Por Altamiro Borges
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O truculento Mauricio Macri, tão paparicado pela mídia neoliberal, ainda vai incendiar a Argentina. Em dois meses de governo, o mafioso já elevou brutalmente as contas de luz e gás, demitiu milhares de servidores e entabulou negociações lesivas com os abutres do capital financeiro internacional. De forma autoritária, ele governa por decretos - inclusive ao impor dois juízes servis na Corte Suprema. Nesta semana, Mauricio Macri anunciou mais uma medida ditatorial. Ele quer endurecer as medidas de repressão aos protestos de ruas na Argentina, proibindo os bloqueios dos espaços públicos.
Segundo matéria de Luciana Dyniewicz, correspondente da Folha em Buenos Aires, "o Ministério de Segurança já criou um protocolo que deverá ser utilizado quando houver manifestações. Em caso de atos organizados, a duração e o trajeto deverão ser comunicados antecipadamente às autoridades. Quando ocorrer bloqueios de ruas de forma espontânea, a polícia pedirá que as pessoas se retirem da via e informará a Justiça. Caso não seja respeitada a notificação policial, a remoção poderá ser feita à força. 'Vamos dar a eles [manifestantes] cinco minutos. Ou se vão ou os tiraremos', afirmou à imprensa local a ministra de Segurança, Patricia Bullrich". É uma democrata bem ao gosto da Folha, que adora ditadores - do passado e do presente, no Brasil ou na Argentina!
O tal "protocolo" do fascista Mauricio Macri ainda permite que os manifestantes sejam detidos caso se neguem a se identificar aos policiais. Conforme observa a própria jornalista, "enquanto Cristina Kirchner esteve no poder, entre 2007 e 2015, a postura adotada era a de permitir as manifestações sem restrições, o que tornou comum o bloqueio de vias". Na semana passada, antes do protocolo de repressão ser anunciado, cerca de 200 pontos em estradas do país foram fechados em um protesto contra a prisão da líder camponesa Milagro Sala.
Os movimentos sociais argentinos, conhecidos por sua combatividade, já anunciaram que não se dobrarão ao protocolo ditatorial do novo presidente. A luta de classes tende a se acirrar na vizinha Argentina, confirmando uma velha tese de que o neoliberalismo não combina com a democracia. Será que o Mauricio Macri concluirá o seu mandato?
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Respondo a sua pergunta retórica: espero que não conclua. Que se vá a bordo de um helicóptero que pousará nos jardins da Casa Rosada ou da Quinta de Olivos. E, de Ezeiza, parta para um exílio ensolarado em Miami. Marco Aurélio.
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