Por Renato Rovai, em seu blog:
As mobilizações que o Brasil assistiu ontem (18) certamente entrarão para a história pelo significado que tiveram depois de mais de um ano de massacre midiático seletivo de um campo político. Como também entrará para a história a manipulação dos seus dados em todo o Brasil.
Em São Paulo, por exemplo, o Datafolha que falou em 500 mil pessoas no domingo na Avenida Paulista disse que ontem eram 95 mil. Olhe bem as fotos de ontem e faça caber cinco vezes mais pessoas ali na avenida Paulista e no seu entorno.
Já a PM quis ser mais radical e registrou 80 mil ontem contra 1,4 milhão no domingo.
Ou seja, quase 20 vezes mais gente no ato dos que defendiam o impeachment.
Quem conhece São Paulo só por ver as fotos sabe que se for possível colocar em qualquer ato 20 vezes mais pessoas do que ontem elas teriam de estar espalhadas no mínimo da Vila Madalena até a Aclimação.
Ou seja, o que se está buscando é convencer a população, a partir de uma narrativa fraudulenta, que a resistência à tentativa de golpe midiático-judicial é pequena perto dos que a apoiam.
O que não é fato.
Não é pequena e tem crescido muito nas últimas semanas.
As mobilizações que o Brasil assistiu ontem (18) certamente entrarão para a história pelo significado que tiveram depois de mais de um ano de massacre midiático seletivo de um campo político. Como também entrará para a história a manipulação dos seus dados em todo o Brasil.
Em São Paulo, por exemplo, o Datafolha que falou em 500 mil pessoas no domingo na Avenida Paulista disse que ontem eram 95 mil. Olhe bem as fotos de ontem e faça caber cinco vezes mais pessoas ali na avenida Paulista e no seu entorno.
Já a PM quis ser mais radical e registrou 80 mil ontem contra 1,4 milhão no domingo.
Ou seja, quase 20 vezes mais gente no ato dos que defendiam o impeachment.
Quem conhece São Paulo só por ver as fotos sabe que se for possível colocar em qualquer ato 20 vezes mais pessoas do que ontem elas teriam de estar espalhadas no mínimo da Vila Madalena até a Aclimação.
Ou seja, o que se está buscando é convencer a população, a partir de uma narrativa fraudulenta, que a resistência à tentativa de golpe midiático-judicial é pequena perto dos que a apoiam.
O que não é fato.
Não é pequena e tem crescido muito nas últimas semanas.
Visão de parte da Paulista durante fala do ex-presidente Lula (Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula)
Cresceu não só em São Paulo como em BH, Rio, Fortaleza, Salvador, Recife, Belém e outras dezenas de cidades Brasil afora.
Ontem na Paulista tinha homem branco de terno e gravata que saiu do trabalho e foi direto para lá, mas também tinha muito operário, sem teto, sem terra, negros, gente do movimento LGBT, de torcidas organizadas e muitas empregadas domésticas e babás que não estavam nas ruas apenas para empurrar carrinhos de bebes.
Essa diversidade pode também ser vista nas imagens.
E ela é importante porque dá capilaridade para que o processo de resistência ganhe ainda mais força.
Um processo de resistência que já não é só de petistas e de quem apoia o governo. Que foi além.
Ontem nos atos era grande o número de pessoas de outros partidos e movimentos críticos ao governo Dilma, como o MPL e o Psol, por exemplo.
Como também havia uma grande participação de jovens de movimentos de cultura e de tribos menos orgânicas da política.
Esse pessoal foi às ruas porque percebeu que a direita subiu com a democracia no telhado.
A luta pela democracia é muito mais ampla que a contra o impeachment.
Mas as pessoas estão se dando conta aos poucos que uma tem a ver com a outra.
Que a preservação do mandato de Dilma será necessário para que o Brasil não se torne de novo uma republiqueta de bananas que vive de golpe em golpe.
