Por Marcelo Auler, em seu blog:
A pergunta acima está no ar. Eu não vi o Jornal Nacional, mas pelo site G1, no resumo de notícias apresentadas nesta quarta-feira (02/03) isto aqui não foi noticiado aos telespectadores. Pode ser que todos sejamos surpreendidos com o assunto em alguma edição futura dos telejornais da Rede Globo, da GloboNews, das rádios CBN e Globo ou, amanhã. esteja nas páginas dos jornais O Globo e Extra. Há quem duvide, mas o fato existe, mesmo se não sair nos muitos canais de comunicação das Organizações Globo.
Por iniciativa dos deputados federais petistas Paulo Pimenta (RS) e Wadih Damous (RJ), o procurador geral da República, Rodrigo Janot foi acionado para investigar a relação dos Marinhos, donos do império Globo, com offshores que também são investigadas em operações da Polícia Federal como Lava Jato e Ararath.
Tudo por conta da já famosa casa de Paraty que, através de notificação extrajudicial a diversos blogs, João Roberto Marinho informou não ser da família.
Mas, nesta quarta-feira (02/03), para contrariá-lo, o Tijolaço, de Fernando Brito, e o Viomundo, de Luiz Carlos Azenha , mostram as estreitas ligações da mansão erguida em área de proteção ambiental com Patricia Martinho, filha de João Roberto, e seu ex-marido, Alexandre Chiappetta de Azevedo.
Azenha foi além, mostrou que o casal Patrícia e Alexandre, em 1997, sem licitação, ganhou o direito de explorar o Estadio de Remo da Lagoa, onde construíram o Complexo de Diversão Lagoon. O contrato de exploração que era temporário foi renovado todo este tempo e já provocou uma do Ministério Público Estadual pois, “entre 1997 e 2003 a empresa nunca recolheu o aluguel, tendo dívida calculada então em mais de R$ 3 milhões!”
Oficio dos deputados Paulo Pimenta e Wadih Damous ao Procurador Geral da República – Reprodução.
No pedido ao PGR encaminhado na tarde desta quarta-feira, os dois deputados citam, com respaldo no noticiário dos chamados site independente como Diário do Centro do Mundo, Tijolaço, Viomundo, Rede Brasil Atual, O Cafezinho, Revista Forum, Conversa Afiada e Jornal GGN que os documentos levantados por estes blogs demonstram
“que podem existir esquemas de empresas nacionais e internacionais, principalmente offshores, para cometerem crimes contra o sistema financeiro, a ordem tributária e a administração pública.”
Os deputados então falam das “conexões da panamenha Mossack Fonseca (também chamada de MF e Mosfon), matriz de empresas offshores, investigada pelas Operações Lava Jato e Ararath, com a Brasif, Rede Globo, FIFA e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”.
O esquema envolvendo estas empresas, as offshore e a casa de Paraty que era usada pelo casal Patricia e Alexandre pode ser acessado em um blog do deputado Paulo Pimenta. Com respaldo nessa documentação, Pimenta e Damous pedem “que sejam investigadas e esclarecidas, entre outros, “a existência de eventuais bens da família Marinho em situação ilícita de ocultação patrimonial; as atividades das offshores vinculadas ao grupo Globo; e as relações entre a Globo, suas respectivas empresas e offshores e a FIFA”.
As offshores aparecem como proprietárias de uma mansão da família Marinho, construída ilegalmente em área de proteção ambiental na ilha de Paraty (RJ) e de um helicóptero também usado pela família Marinho, dona da Rede Globo
O vínculo dos Marinhos com a mansão que João Roberto tinha dito não pertencer a nenhum dos membros da família foi descoberto por Brito e revelado no Tijolaço na matéria João Roberto Marinho divide endereço com agropecuária da mansão. Fim de papo, cuja leitura é obrigatória assim como a matéria apresentada por Azenha: AO FORMAR CONSÓRCIO, AGROPECUÁRIA QUE CONTROLA MANSÃO DE PARATY DEU COMO ENDEREÇO SEDE DE EMPRESA DO GENRO DE JOÃO ROBERTO MARINHO.
