltar ao poder, este povo se conformará em ter menos do que teve durante os melhores anos da era Lula?
Esqueça, baby. As expectativas se inflacionaram. O brasileiro, após Lula, quer mais. E exigirá mais. Podem vir com todo papo neoliberal sobre ser inevitável todo mundo se f… que não adiantará nada. A população vai explodir, se tentarem obrigá-la a aceitar retrocessos.
E na Justiça? E no império da Lei? A era Lula (que compreende Dilma) deixará um marco. Muitos podem achar que a história não registrará que gente graúda só começou a responder por seus atos após Lula chegar ao poder, mas é uma expectativa vã.
Esse será um importante capítulo da história brasileira.
Enfim, homens passam, mas a história fica. É eterna, e ensinará que a impunidade diminuiu de forma inédita neste período histórico enquanto tantos alcançaram um nível muito melhor de desenvolvimento humano.
Lula poderá ser, ou não, mais um martirizado pela direita, que talvez, como outros, só venha a ser reconhecido no futuro, como JK, Getúlio e, em boa medida, como o próprio Jango. Mas pode ser que não aconteça.
Lula pode se recuperar do golpe. Não é porque outros líderes como ele não se recuperaram do massacre conservador que isso nunca ocorrerá.
Mas é o de menos. Após os golpes anteriores da elite para retardar o progresso social da nação, a sociedade acabou recobrando o juízo e levando líderes progressistas ao poder por períodos cada vez mais longos, quando obtiveram progressos cada vez mais intensos.
O Brasil achará seu rumo. E tudo que está acontecendo servirá para ensinar lições às gerações futuras. Lições que poderão surpreender a todos os que hoje acham que ganharam ou perderam, pois ninguém nunca ganha ou perde nada definitivamente, haja vista que a história certamente não tem um fim possível de ser previsto.
A história começa a ser escrita hoje, neste minuto em que você lê estas palavras. Todo o resto virou passado. Até a frase que você acaba de ler.
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