Antes do dia 13 escrevi aqui que o destino do Brasil começava a se definir não naquele domingo, mas no dia 18.
Porque se os atos de ontem fossem apenas de militantes orgânicos, a fatura estaria liquidada.
O impeachment seria questão de dias e a Constituição seria atropelada pela sanha de Eduardo Cunha, Globo, PSDB, Moro, Gilmar Mendes e outros cidadãos de bem.
Mas não vai ser mais assim.
O jogo ainda será muito duro, a pressão será imensa, Dilma terá grandes dificuldades para governar e Lula ainda continuará com a faca da prisão no pescoço.
Mas tudo indica quanto mais eles vão acelerando e buscando resolver as coisas desrespeitando processos democráticos, mais gente vai se posicionando do lado de cá.
E como num jogo de War, aqueles que estavam apenas na Oceania começam avançar algumas peças para outros territórios.
Ontem, avançou-se.
Mas tudo o que você vai ler, assistir e ouvir hoje é que não é nada disso.
Que os baderneiros de vermelho continuam onde sempre estiveram e são muito pequeninhos.
Ignore.
A democracia ainda está em risco no Brasil, mas desde as manifestações de ontem é possível dizer que se ampliou em muito a quantidade de pessoas e movimentos dispostas a defendê-la.
Cresceu não só em São Paulo como em BH, Rio, Fortaleza, Salvador, Recife, Belém e outras dezenas de cidades Brasil afora.
Ontem na Paulista tinha homem branco de terno e gravata que saiu do trabalho e foi direto para lá, mas também tinha muito operário, sem teto, sem terra, negros, gente do movimento LGBT, de torcidas organizadas e muitas empregadas domésticas e babás que não estavam nas ruas apenas para empurrar carrinhos de bebes.
Essa diversidade pode também ser vista nas imagens.
E ela é importante porque dá capilaridade para que o processo de resistência ganhe ainda mais força.
Um processo de resistência que já não é só de petistas e de quem apoia o governo. Que foi além.
Ontem nos atos era grande o número de pessoas de outros partidos e movimentos críticos ao governo Dilma, como o MPL e o Psol, por exemplo.
Como também havia uma grande participação de jovens de movimentos de cultura e de tribos menos orgânicas da política.
Esse pessoal foi às ruas porque percebeu que a direita subiu com a democracia no telhado.
A luta pela democracia é muito mais ampla que a contra o impeachment.
Mas as pessoas estão se dando conta aos poucos que uma tem a ver com a outra.
Que a preservação do mandato de Dilma será necessário para que o Brasil não se torne de novo uma republiqueta de bananas que vive de golpe em golpe.
Antes do dia 13 escrevi aqui que o destino do Brasil começava a se definir não naquele domingo, mas no dia 18.
Porque se os atos de ontem fossem apenas de militantes orgânicos, a fatura estaria liquidada.
O impeachment seria questão de dias e a Constituição seria atropelada pela sanha de Eduardo Cunha, Globo, PSDB, Moro, Gilmar Mendes e outros cidadãos de bem.
Mas não vai ser mais assim.
O jogo ainda será muito duro, a pressão será imensa, Dilma terá grandes dificuldades para governar e Lula ainda continuará com a faca da prisão no pescoço.
Mas tudo indica quanto mais eles vão acelerando e buscando resolver as coisas desrespeitando processos democráticos, mais gente vai se posicionando do lado de cá.
E como num jogo de War, aqueles que estavam apenas na Oceania começam avançar algumas peças para outros territórios.
Ontem, avançou-se.
Mas tudo o que você vai ler, assistir e ouvir hoje é que não é nada disso.
Que os baderneiros de vermelho continuam onde sempre estiveram e são muito pequeninhos.
Ignore.
A democracia ainda está em risco no Brasil, mas desde as manifestações de ontem é possível dizer que se ampliou em muito a quantidade de pessoas e movimentos dispostas a defendê-la.
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