Curiosamente, ao ser procurado por um repórter de O Globo para mais uma vez falar do sítio de Atibaia, o ex-presidente Luz Inácio Lula da Silva cobrou das organizações Globo a matéria sobre os verdadeiros donos da mansão de Paraty.
Os deputados Damous e Pimenta, porém, avançam no pedido de informações sobre a Brasif e as relações desta empresa com FHC e sua ex-amante, Miriam Dutra. Pedem que seja esclarecido se a empresa foi “utilizada por FHC para enviar 100 mil dólares a jornalista Mirian Dutra, com quem o ex-Presidente tucano tem um filho. Miriam Dutra trabalhou para a Globo por 25 anos. Recentemente, Miriam contou que foi “exilada” na Europa pela Globo na década de 1990 para não prejudicar a imagem de FHC que seria candidato à presidência da República. Na época, FHC era casado com Ruth Cardoso”.
Diz o documento apresentado pelos parlamentares ao procurador-geral:
“Quanto à Brasif, a empresa seria de alguma forma retribuída por esses supostos favores prestados a FHC? Segundo notícia da “Folha de São Paulo” de em 2004, há 30 anos a Brasif dominava o mercado de free shops sozinha. Em 2016 a “Folha de São Paulo” afirmou que, com “know-how, [Jonas Barcellos, dono da Brasif] concorreu praticamente sozinho nas licitações abertas para aeroportos, conseguindo ainda prorrogar na Justiça contratos de onde já atuava apoiado em portarias que regulam o negócio no Brasil”.
Ainda segundo a “Folha”, o “poder da Brasif no setor foi além de sua infraestrutura. Com amigos influentes em Brasília, Barcellos conseguiu, por exemplo, derrubar medida criada no governo FHC para limitar a US$ 300 por pessoa (eram US$ 500) o gasto nos free shops, conforme a Folha apurou à época. O colunista Élio Gaspari considera que as relações têm aspectos de interesse coletivos relevantes: “A concessão de lojas de ´duty free´ no desembarque de passageiros de voos internacionais é assunto de natureza pública, além de ser uma jabuticaba”.
Como questiona o jornalista Luiz Nassif, trata-se de “uma empresa que envia dinheiro para uma jornalista, a pedido de FHC; e a mesma empresa sendo beneficiada por privilégios únicos em sua atividade”. Isso configuraria crime, que deve ser investigado.
Respaldado nas entrevistas de Miriam, concedidas recentemente, querem saber se o ex-diretor de jornalismo da TV Globo, Alberico de Souza Cruz, que, segundo a ex-amante do ex-presidente, a teria ajudado a sair do país, recebeu um canal de televisão em Minas Gerais como “retribuição da esse favor que fez a FHC”. Da mesma forma questionam se foi por conta do exílio de Miriam que a Globo se beneficiou de um financiamento a juros baixos via BNDES.
Globo & FIFA
Mesmo sem que me tenham solicitado, mas no entendimento de que o leitor tem que ser informado de todas as versões, republico aqui a carta que as Organizações Globo enviaram ao Fernando Brito do blog Tijolaço.com.br:
A Resposta da Globo
Prezado Sr. Fernando Brito,
A pergunta acima está no ar. Eu não vi o Jornal Nacional, mas pelo site G1, no resumo de notícias apresentadas nesta quarta-feira (02/03) isto aqui não foi noticiado aos telespectadores. Pode ser que todos sejamos surpreendidos com o assunto em alguma edição futura dos telejornais da Rede Globo, da GloboNews, das rádios CBN e Globo ou, amanhã. esteja nas páginas dos jornais O Globo e Extra. Há quem duvide, mas o fato existe, mesmo se não sair nos muitos canais de comunicação das Organizações Globo.
Por iniciativa dos deputados federais petistas Paulo Pimenta (RS) e Wadih Damous (RJ), o procurador geral da República, Rodrigo Janot foi acionado para investigar a relação dos Marinhos, donos do império Globo, com offshores que também são investigadas em operações da Polícia Federal como Lava Jato e Ararath.
Tudo por conta da já famosa casa de Paraty que, através de notificação extrajudicial a diversos blogs, João Roberto Marinho informou não ser da família.
