sábado, 13 de fevereiro de 2016

Meganhas da Lava Jato e narrativa golpista

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Carlos Fernando, um dos porta-vozes da Lava Jato, é o símbolo do golpismo messiânico que tomou conta da operação. Foi ele que falou em "refundar a república".

Ele quer transformar a Lava Jato numa operação que fará uma devassa em tudo, paralisando todas as atividades econômicas do país, criminalizando seletivamente alguns partidos.

Nessa entrevista, ele externa a sua visão de mundo autoritária, que expressa a narrativa que os meganhas de Curitiba e mídia querem impor à força à opinião pública, desde já intimidando juízes:

"Creio que hoje ninguém mais põe em questionamento a existência de um grande esquema de compra de apoio político partidário através do loteamento de cargos públicos importantes para que os partidos da base pudessem 'fazer' dinheiro para suas campanhas", diz ele.

A tese é esperta, a mesma do mensalão, porque criminaliza a política. É um ataque maquiavélico ao presidencialismo de coalizão. Afinal, o apoio político é, de fato, obtido pela distribuição de poder aos partidos aliados. É assim no mundo inteiro. Se os partidos usam esses cargos para obtenção de recursos para campanha, isso tem de ser combatido caso a caso, e não através do estabelecimento de uma narrativa satânica, cuidadosamente armada para que atinja apenas um lado da luta política.

Os meganhas da Lava Jato, ao criminalizarem até mesmo o Caixa 1 das campanhas (e só das campanhas da base aliada), tentam dar um cheque-mate na política em si, visto que, se todos os partidos precisavam de dinheiro de campanha e esse dinheiro tem de ser obtido junto às grandes empresas, qual o sentido em criminalizar apenas um espectro partidário?

Teríamos que fechar todos os partidos! Em caso contrário, a operação estaria confessando ser uma operação partidária proto-fascista, que visa eliminar apenas um lado do espectro político.

Isso é banditismo! E particularmente atroz porque usando o aparelho do Estado para isso. Ou seja, um banditismo pago com o dinheiro público!

O PP, por acaso, um dos partido mais envolvidos na Lava Jato, teria algum interesse na manutenção eterna do PT no poder?

Não.

Até porque o PP tem mais alianças com o PSDB e com a oposição em geral, nas eleições estaduais e municipais, do que com o PT.

A mesma coisa vale para o PMDB.

A tese de Carlos Fernando é delirante e oportunista. Serve apenas como ponta-de-lança do golpe, para subsidiar a narrativa de mídia desesperada por uma mudança de poder que lhe permita ter uma sobrevida.

Na entrevista, Carlos Fernando volta a atacar os esforços do governo para preservar empresas que empregam dezenas de milhares de pessoas, mais centenas de milhares de empregos indiretos.

É incrível a obsessão dos meganhas da Lava Jato por aprofundar mais crise. Com a desculpa de fazer uma "devassa moral" no país, pratica-se uma verdadeira sabotagem. Afinal, é evidente que todas as empresas, privadas ou públicas, tem algum tipo de problema, mas tudo isso deve ser combatido com moderação, inteligência, visando o bem social, e não a destruição econômica.

Procuradores recebem salários de marajá para protegerem a sociedade, e não puni-la com seus delírios de grandeza. Sim, porque eles continuarão recebendo seus salários, mas e o resto do país, como fará para patrocinar suas empreitadas apocalípticas?

Não serão os ricos, que tem contas no exterior, e sim a classe trabalhadora, como sempre, as principais vítimas desse messianismo oportunista e deliquente.

Abaixo, para registro histórico, a entrevista de Carlos Fernando.

*****

No Brasil 247.

PROCURADOR: 'LAVA JATO ATINGIU SUA MATURIDADE'


Um dos principais integrantes da força-tarefa da Lava Jato, o procurador Carlos Fernando Lima avalia que, com quase dois anos de vida, a operação atingiu sua maturidade; no entanto, ele antecipa que novas fases virão pela frente; "Há muito que fazer ainda na área investigativa. Novas estatais virão. Novos bancos virão. Fundos de pensão virão", afirma; Lima também desconsiderou as críticas de advogados, que apontam supressão de direitos na Lava Jato; "Quantos às críticas, penso que ataques genéricos, sem a coragem de nominar pessoas ou apontar fatos concretos, somente desqualifica o manifesto. Mas, é claro, o choro é livre em nosso país"

13 DE FEVEREIRO DE 2016 ÀS 08:28

Paraná 247 – Em entrevista aos jornalistas Ricardo Brandt e Fausto Macedo, o procurador Carlos Fernando Lima avalia que a Lava Jato atingiu seu ponto de maturidade, mas também antecipa futuras fases da operação.

"Vamos dizer que a Lava Jato alcançou sua maturidade. Significa que há muito a se fazer. Creio que hoje ninguém mais põe em questionamento a existência de um grande esquema de compra de apoio político partidário através do loteamento de cargos públicos importantes para que os partidos da base pudessem 'fazer' dinheiro para suas campanhas", diz ele.

Sobre o futuro, ele aponta como focos estatais, bancos e fundos de pensão. "Há muito que fazer ainda na área investigativa. Novas estatais virão. Novos bancos virão. Fundos de pensão virão. É claro que enfrentaremos dificuldades, especialmente aquelas criadas pelo próprio Governo, como no caso da lei de repatriamento e na MP 703, que alterou a Lei Anticorrupção, tornando-a uma lei criminogena, uma lei que incentiva a prática corrupta, pois permite que aqueles que sejam pegos possam escapar pelo simples pagamento de multas."

Lima também respondeu a um manifesto de advogados, que apontou abusos e supressão de direitos na condução da operação. "Vivemos num país de excesso de recursos, infindáveis habeas corpus, embargos de embargos de embargos, etc… Nosso país tem a fama da impunidade, e é ela merecida. Mesmo assim, ainda há possibilidade de se fazer um bom trabalho. As críticas soam familiares, pois são repetições do que aconteceu durante o mensalão. Os números absolutos de habeas corpus e recursos na Lava Jato mostram que há, em verdade, um abuso do uso desses recursos em nosso país, e o Ministério Público tem proposto, dentre outras medidas contra a corrupção, uma racionalização desse sistema", afirma. "Quantos às críticas, penso que ataques genéricos, sem a coragem de nominar pessoas ou apontar fatos concretos, somente desqualifica o manifesto. Mas, é claro, o choro é livre em nosso país."

2 comentários:

  1. Miro, esse lava jato, está mais do que claro que é apenas tirar o PT na cena política, somente assim eles voltam ao poder, visto que pelo voto não conseguem. Deveria haver investigação na polícia federal, juiz Moro, pois, eles perderam totalmente a vergonha na cara, estão muito escancarados, todo mundo já percebeu que eles só querem pegar petistas, tanto que outros políticos de outros partidos estão soltos, Aécio Neves não está preso depois de tanta corrupção. Então a polícia federal e a justiça perderam totalmente a moral. Não acreditamos nessas instituições. Tem mais bandidos na polícia federal, ministério público e na justiça do que na Papuda. Nádia/São Paulo.

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  2. Ele andou lendo os blogs sujos. Essa frase é de uma colega. Ainda bem. Algum dia ele acaba aprendendo algo além de devorar uma lei e passar no concurso. Se ele levar o Brasil à falência e tufo desmoronar não lhe sobrara salario. Imagina!

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