Por Altamiro Borges
Nesta semana, o colunista Ricardo Feltrin, do site UOL, apresentou um dado impressionante sobre a decadência de um dos principais programas da tevê brasileira. "Apenas entre 2012 e 2015, o 'Jornal Nacional', perdeu 28 em cada 100 telespectadores que antes acompanhavam ao telejornal da Globo todas as noites em todo o Brasil. A queda de audiência, apontada por dados consolidados obtidos por esta coluna, mostram que a participação do 'JN' no universo de TVs ligadas, nas 15 principais regiões metropolitanas do país, caiu de 53,7% em 2012 para 38,9% no ano passado".
Nesta semana, o colunista Ricardo Feltrin, do site UOL, apresentou um dado impressionante sobre a decadência de um dos principais programas da tevê brasileira. "Apenas entre 2012 e 2015, o 'Jornal Nacional', perdeu 28 em cada 100 telespectadores que antes acompanhavam ao telejornal da Globo todas as noites em todo o Brasil. A queda de audiência, apontada por dados consolidados obtidos por esta coluna, mostram que a participação do 'JN' no universo de TVs ligadas, nas 15 principais regiões metropolitanas do país, caiu de 53,7% em 2012 para 38,9% no ano passado".
Conforme observa, "o telejornal da Globo ainda é líder inconteste de audiência no país, mas, ano após ano, vem perdendo público e importância. Dez ou 15 anos atrás era impensável a qualquer pessoa que quisesse ser bem informada deixar de assistir ao 'JN'. O resultado atual mostra mudança clara nesse quadro. Vale dizer também que o 'JN' perde público para os seus concorrentes diretos: por exemplo, desde 2012, o share do 'Jornal da Record' cresceu 91% (de 10,4% para 19,8%). O telejornal do SBT também cresceu 3%; já o 'Jornal da Band' cresceu 49% em seu share desde 2012: de 2,3 para 3,5%".
Há vários fatores que explicam esta decadência, como a explosão da internet e o crescimento da tevê por assinatura - que "disparou nos últimos quatro anos; passou de 13,3% para 20,5% em 2015". Há ainda, não citada pelo autor, a abrupta queda de credibilidade dos "produtos" da Globo. E não é para menos. Afinal, a emissora tem se excedido na manipulação, cada vez mais partidarizada e direitista. Na cobertura "jornalística" do carnaval, por exemplo, a TV Globo teve o descaramento de censurar a homenagem da escola de samba carioca Vila Isabel ao ex-governador pernambucano Miguel Arraes.
O golpe rasteiro foi questionado até pela jornalista Fátima Bernardes, ex-apresentadora do "JN" que hoje vende salsichas no seu programa matinal de entretenimento e merchandising. Em um áudio que vazou, ela reclamou do corte. "Nossa, se o compacto ficar sem esse final vai ficar muito estranho". De fato, ficou estranho e, de imediato, virou motivo de crítica nas redes sociais. Na comunidade de Vila Isabel, a emissora foi alvo de protestos. Em outro episódio que confirma a perda de credibilidade da Globo, na mesma semana torcedores da Gaviões da Fiel ergueram faixas do estádio Itaquerão, em São Paulo: "Rede Globo, o Corinthians não é seu quintal", "Jogo às 22h também merece punição"!
É certo que a queda de audiência - decorrente da explosão da internet, do crescimento da tevê a cabo e também da sua vertiginosa perda de credibilidade - ainda não afetou frontalmente o faturamento em publicidade do império global. Tanto que os três filhos de Roberto Marinho segue no topo da lista das maiores fortunas do Brasil. O mercado publicitário brasileiro segue refém das chantagens e ameaças da Rede Globo - principalmente do "mensalão" do BV (Bônus de Volume).
No final de janeiro, a Kantar Ibope Media divulgou um estudo que aponta que a tevê aberta arrecadou mais de R$ 67,5 bilhões em publicidade em 2014 - último ano com estatísticas fechadas. O montante investido no setor representou um aumento de 13% em relação ao ano anterior. Em todos os veículos de comunicação - TV aberta e a cabo, rádio, jornais, revistas e internet -, os gastos em publicidade em 2014 foram de R$ 121 bilhões. Ou seja: a tevê aberta, apesar da queda constante de audiência, ainda abocanhou mais da metade do bolo publicitário. A TV Globo evidentemente ficou com a maior fatia - para a alegria dos filhos do Marinho, que devem ter festejado a bolada no triplex ilegal em Paraty.
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