Mas, nesta quarta-feira (02/03), para contrariá-lo, o Tijolaço, de Fernando Brito, e o Viomundo, de Luiz Carlos Azenha , mostram as estreitas ligações da mansão erguida em área de proteção ambiental com Patricia Martinho, filha de João Roberto, e seu ex-marido, Alexandre Chiappetta de Azevedo.
Azenha foi além, mostrou que o casal Patrícia e Alexandre, em 1997, sem licitação, ganhou o direito de explorar o Estadio de Remo da Lagoa, onde construíram o Complexo de Diversão Lagoon. O contrato de exploração que era temporário foi renovado todo este tempo e já provocou uma do Ministério Público Estadual pois, “entre 1997 e 2003 a empresa nunca recolheu o aluguel, tendo dívida calculada então em mais de R$ 3 milhões!”
Oficio dos deputados Paulo Pimenta e Wadih Damous ao Procurador Geral da República – Reprodução.
No pedido ao PGR encaminhado na tarde desta quarta-feira, os dois deputados citam, com respaldo no noticiário dos chamados site independente como Diário do Centro do Mundo, Tijolaço, Viomundo, Rede Brasil Atual, O Cafezinho, Revista Forum, Conversa Afiada e Jornal GGN que os documentos levantados por estes blogs demonstram
“que podem existir esquemas de empresas nacionais e internacionais, principalmente offshores, para cometerem crimes contra o sistema financeiro, a ordem tributária e a administração pública.”
Os deputados então falam das “conexões da panamenha Mossack Fonseca (também chamada de MF e Mosfon), matriz de empresas offshores, investigada pelas Operações Lava Jato e Ararath, com a Brasif, Rede Globo, FIFA e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”.
O esquema envolvendo estas empresas, as offshore e a casa de Paraty que era usada pelo casal Patricia e Alexandre pode ser acessado em um blog do deputado Paulo Pimenta. Com respaldo nessa documentação, Pimenta e Damous pedem “que sejam investigadas e esclarecidas, entre outros, “a existência de eventuais bens da família Marinho em situação ilícita de ocultação patrimonial; as atividades das offshores vinculadas ao grupo Globo; e as relações entre a Globo, suas respectivas empresas e offshores e a FIFA”.
As offshores aparecem como proprietárias de uma mansão da família Marinho, construída ilegalmente em área de proteção ambiental na ilha de Paraty (RJ) e de um helicóptero também usado pela família Marinho, dona da Rede Globo
O vínculo dos Marinhos com a mansão que João Roberto tinha dito não pertencer a nenhum dos membros da família foi descoberto por Brito e revelado no Tijolaço na matéria João Roberto Marinho divide endereço com agropecuária da mansão. Fim de papo, cuja leitura é obrigatória assim como a matéria apresentada por Azenha: AO FORMAR CONSÓRCIO, AGROPECUÁRIA QUE CONTROLA MANSÃO DE PARATY DEU COMO ENDEREÇO SEDE DE EMPRESA DO GENRO DE JOÃO ROBERTO MARINHO.
Curiosamente, ao ser procurado por um repórter de O Globo para mais uma vez falar do sítio de Atibaia, o ex-presidente Luz Inácio Lula da Silva cobrou das organizações Globo a matéria sobre os verdadeiros donos da mansão de Paraty.
Os deputados Damous e Pimenta, porém, avançam no pedido de informações sobre a Brasif e as relações desta empresa com FHC e sua ex-amante, Miriam Dutra. Pedem que seja esclarecido se a empresa foi “utilizada por FHC para enviar 100 mil dólares a jornalista Mirian Dutra, com quem o ex-Presidente tucano tem um filho. Miriam Dutra trabalhou para a Globo por 25 anos. Recentemente, Miriam contou que foi “exilada” na Europa pela Globo na década de 1990 para não prejudicar a imagem de FHC que seria candidato à presidência da República. Na época, FHC era casado com Ruth Cardoso”.
Diz o documento apresentado pelos parlamentares ao procurador-geral:
“Quanto à Brasif, a empresa seria de alguma forma retribuída por esses supostos favores prestados a FHC? Segundo notícia da “Folha de São Paulo” de em 2004, há 30 anos a Brasif dominava o mercado de free shops sozinha. Em 2016 a “Folha de São Paulo” afirmou que, com “know-how, [Jonas Barcellos, dono da Brasif] concorreu praticamente sozinho nas licitações abertas para aeroportos, conseguindo ainda prorrogar na Justiça contratos de onde já atuava apoiado em portarias que regulam o negócio no Brasil”.
