Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
Há tempos vimos alertando sobre o papel econômico e geopolítico da cooperação internacional - os tratados de cooperação entre Ministérios Públicos e Polícias Federais de vários países. Os Estados Unidos são um país no qual o conceito de interesse nacional está estreitamente associado às estratégias de suas multinacionais.
Passaram a ser o ponto central da cooperação e a exercer uma espécie de jurisdição internacional, utilizando o instrumento como estratégia de guerra comercial.
No Brasil, a cooperação já vitimou empreiteiras que se internacionalizavam, a Eletronuclear e a Petrobras. Sua próxima vítima serão os grupos de mídia nacional, graças ao desmantelamento das organizações criminosas que orbitavam em torno do futebol.
Para entender melhor.
Na grande expansão das multi norte-americanas no pós-guerra, houve tentativas de internacionalizar os grupos de mídia, mas que sempre esbarraram nas legislações nacionais, obrigando-os a se associar ou ocupar papel secundário na relação com os parceiros nativos.
Veja o caso Globo-Time/Life. Os americanos bancaram o investimento, o know how, forneceram a tecnologia e os quadros técnicos e acabaram tendo de abrir mão da sociedade devido à reação política interna – que, sendo aparentemente contra o acordo, acabou beneficiando Roberto Marinho.
Com a Internet e a popularização da TV a cabo, as barreiras legais foram superadas. Os grupos tiraram do baú seus projetos internacionais e passaram a montar estratégias visando conquistar audiência nos países-alvo.
Aí entra o futebol. Desde as históricas lutas de Jack Dempsey, nos anos 20, eventos esportivos sempre foram o carro chefe das audiências das emissoras. E, fora dos Estados Unidos, o futebol sempre o esporte por excelência.
Ao longo das décadas, os eventos futebolísticos tornaram-se a grande mina de ouro. Em torno dos contratos de patrocínios às transmissões de futebol montou-se uma tentacular cadeia tendo como epicentro a FIFA e como braços os grupos de mídia hegemônicos em cada país, influenciando governos e ajudando a consolidar a influência das confederações filiadas.
Se dependesse das estruturas nacionais de combate ao crime organizado, seria mais fácil um elefante voando do que a o Ministério Público Federal ou da Polícia Federal investigando para valer as ligações da Globo com FIFA, CBF e os clubes esportivos. Essa mesma dificuldade deve ocorrer em outros países politicamente frágeis.
Usando a cooperação internacional como alavanca, os Estados Unidos lograram desbaratar a quadrilha que atuava na FIFA e, por tabela, os esquemas viciados de compras de transmissões de campeonatos nacionais.
O quadro midiático tornou-se tão demolidor que a própria Globosat foi obrigada a aceitar transmitir os canais concorrentes.
A cada dia que passa, maior é o peso da Globosat nos resultados gerais das Organizações Globo, na mesma medida em que há queda nas receitas dos demais veículos. Essa a razão da própria Globosat ter admitido incluir os canais concorrentes em sua programação.
E aí se tem o grande paradoxo.
O Ministério Público Federal, um órgão do Estado brasileiro, mandou uma missão aos Estados Unidos, chefiada pelo próprio Procurador Geral da República, levando informações contra a Petrobras, que é uma empresa de controle estatal, que deverão ser utilizadas nas ações empreendidas contra a empresa.
A mesma equipe voltou dos EUA com informações contra a Eletronuclear, outra empresa pública, em outro setor-chave para os interesses setoriais norte-americanos.
E, no entanto, não se tem informação sobre a contrapartida brasileira na cooperação internacional contra a máfia das transmissões esportivas e, especificamente, investigando os contratos da Globo com a CBF.
Há tempos vimos alertando sobre o papel econômico e geopolítico da cooperação internacional - os tratados de cooperação entre Ministérios Públicos e Polícias Federais de vários países. Os Estados Unidos são um país no qual o conceito de interesse nacional está estreitamente associado às estratégias de suas multinacionais.
Passaram a ser o ponto central da cooperação e a exercer uma espécie de jurisdição internacional, utilizando o instrumento como estratégia de guerra comercial.
No Brasil, a cooperação já vitimou empreiteiras que se internacionalizavam, a Eletronuclear e a Petrobras. Sua próxima vítima serão os grupos de mídia nacional, graças ao desmantelamento das organizações criminosas que orbitavam em torno do futebol.
Para entender melhor.
Na grande expansão das multi norte-americanas no pós-guerra, houve tentativas de internacionalizar os grupos de mídia, mas que sempre esbarraram nas legislações nacionais, obrigando-os a se associar ou ocupar papel secundário na relação com os parceiros nativos.
Veja o caso Globo-Time/Life. Os americanos bancaram o investimento, o know how, forneceram a tecnologia e os quadros técnicos e acabaram tendo de abrir mão da sociedade devido à reação política interna – que, sendo aparentemente contra o acordo, acabou beneficiando Roberto Marinho.
Com a Internet e a popularização da TV a cabo, as barreiras legais foram superadas. Os grupos tiraram do baú seus projetos internacionais e passaram a montar estratégias visando conquistar audiência nos países-alvo.
Aí entra o futebol. Desde as históricas lutas de Jack Dempsey, nos anos 20, eventos esportivos sempre foram o carro chefe das audiências das emissoras. E, fora dos Estados Unidos, o futebol sempre o esporte por excelência.
Ao longo das décadas, os eventos futebolísticos tornaram-se a grande mina de ouro. Em torno dos contratos de patrocínios às transmissões de futebol montou-se uma tentacular cadeia tendo como epicentro a FIFA e como braços os grupos de mídia hegemônicos em cada país, influenciando governos e ajudando a consolidar a influência das confederações filiadas.
Se dependesse das estruturas nacionais de combate ao crime organizado, seria mais fácil um elefante voando do que a o Ministério Público Federal ou da Polícia Federal investigando para valer as ligações da Globo com FIFA, CBF e os clubes esportivos. Essa mesma dificuldade deve ocorrer em outros países politicamente frágeis.
Usando a cooperação internacional como alavanca, os Estados Unidos lograram desbaratar a quadrilha que atuava na FIFA e, por tabela, os esquemas viciados de compras de transmissões de campeonatos nacionais.
O quadro midiático tornou-se tão demolidor que a própria Globosat foi obrigada a aceitar transmitir os canais concorrentes.
A cada dia que passa, maior é o peso da Globosat nos resultados gerais das Organizações Globo, na mesma medida em que há queda nas receitas dos demais veículos. Essa a razão da própria Globosat ter admitido incluir os canais concorrentes em sua programação.
E aí se tem o grande paradoxo.
O Ministério Público Federal, um órgão do Estado brasileiro, mandou uma missão aos Estados Unidos, chefiada pelo próprio Procurador Geral da República, levando informações contra a Petrobras, que é uma empresa de controle estatal, que deverão ser utilizadas nas ações empreendidas contra a empresa.
A mesma equipe voltou dos EUA com informações contra a Eletronuclear, outra empresa pública, em outro setor-chave para os interesses setoriais norte-americanos.
E, no entanto, não se tem informação sobre a contrapartida brasileira na cooperação internacional contra a máfia das transmissões esportivas e, especificamente, investigando os contratos da Globo com a CBF.
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