Por Raul Varassin
Ernesto Che Guevara esteve no Paraná em l966, antes de seguir para a Bolívia onde foi executado. Em l961 também esteve no Brasil, em Brasília, onde recebeu a Ordem Cruzeiro do Sul do então presidente Jânio Quadros.
A filha do major Cerveira, Neusa Romanzini Pires Cerveira, conta em seu depoimento à Comissão da Verdade do Paraná que as reminiscências de infância a levam até o bairro Água Verde em Curitiba, onde moravam. O pai, defensor da revolução democrática cubana, recebe Ernesto Che Guevara para um pernoite em l966. Não houve reunião com nenhuma organização. Ele apenas estava em trânsito.
Em l970, o Major Pires Cerveira foi preso pelo Doi Codi no Rio de Janeiro junto com a mulher e o filho. Foram barbaramente torturados. Nessa época, o major Cerveira trabalhava com Carlos Lamarca, que acabou acolhendo Neusa, na época com 12 anos de idade. Mas, trocado pelo embaixador alemão sequestrado, Ehrenfried Anton Von Holleben, vai ao Chile. E, voltando ao Brasil em l973 pela Argentina, o major Cerveira foi sequestrado em Buenos Aires pelo delegado Sergio Paranhos Fleury e encaminhado ao Doi Codi do Rio de Janeiro, a rua Barão de Mesquita, onde foi torturado e morto.
Em l966 o repórter Raul Varassin, do então Diário do Paraná, entrevista o general Vianna Moog, irmão do escritor gaúchoVianna Moog e então comandante da 5ª Região Militar, com sede em Curitiba. Doente, ao lado de sua mulher no Hotel Excelsior, em frente a Biblioteca Pública do Paraná, ele confirma que Che Guevara estava no Paraná, possivelmente no Norte Novo do Estado (na região de Maringá ou Mandaguari) e que o Exército estava à sua procura. Essa entrevista virou manchete no Diário do Paraná e no dia seguinte manchete no Jornal da Tarde de São Paulo e repercussão internacional pela France Press e United Press Internacional.
No dia seguinte o mesmo repórter, acompanhado por Fernando Paola, outro repórter do Diário do Paraná, foram à casa do coronel Dalmo Bozon, no bairro Jardim Social, em Curitiba.O coronel era o comandante do Regimento de Cavalaria Mecanizada-tanques no bairro curitibano do Boqueirão. Ele confirma a presença do Che Guevara no Paraná, como o comandante da 5ª RM havia afirmado e informa que o Exército do Brasil estava atrás do guerrilheiro.
Sem confirmação, como estas, havia na época o boato que Ernesto Che Guevara ficou durante uma semana, antes de ir ao Paraná, no Centro de Residência Universitária da USP na Cidade Universitária da USP (CRUSP). Sua execução na Bolívia aconteceu um ano depois de sua passagem clandestina pelo Brasil.
* Raul Varassin é jornalista.
Ernesto Che Guevara esteve no Paraná em l966, antes de seguir para a Bolívia onde foi executado. Em l961 também esteve no Brasil, em Brasília, onde recebeu a Ordem Cruzeiro do Sul do então presidente Jânio Quadros.
A filha do major Cerveira, Neusa Romanzini Pires Cerveira, conta em seu depoimento à Comissão da Verdade do Paraná que as reminiscências de infância a levam até o bairro Água Verde em Curitiba, onde moravam. O pai, defensor da revolução democrática cubana, recebe Ernesto Che Guevara para um pernoite em l966. Não houve reunião com nenhuma organização. Ele apenas estava em trânsito.
Em l970, o Major Pires Cerveira foi preso pelo Doi Codi no Rio de Janeiro junto com a mulher e o filho. Foram barbaramente torturados. Nessa época, o major Cerveira trabalhava com Carlos Lamarca, que acabou acolhendo Neusa, na época com 12 anos de idade. Mas, trocado pelo embaixador alemão sequestrado, Ehrenfried Anton Von Holleben, vai ao Chile. E, voltando ao Brasil em l973 pela Argentina, o major Cerveira foi sequestrado em Buenos Aires pelo delegado Sergio Paranhos Fleury e encaminhado ao Doi Codi do Rio de Janeiro, a rua Barão de Mesquita, onde foi torturado e morto.
Em l966 o repórter Raul Varassin, do então Diário do Paraná, entrevista o general Vianna Moog, irmão do escritor gaúchoVianna Moog e então comandante da 5ª Região Militar, com sede em Curitiba. Doente, ao lado de sua mulher no Hotel Excelsior, em frente a Biblioteca Pública do Paraná, ele confirma que Che Guevara estava no Paraná, possivelmente no Norte Novo do Estado (na região de Maringá ou Mandaguari) e que o Exército estava à sua procura. Essa entrevista virou manchete no Diário do Paraná e no dia seguinte manchete no Jornal da Tarde de São Paulo e repercussão internacional pela France Press e United Press Internacional.
No dia seguinte o mesmo repórter, acompanhado por Fernando Paola, outro repórter do Diário do Paraná, foram à casa do coronel Dalmo Bozon, no bairro Jardim Social, em Curitiba.O coronel era o comandante do Regimento de Cavalaria Mecanizada-tanques no bairro curitibano do Boqueirão. Ele confirma a presença do Che Guevara no Paraná, como o comandante da 5ª RM havia afirmado e informa que o Exército do Brasil estava atrás do guerrilheiro.
Sem confirmação, como estas, havia na época o boato que Ernesto Che Guevara ficou durante uma semana, antes de ir ao Paraná, no Centro de Residência Universitária da USP na Cidade Universitária da USP (CRUSP). Sua execução na Bolívia aconteceu um ano depois de sua passagem clandestina pelo Brasil.
* Raul Varassin é jornalista.
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