Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Quando você pensa que já viu de tudo na política brasileira, ela consegue surpreendê-lo outra e outra vez. Todavia, confesso que a última – ou melhor, a mais recente – me fez cair o queixo. O cartel de grupos empresariais que controla a comunicação de massa no Brasil estuprou o jornalismo de novo.
Semana passada, uma ex-jornalista da Globo com quem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso manteve um caso extraconjugal nos anos 1990 resolveu confirmar o que há muito tempo já era comentado a boca pequena, que ela foi exilada pela empresa de comunicação na Europa para não causar embaraços ao aliado político dos patrões em um momento em que ele ascendia politicamente.
Quem quiser conhecer essa história a fundo não pode deixar de ler “O Príncipe da Privataria” (Geração Editorial, 2013), do escritor Palmério Dória. O livro antecipa tudo o que veio à tona nos últimos dias.
Durante 18 longos anos, a autoproclamada “grande imprensa” brasileira se recusou a divulgar que o affaire entre FHC e a jornalista Mirian Dutra gerou um filho. Só em 2009, depois que a esposa legítima do tucano faleceu, seu filho ilegítimo atingiu a maioridade e o ex-presidente decidiu reconhecê-lo como filho legítimo é que a mídia divulgou o caso.
Em 2011, porém, dois testes de DNA – um feito em São Paulo e o outro, em Nova York – teriam revelado, segundo FHC, que Tomás Dutra Schmidt, o filho que teve com a jornalista Miriam Dutra, não seria dele.
A partir dali, era previsível que Mirian não ficaria satisfeita. Ela apareceu na foto como uma vigarista que conseguiu benesses como residir na Europa sem trabalhar com todas as contas pagas pela Globo e pelo ex-presidente com base em uma fraude, dizer ao tucano que o filho que gerara era dele.
Quase cinco anos depois de FHC tê-la exposto como uma vigarista, Mirian volta à cena pública trazendo revelações comprometedoras contra quem a difamou e põe em dúvida a versão dele de que o teste de DNA que a compromete e tira direitos de herança de seu filho seja verdadeiro.
E, de quebra, ainda diz ao mundo que FHC, enquanto ocupava a Presidência, cometeu atos que sugerem que esteve envolvido em corrupção no exercício do mandato, como enviar dinheiro ilegalmente para fora do Brasil valendo-se de um esquema criminoso com uma empresa com a qual seu governo mantinha negócios.
O indício de corrupção é forte. Mirian tem documentos que comprovam a transação ilícita. E que constituem o fio da meada de esquema maior.
De repente, porém, de forma estarrecedora, jornalistas conhecidos começam a publicar colunas em grandes jornais insinuando que tudo isso que veio à tona é, pasmem, uma “armação do PT”.
Hein?!
FHC monta um esquema desses para acobertar suas escapadas amorosas, utiliza esquema criminoso para esse fim e, sem prova alguma, sem um mísero indício, um bando de jornalistas irresponsáveis elabora uma hipótese sem pé nem cabeça e começa a divulgá-la como se tivessem algum elemento que fundamentasse tal suposição.
A primeira engraçadinha a transformar suas especulações em “notícia” foi a conhecida “musa da massa cheirosa”, a colunista do Estadão Eliane Cantanhêde, quem gosta de ressaltar as fragrâncias que exalam dos corpos dos políticos do PSDB – e isso não é piada, é fato.
Dali em diante, os colunistas do cartel midiático começaram a tratar como “fato” que o PT esteja por trás das revelações da ex-namorada ressentida de FHC. A insinuação é uma enormidade: ela teria sido paga pelo partido para dizer o que disse sobre o homem responsável por seu exílio, por seu confinamento por décadas em uma gaiola dourada e, finalmente, pela demolição de sua honra.
Neste domingo, leio o colunista da Folha de São Paulo Hélio Schwartsman atacar Lula pelas suspeitas que recaem sobre FHC. E ele ainda recomenda “aos petistas” que não “comemorem” porque os problemas do tucano com a lei – que, segundo esse cara-de-pau, seriam “menos graves”, como se existisse meia gravidez – não absolvem Lula.
Cantanhêde, Schwartsman e toda a fila de paus-mandados dos barões da mídia que estão tratando o PT como culpado pelas estripulias de FHC sem disporem de um fio de prova, porém, podem ficar descansados. Não há lei que incomode a máfia tucana.
A roubalheira praticada por FHC (privataria) continuará impune enquanto a mídia e a Justiça perseguem Lula sem disporem contra ele de um décimo das evidências que pesam contra o tucano, quem, se vivêssemos em um país sério, estaria preso há muito tempo por ter vendido o patrimônio público brasileiro a preço de banana em troca de tal fortuna em propina que hoje lhe permite distribuir por aí apartamentos de um milhão de reais cada.