Ainda segundo a “Folha”, o “poder da Brasif no setor foi além de sua infraestrutura. Com amigos influentes em Brasília, Barcellos conseguiu, por exemplo, derrubar medida criada no governo FHC para limitar a US$ 300 por pessoa (eram US$ 500) o gasto nos free shops, conforme a Folha apurou à época. O colunista Élio Gaspari considera que as relações têm aspectos de interesse coletivos relevantes: “A concessão de lojas de ´duty free´ no desembarque de passageiros de voos internacionais é assunto de natureza pública, além de ser uma jabuticaba”.
Como questiona o jornalista Luiz Nassif, trata-se de “uma empresa que envia dinheiro para uma jornalista, a pedido de FHC; e a mesma empresa sendo beneficiada por privilégios únicos em sua atividade”. Isso configuraria crime, que deve ser investigado.
Respaldado nas entrevistas de Miriam, concedidas recentemente, querem saber se o ex-diretor de jornalismo da TV Globo, Alberico de Souza Cruz, que, segundo a ex-amante do ex-presidente, a teria ajudado a sair do país, recebeu um canal de televisão em Minas Gerais como “retribuição da esse favor que fez a FHC”. Da mesma forma questionam se foi por conta do exílio de Miriam que a Globo se beneficiou de um financiamento a juros baixos via BNDES.
Globo & FIFA
Um outro ponto que entrou no questionamento dos deputados é com relação às relações comerciais entre a Rede Globo, a CBF e a FIFA. No pedido encaminhando, os dois expõem:
“Um dos diretores de empresa ligada à Mossack Fonseca é Eugênio Figueiredo, ex-presidente da Conmebol e ex-vice presidente da FIFA51. Segundo ele, que está preso por conta do esquema de propina na entidade, quem liderava tais articulações ilícitas era Ricardo Teixeira.
De acordo com as investigações de Jamil Chade, Ricardo Teixeira, ao lado de João Havelange, ambos secretários da FIFA, teriam usado sua influência para dar à Globo os direitos de transmissão das Copas de 2002 e 2006. A Globo retribuiria os favores pagando propinas pela offshore ISL. Na Suíça, ter-se-ia concluído que Teixeira e Havelange estavam envolvidos em suborno para beneficiar a Globo; eles teriam pago as respectivas multas e os documentos teriam sido posteriormente enviados aos EUA para investigação. De acordo com o “UOL”, os contratos da FIFA articulados por Ricardo Teixeira firmados com a Globo estão sob investigação da Polícia Federal.
Não se tem notícia de que algum agente do grupo Globo tenha sido responsabilizado por tais fatos no Brasil.
Segundo relatório da Receita Federal divulgado pelo “Cafezinho” em 2014, houve uma “intrincada engenharia desenvolvida pelas empresas do sistema Globo” para “esconder o real intuito” da operação de “aquisição, pela TV Globo, do direito de transmitir a Copa do Mundo de 2002, o que seria tributado pelo imposto de renda”
O documento afirma que a empresa “participou, como já se demonstrou, de toda a engenharia praticada com o fito de simular e sonegar”. Como divulgado pelo “Cafezinho”, “engenharia da Globo envolveu 11 empresas, constituídas em diferentes paraísos fiscais. Com exceção da suíça ISMM, empresa responsável por vender licenças de transmissão da Copa para fora da Europa, todas, pertencem, secretamente ou não, ao sistema Globo”: Empire, Ilhas Virgens Britânicas; GEE Eventos, Brasil; Globinter, Antilhas Holandesas; Globopar, Brasil; Globo Overseas Investment B/V, Holanda; Globo Radio, Ilhas Cayman; ISMM Investments A; Globosat, Brasil;Porto Esperança,; Power Company, Uruguai“.
