Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Seja ou não com o estímulo de uma UDN de toga e de uma massa de propaganda midiática jamais vista, o fato é que a a classe média, tão acariciada pelos governos petistas, destila seu ódio nas ruas.
Não é novidade e os prédios de Copacabana já envergaram faixas iguais em 1964.
Se o mundo é muito menos propício a golpes de estado que então, é igualmente verdade que ambas – a classe média e a máquina de propaganda do sistema- também chegam ao Brasil profundo e às periferias.
E não pode ser respondida com omissões e concessões.
Infelizmente, porque seria melhor um quadro de paz institucional do que o confronto que estamos assistindo.
Mas o que está criado não será dissolvido com apelos à pacificação, porque não há pacificação no horizonte próximo, embora isso não queira dizer, ao contrário, que se devam aceitar conflitos e provocações.
Vimos, semana passada, o poder da aparição indignada de Lula.
A direita apressou-se em dizer que ele provocava e sua manifestação foi usada até pelos aloprados do MP paulista como motivo de sua prisão.
É só que pode deter esta onda, ainda mais que temos um governo paralisado e temeroso de tudo, mais ocupado em discutir o “longo prazo” de uma reforma da previdência para acalmar o mercado do que com o preço do tomate no mercado, para acalmar o povo.
Não há mais como evitar o agravamento da crise apenas pelo diálogo dos políticos ou pela moderação – que nunca vem – do aparelho judicial.
Será preciso deter com a mobilização de massa o avanço da loucura autoritária.
Se isso não for entendido e – mais importante – não for enfrentado, o Brasil pagará com a democracia por nossa covardia.
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