Quando você pensa que já viu de tudo na política brasileira, ela consegue surpreendê-lo outra e outra vez. Todavia, confesso que a última – ou melhor, a mais recente – me fez cair o queixo. O cartel de grupos empresariais que controla a comunicação de massa no Brasil estuprou o jornalismo de novo.
Semana passada, uma ex-jornalista da Globo com quem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso manteve um caso extraconjugal nos anos 1990 resolveu confirmar o que há muito tempo já era comentado a boca pequena, que ela foi exilada pela empresa de comunicação na Europa para não causar embaraços ao aliado político dos patrões em um momento em que ele ascendia politicamente.
Quem quiser conhecer essa história a fundo não pode deixar de ler “O Príncipe da Privataria” (Geração Editorial, 2013), do escritor Palmério Dória. O livro antecipa tudo o que veio à tona nos últimos dias.
Durante 18 longos anos, a autoproclamada “grande imprensa” brasileira se recusou a divulgar que o affaire entre FHC e a jornalista Mirian Dutra gerou um filho. Só em 2009, depois que a esposa legítima do tucano faleceu, seu filho ilegítimo atingiu a maioridade e o ex-presidente decidiu reconhecê-lo como filho legítimo é que a mídia divulgou o caso.
Em 2011, porém, dois testes de DNA – um feito em São Paulo e o outro, em Nova York – teriam revelado, segundo FHC, que Tomás Dutra Schmidt, o filho que teve com a jornalista Miriam Dutra, não seria dele.
A partir dali, era previsível que Mirian não ficaria satisfeita. Ela apareceu na foto como uma vigarista que conseguiu benesses como residir na Europa sem trabalhar com todas as contas pagas pela Globo e pelo ex-presidente com base em uma fraude, dizer ao tucano que o filho que gerara era dele.
Quase cinco anos depois de FHC tê-la exposto como uma vigarista, Mirian volta à cena pública trazendo revelações comprometedoras contra quem a difamou e põe em dúvida a versão dele de que o teste de DNA que a compromete e tira direitos de herança de seu filho seja verdadeiro.
E, de quebra, ainda diz ao mundo que FHC, enquanto ocupava a Presidência, cometeu atos que sugerem que esteve envolvido em corrupção no exercício do mandato, como enviar dinheiro ilegalmente para fora do Brasil valendo-se de um esquema criminoso com uma empresa com a qual seu governo mantinha negócios.
O indício de corrupção é forte. Mirian tem documentos que comprovam a transação ilícita. E que constituem o fio da meada de esquema maior.
De repente, porém, de forma estarrecedora, jornalistas conhecidos começam a publicar colunas em grandes jornais insinuando que tudo isso que veio à tona é, pasmem, uma “armação do PT”.
Hein?!
FHC monta um esquema desses para acobertar suas escapadas amorosas, utiliza esquema criminoso para esse fim e, sem prova alguma, sem um mísero indício, um bando de jornalistas irresponsáveis elabora uma hipótese sem pé nem cabeça e começa a divulgá-la como se tivessem algum elemento que fundamentasse tal suposição.
A primeira engraçadinha a transformar suas especulações em “notícia” foi a conhecida “musa da massa cheirosa”, a colunista do Estadão Eliane Cantanhêde, quem gosta de ressaltar as fragrâncias que exalam dos corpos dos políticos do PSDB – e isso não é piada, é fato.
Dali em diante, os colunistas do cartel midiático começaram a tratar como “fato” que o PT esteja por trás das revelações da ex-namorada ressentida de FHC. A insinuação é uma enormidade: ela teria sido paga pelo partido para dizer o que disse sobre o homem responsável por seu exílio, por seu confinamento por décadas em uma gaiola dourada e, finalmente, pela demolição de sua honra.
Neste domingo, leio o colunista da Folha de São Paulo Hélio Schwartsman atacar Lula pelas suspeitas que recaem sobre FHC. E ele ainda recomenda “aos petistas” que não “comemorem” porque os problemas do tucano com a lei – que, segundo esse cara-de-pau, seriam “menos graves”, como se existisse meia gravidez – não absolvem Lula.
Cantanhêde, Schwartsman e toda a fila de paus-mandados dos barões da mídia que estão tratando o PT como culpado pelas estripulias de FHC sem disporem de um fio de prova, porém, podem ficar descansados. Não há lei que incomode a máfia tucana.
A roubalheira praticada por FHC (privataria) continuará impune enquanto a mídia e a Justiça perseguem Lula sem disporem contra ele de um décimo das evidências que pesam contra o tucano, quem, se vivêssemos em um país sério, estaria preso há muito tempo por ter vendido o patrimônio público brasileiro a preço de banana em troca de tal fortuna em propina que hoje lhe permite distribuir por aí apartamentos de um milhão de reais cada.
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