Ao encerrarem o pedido, os dois deputados enumeram o que entendem que o procurador-geral, Janote, deve determinar:
Que sejam investigadas as atividades e o patrimônio da Agropecuária Veine, assim como de suas associadas, controladoras (aí incluída a Mossack Fonseca) e subsidiárias, assim como sua suposta relação com a família Marinho;
Que seja investigada a existência de eventuais bens da família Marinho em situação ilícita de ocultação patrimonial;
Que sejam investigadas as atividades e o patrimônio da Vattne Administração, assim como suas associadas, controladoras e subsidiárias, assim como sua suposta relação com a família Marinho;
Que seja investigado o possível uso ilícito de empresas fantasmas com suposta sede à Rua Margarida Assis Fonseca 171, Belo Horizonte, MG;
Que sejam investigadas as atividades do Grupo Brasif assim como suas associadas, controladoras e subsidiárias – em especial a Eurotrade Ltda., assim como sua suposta relação com a família Marinho;
Que seja investigado o contrato firmado pela Eurotrade Ltda. mediante o qual, supostamente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teria enviado cerca de 100 mil dólares a Miriam Dutra;
Que sejam investigados os contratos da Polimídia com o Governo Federal;
Que seja investigado o eventual crime cometido contra a administração pública pela servidora Margrit Dutra Schmidt e pelo Senador José Serra;
Que seja investigada a concessão a Alberico de Souza Cruz de concessionária de televisão no estado de Minas Gerais;
Que sejam investigadas as condições de publicação da portaria do Ministério da Fazenda de n° 04/1994;
Que sejam investigados os empréstimos feitos pelo BNDES às empresas do grupo Globo;
Que sejam investigadas as atividades das offshores vinculadas ao grupo Globo;
Que sejam investigadas as concessões à exploração de free shops em aeroportos ao Grupo Brasif e a edição de normas sobre gasto nessas lojas;
Que se investiguem as relações entre a Globo, suas respectivas empresas e offshores e a FIFA.
E, por fim, que sejam adotadas todas e quaisquer medidas investigativas competentes ao Ministério Público Federal.
*****
“Um dos diretores de empresa ligada à Mossack Fonseca é Eugênio Figueiredo, ex-presidente da Conmebol e ex-vice presidente da FIFA51. Segundo ele, que está preso por conta do esquema de propina na entidade, quem liderava tais articulações ilícitas era Ricardo Teixeira.
De acordo com as investigações de Jamil Chade, Ricardo Teixeira, ao lado de João Havelange, ambos secretários da FIFA, teriam usado sua influência para dar à Globo os direitos de transmissão das Copas de 2002 e 2006. A Globo retribuiria os favores pagando propinas pela offshore ISL. Na Suíça, ter-se-ia concluído que Teixeira e Havelange estavam envolvidos em suborno para beneficiar a Globo; eles teriam pago as respectivas multas e os documentos teriam sido posteriormente enviados aos EUA para investigação. De acordo com o “UOL”, os contratos da FIFA articulados por Ricardo Teixeira firmados com a Globo estão sob investigação da Polícia Federal.
Não se tem notícia de que algum agente do grupo Globo tenha sido responsabilizado por tais fatos no Brasil.
Segundo relatório da Receita Federal divulgado pelo “Cafezinho” em 2014, houve uma “intrincada engenharia desenvolvida pelas empresas do sistema Globo” para “esconder o real intuito” da operação de “aquisição, pela TV Globo, do direito de transmitir a Copa do Mundo de 2002, o que seria tributado pelo imposto de renda”
O documento afirma que a empresa “participou, como já se demonstrou, de toda a engenharia praticada com o fito de simular e sonegar”. Como divulgado pelo “Cafezinho”, “engenharia da Globo envolveu 11 empresas, constituídas em diferentes paraísos fiscais. Com exceção da suíça ISMM, empresa responsável por vender licenças de transmissão da Copa para fora da Europa, todas, pertencem, secretamente ou não, ao sistema Globo”: Empire, Ilhas Virgens Britânicas; GEE Eventos, Brasil; Globinter, Antilhas Holandesas; Globopar, Brasil; Globo Overseas Investment B/V, Holanda; Globo Radio, Ilhas Cayman; ISMM Investments A; Globosat, Brasil;Porto Esperança,; Power Company, Uruguai“.
