Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
Uma das saídas para a crise atual pode estar no Oriente. Mais precisamente na China. E a infraestrutura é o setor chave.
Desde o ano passado há um grupo interministerial analisando os próximos passos da aproximação do Brasil com a China. Nas primeiras rodadas, sem contar o Banco dos BRICs e o Banco da Infraestrutura, a China já disponibilizou US$ 70 bilhões de crédito ao Brasil.
Do lado brasileiro participam das discussões o Itamaraty, o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Fazenda e Planejamento. Do lado da China, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reformas.
Na fase preliminar, foi elaborada uma lista preliminar de projetos nas áreas de infraestrutura, telecomunicações, logística, mineração e energia e agricultura.
Há alguns projetos objetos de atenção especial, como a ferrovia transoceânica, um projeto polêmico, mas que, se se mostrar viável, viabilizará o modelo ferroviário brasileiro, funcionando como uma espinha dorsal complementar à Ferrovia Norte-Sul.
Entre maio e junho deverão ficar prontos os estudos de viabilidade. Do lado chinês, acredita-se piamente na sua economicidade, devido ao potencial anual de 50 milhões de toneladas de carga.
*****
Os chineses apostam que, em breve, o Brasil evoluirá para uma visão sistêmica das ferrovias. Em vez de trechos isolados, um planejamento estratégico encarando o setor como um sistema interligado.
Com isso, não haveria como não incluir a chamada Bioceânica como vetor estratégico. A Bioceânica tem um traçado Leste-Oeste. Pode ser interligado com a Norte-Sul. Com isso haveria uma estrutura em cruz cobrindo todo o território nacional e viabilizando a construção de ramais.
Do lado brasileiro, a Bioceânica teria 4 mil km. E, de imediato, conseguiria interligar Campinorte e Lucas do Rio Verde, zona de expansão agrícola.
*****
Outro projeto que não está descartado é o do trem-bala ligando o Rio a São Paulo. A ideia surgiu em 2008, a partir de um telefonema de Lula para o presidente chinês.
Apesar do lado brasileiro não ter dado continuidade, a banda chinesa continua a postos. As empresas que se instalaram por aqui continuam trabalhando. E, na embaixada da China, acredita-se que poderá ser viabilizado mediante um novo modelo de negócios, uma concessão a a ser integralmente assumida pelo lado chinês.
A proposta já foi apresentada ao Ministro da Fazenda Nelson Barbosa, assim como a alternativa de uma ferrovia de média velocidade. Os chineses aguardam apenas o consentimento das autoridades brasileiras para relançarem o projeto.
*****
Do lado chinês, a visão preponderante é que meramente financiar é uma forma ultrapassada de parceria. Os investimentos precisam ser pensados estrategicamente.
No modelo proposto, as próprias empresas chinesas aceitam bancar todo o investimento.
Mas há óbices burocráticos a serem vencidos. Um deles é que, mesmo se a empresa chinesa bancar o investimento, o TCU (Tribunal de Contas da União) quer controlar o investimento.
*****
Enfim, há uma longa agenda, com dois desdobramentos relevantes. O primeiro, a parceria com a China. O segundo, a possibilidade de jogar com os interesses diplomático-comerciais dos Estados Unidos.
Nos tempos em que o país sabia pensar estrategicamente, essa dualidade – na época EUA-Alemanha – foi essencial para o salto de desenvolvimento dos anos 50.
Uma das saídas para a crise atual pode estar no Oriente. Mais precisamente na China. E a infraestrutura é o setor chave.
Desde o ano passado há um grupo interministerial analisando os próximos passos da aproximação do Brasil com a China. Nas primeiras rodadas, sem contar o Banco dos BRICs e o Banco da Infraestrutura, a China já disponibilizou US$ 70 bilhões de crédito ao Brasil.
Do lado brasileiro participam das discussões o Itamaraty, o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Fazenda e Planejamento. Do lado da China, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reformas.
Na fase preliminar, foi elaborada uma lista preliminar de projetos nas áreas de infraestrutura, telecomunicações, logística, mineração e energia e agricultura.
Há alguns projetos objetos de atenção especial, como a ferrovia transoceânica, um projeto polêmico, mas que, se se mostrar viável, viabilizará o modelo ferroviário brasileiro, funcionando como uma espinha dorsal complementar à Ferrovia Norte-Sul.
Entre maio e junho deverão ficar prontos os estudos de viabilidade. Do lado chinês, acredita-se piamente na sua economicidade, devido ao potencial anual de 50 milhões de toneladas de carga.
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Os chineses apostam que, em breve, o Brasil evoluirá para uma visão sistêmica das ferrovias. Em vez de trechos isolados, um planejamento estratégico encarando o setor como um sistema interligado.
Com isso, não haveria como não incluir a chamada Bioceânica como vetor estratégico. A Bioceânica tem um traçado Leste-Oeste. Pode ser interligado com a Norte-Sul. Com isso haveria uma estrutura em cruz cobrindo todo o território nacional e viabilizando a construção de ramais.
Do lado brasileiro, a Bioceânica teria 4 mil km. E, de imediato, conseguiria interligar Campinorte e Lucas do Rio Verde, zona de expansão agrícola.
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Outro projeto que não está descartado é o do trem-bala ligando o Rio a São Paulo. A ideia surgiu em 2008, a partir de um telefonema de Lula para o presidente chinês.
Apesar do lado brasileiro não ter dado continuidade, a banda chinesa continua a postos. As empresas que se instalaram por aqui continuam trabalhando. E, na embaixada da China, acredita-se que poderá ser viabilizado mediante um novo modelo de negócios, uma concessão a a ser integralmente assumida pelo lado chinês.
A proposta já foi apresentada ao Ministro da Fazenda Nelson Barbosa, assim como a alternativa de uma ferrovia de média velocidade. Os chineses aguardam apenas o consentimento das autoridades brasileiras para relançarem o projeto.
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Do lado chinês, a visão preponderante é que meramente financiar é uma forma ultrapassada de parceria. Os investimentos precisam ser pensados estrategicamente.
No modelo proposto, as próprias empresas chinesas aceitam bancar todo o investimento.
Mas há óbices burocráticos a serem vencidos. Um deles é que, mesmo se a empresa chinesa bancar o investimento, o TCU (Tribunal de Contas da União) quer controlar o investimento.
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Enfim, há uma longa agenda, com dois desdobramentos relevantes. O primeiro, a parceria com a China. O segundo, a possibilidade de jogar com os interesses diplomático-comerciais dos Estados Unidos.
Nos tempos em que o país sabia pensar estrategicamente, essa dualidade – na época EUA-Alemanha – foi essencial para o salto de desenvolvimento dos anos 50.
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