quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Mais um preso por corrupção... em Israel!

Ehud Olmert. Foto: Reuters
Por Altamiro Borges

Manipulados pela mídia venal, que tem interesses enrustidos na sua cotidiana e seletiva escandalização da política, muitos “midiotas” acreditam piamente que a corrupção só existe no Brasil e – pior ainda – que ela nasceu com o PT. Eles chegam a colocar em dúvida a propina recebida por Judas para trair Jesus Cristo – e eram apenas 12 apóstolos. Mas a vida é implacável e desnorteia os alienados. Nesta segunda-feira (15), por exemplo, o ex-primeiro-ministro de Israel, o facínora Ehud Olmert, começou a cumprir pena de 19 meses na prisão de Maasiyahu, na cidade de Ramla, por corrupção ativa e obstrução da Justiça.

O escândalo que resultou na condenação de Ehud Olmert ficou conhecido como “Holyland”. Quando ainda era prefeito de Jerusalém, entre 1993 e 2003, o ex-premiê aceitou propina para promover um monumental projeto imobiliário na cidade. O caso se arrastou por um longo período, mas em dezembro do ano passado a Corte Suprema de Israel referendou a decisão do Tribunal do Distrito de Jerusalém que o havia condenado à prisão. Ela, porém, reduziu a pena, que antes era de seis anos. Antes de ir para a cadeia, o ex-primeiro-ministro gravou um vídeo de três minutos e meio em sua casa em que jurou que é inocente e que nunca se envolveu com as poderosas empreiteiras do país.

A mídia brasileira deu pouco destaque para a prisão – até em função dos seus estreitos laços com os sionistas de Israel. Da mesma forma, ela minimizou a decisão da Justiça da França, tomada nesta terça-feira (16), que indiciou o ex-presidente Nicolas Sarkozy por financiamento ilegal da sua campanha. Segundo a agência de notícias RFI, o direitista francês “é suspeito de ter maquiado as contas de sua campanha eleitoral para ocultar o fato de que o partido havia ultrapassado o limite legal de gastos, de € 22,5 milhões. O caso ficou conhecido como Bygmalion, nome da empresa que organizava os comícios da corrida presidencial em 2012 e que, em seguida, superfaturava suas prestações junto ao partido do ex-presidente, o UMP (que hoje se chama Os Republicanos). Notas fiscais falsas num valor de cerca de € 18,5 bilhões teriam sido emitidas”.

“O ex-presidente, que já havia sido indiciado em julho de 2014, acusado de corrupção e tráfico de influência em um escândalo de escutas telefônicas, ainda pode recorrer da decisão da promotoria. Mesmo assim, o caso pode ter uma incidência direta na vida política do país, já que Sarkozy se apresentava como candidato para as primárias de seu partido, visando tentar se reeleger para a presidência francesa em 2017”. Para abalar ainda mais os dogmas dos “midiotas” vale registrar também a renúncia do ministro da Economia do Japão, Akira Amari, no final de janeiro. Ele chefiava o órgão todo-poderoso desde 2012 e era um dos principais aliados do primeiro-ministro Shinzo Abe. Ele foi acusado de receber suborno de uma construtora. Segundo reportagem da BBC, Akira Amari e seus assessores garfaram cerca de 12 milhões de ienes em dinheiro e presentes.

A “grande imprensa” nativa também não destacou o escândalo no Japão, um dos símbolos do paraíso capitalista. Afinal, a corrupção só existe no Brasil e é obra do PT! Pobres "midiotas"!

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