Ao encerrarem o pedido, os dois deputados enumeram o que entendem que o procurador-geral, Janote, deve determinar:
Que sejam investigadas as atividades e o patrimônio da Agropecuária Veine, assim como de suas associadas, controladoras (aí incluída a Mossack Fonseca) e subsidiárias, assim como sua suposta relação com a família Marinho;
Que seja investigada a existência de eventuais bens da família Marinho em situação ilícita de ocultação patrimonial;
Que sejam investigadas as atividades e o patrimônio da Vattne Administração, assim como suas associadas, controladoras e subsidiárias, assim como sua suposta relação com a família Marinho;
Que seja investigado o possível uso ilícito de empresas fantasmas com suposta sede à Rua Margarida Assis Fonseca 171, Belo Horizonte, MG;
Que sejam investigadas as atividades do Grupo Brasif assim como suas associadas, controladoras e subsidiárias – em especial a Eurotrade Ltda., assim como sua suposta relação com a família Marinho;
Que seja investigado o contrato firmado pela Eurotrade Ltda. mediante o qual, supostamente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teria enviado cerca de 100 mil dólares a Miriam Dutra;
Que sejam investigados os contratos da Polimídia com o Governo Federal;
Que seja investigado o eventual crime cometido contra a administração pública pela servidora Margrit Dutra Schmidt e pelo Senador José Serra;
Que seja investigada a concessão a Alberico de Souza Cruz de concessionária de televisão no estado de Minas Gerais;
Que sejam investigadas as condições de publicação da portaria do Ministério da Fazenda de n° 04/1994;
Que sejam investigados os empréstimos feitos pelo BNDES às empresas do grupo Globo;
Que sejam investigadas as atividades das offshores vinculadas ao grupo Globo;
Que sejam investigadas as concessões à exploração de free shops em aeroportos ao Grupo Brasif e a edição de normas sobre gasto nessas lojas;
Que se investiguem as relações entre a Globo, suas respectivas empresas e offshores e a FIFA.
E, por fim, que sejam adotadas todas e quaisquer medidas investigativas competentes ao Ministério Público Federal.
*****
Mesmo sem que me tenham solicitado, mas no entendimento de que o leitor tem que ser informado de todas as versões, republico aqui a carta que as Organizações Globo enviaram ao Fernando Brito do blog Tijolaço.com.br:
A Resposta da Globo
Prezado Sr. Fernando Brito,
Com base em texto recente, em que o senhor se prontifica a publicar quaisquer esclarecimentos de nossa parte relativos ao assunto, gostaríamos de informar:
Paula Marinho jamais foi proprietária da mencionada casa em Paraty ou de qualquer um desses bens, mesmo antes de seu divórcio. A empresa FN5, de propriedade de Paula Marinho, com participação minoritária de João Roberto Marinho, não tem qualquer participação nas citadas empresas ou no imóvel. A FN5 ocupou o endereço citado na matéria autorizada pelo ex-marido de Paula Marinho. Como informa a própria matéria, o casal recentemente se divorciou e o endereço será alterado. Reiteramos portanto a informação já fornecida a este blog de que o referido imóvel localizado em Paraty não pertence a qualquer membro da família Marinho, e que também não pertencem a qualquer integrante da família Marinho as empresas, citadas na reportagem, que seriam proprietárias daquele imóvel.
Assim, solicitamos ao senhor a veiculação desses esclarecimentos em seu blog.
Paula Marinho jamais foi proprietária da mencionada casa em Paraty ou de qualquer um desses bens, mesmo antes de seu divórcio. A empresa FN5, de propriedade de Paula Marinho, com participação minoritária de João Roberto Marinho, não tem qualquer participação nas citadas empresas ou no imóvel. A FN5 ocupou o endereço citado na matéria autorizada pelo ex-marido de Paula Marinho. Como informa a própria matéria, o casal recentemente se divorciou e o endereço será alterado. Reiteramos portanto a informação já fornecida a este blog de que o referido imóvel localizado em Paraty não pertence a qualquer membro da família Marinho, e que também não pertencem a qualquer integrante da família Marinho as empresas, citadas na reportagem, que seriam proprietárias daquele imóvel.
Assim, solicitamos ao senhor a veiculação desses esclarecimentos em seu blog.
Atenciosamente,
Grupo Globo
Grupo Globo
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