Foto: Jornalistas Livres |
Os golpistas nativos - alguns deles teleguiados pelos "falcões" dos EUA - achavam que repetiriam no Brasil a mesma experiência dos "golpes suaves" no Paraguai e Honduras, sem enfrentar resistências. Eles menosprezaram a capacidade de reação das esquerdas sociais e políticas do país, que a cada dia intensificam as mobilizações e deixam explícito que não aceitam o impeachment de Dilma e, muito menos, o governo ilegítimo de Michel Temer, o Judas, e Eduardo Cunha, o chefão da máfia. Nesta quinta-feira (28), o #BrasilEmChamas" mostrou que não haverá a paz do cemitério, com o bloqueio de estradas e avenidas e a paralisação de várias universidades. Vão amadurecendo as condições para a realização de uma poderosa greve geral no Brasil em defesa da democracia e dos direitos sociais.
Segundo o próprio site UOL, da famiglia Frias, os protestos desta manhã agitaram o país. O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) bloqueou estradas em oito Estados e no Distrito Federal. Somente em São Paulo, foram 14 bloqueios na região metropolitana. "O objetivo da mobilização é denunciar o golpe em curso e defender os direitos sociais, que entendemos estarem ameaçados pela agenda de retrocessos apresentada por Michel Temer caso assuma a Presidência”, informou o MTST nas redes sociais. Já a União Nacional dos Estudantes (UNE) promoveu "aulas públicas" em diversas faculdades, paralisando as aulas. Em São Paulo, a PM de Geraldo Alckmin - que protege os capangas armados da Fiesp - tentou intimidar os jovens em uma universidade da capital paulista.
Reproduzo abaixo o relato de Gisele Brito, do jornal Brasil de Fato, e volto em seguida:
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MTST bloqueia estradas em nove estados contra o golpe
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e outros grupos integrantes da Frente Povo Sem Medo promovem atos de bloqueio de vias em nove estados do país, a partir das 7h da manhã desta quinta-feira (28). Em São Paulo, os manifestantes fecharam ao menos 10 pontos de grande circulação da cidade. A ação é contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, considerado por eles um golpe à democracia, e pela manutenção e avanços em políticas públicas e direitos sociais.
Na capital paulista, os sem-teto fecharam a Avenida Jacu Pêssego, a Radial Leste, as Marginais do Tietê e do Rio Pinheiros, a Giovanni Gronchi, a Avenida Belmira Marin, a Estrada de Itapecerica, a Rodovia Raposo Tavares e a Via Anchieta. Além da circulação de pessoas, os pontos são importantes vias de circulação de mercadorias. Com isso, o movimento pretende dar um recado à classe política e a setores do empresário que vêm apoiando um golpe institucional, como declaram.
Ações semelhantes também ocorrem no Rio de Janeiro - na Ponte Rio-Niterói -, no Rio Grande do Sul, Goiás, Ceará, Pernambuco, Paraná, Minas Gerais, Distrito Federal e em Sumaré, no interior de São Paulo.
“Eles podem dar um golpe institucional, podem estar vencendo no Congresso; mas nas ruas, eles não vão ter sossego, não vão ganhar no tapetão”, afirmou Natália Szermeta, da coordenação estadual do MTST em SP.
Para o movimento, falta legitimidade ao deputado Eduardo Cunha (PMDB) para conduzir o processo de impedimento e para o vice Michel Temer assumir a presidência do país. Apesar dele ter sido votado na mesma chapa que Dilma, a população não o teria escolhido, caracterizando o golpe, afirmam.
Posicionamento
Em março, o MTST divulgou um manifesto fazendo severas críticas ao governo Dilma, mas mantendo posição contrária ao golpe. "Por mais que tenhamos críticas a esse governo, não achamos que os problemas políticos se resolvam golpeando a democracia, passando por cima da Constituição. O que está acontecendo é um golpe feito por dois corruptos notórios. Um deles, o Eduardo Cunha, já é réu. No Brasil, as pessoas não votam para vice, votam para presidente”, disse o comunicado.
Na semana passada, Guilherme Boulous, da coordenação nacional do movimento, havia indicado que a ação estava sendo preparada. Em um vídeo divulgado na última sexta-feira (23), o militante afirmou que o impedimento da presidenta era uma “farsa encenada por mais de 300 picaretas”, se referindo aos deputados federais que votaram pela abertura do processo. Ele também disse que o "jogo não está vencido” e enfatizou a importância da união e reinvenção da esquerda do país, campo político que tem dado apoio à presidenta Dilma e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, desde que o partido deles, o PT, chegou ao poder, em 2003.
“Reinventar a esquerda passa pelo projeto de radicalização da nossa democracia. Se há algo que ficou claro é que esse sistema político faliu. Está esgotado, não produz mais nada para esse pais. Reinventar também passa pelo combate aos privilégios do 1% que sempre mandaram no Brasil e continuaram mandando nesses anos todos. Combater esses privilégios é fazer reforma urbana, reforma agrária, tributária, auditoria da dívida pública. Ou seja, enfrentar a dívida histórica do estado brasileiro com a maioria do seu povo”, afirmou Boulos.
Coletiva de imprensa
Conforme o MTST divulgou nas redes sociais, na tarde desta quinta-feira haverá uma coletiva de imprensa, em São Paulo, para apresentar o balanço do dia de lutas e dar mais esclarecimentos sobre os objetivos das ações.
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e outros grupos integrantes da Frente Povo Sem Medo promovem atos de bloqueio de vias em nove estados do país, a partir das 7h da manhã desta quinta-feira (28). Em São Paulo, os manifestantes fecharam ao menos 10 pontos de grande circulação da cidade. A ação é contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, considerado por eles um golpe à democracia, e pela manutenção e avanços em políticas públicas e direitos sociais.
Na capital paulista, os sem-teto fecharam a Avenida Jacu Pêssego, a Radial Leste, as Marginais do Tietê e do Rio Pinheiros, a Giovanni Gronchi, a Avenida Belmira Marin, a Estrada de Itapecerica, a Rodovia Raposo Tavares e a Via Anchieta. Além da circulação de pessoas, os pontos são importantes vias de circulação de mercadorias. Com isso, o movimento pretende dar um recado à classe política e a setores do empresário que vêm apoiando um golpe institucional, como declaram.
Ações semelhantes também ocorrem no Rio de Janeiro - na Ponte Rio-Niterói -, no Rio Grande do Sul, Goiás, Ceará, Pernambuco, Paraná, Minas Gerais, Distrito Federal e em Sumaré, no interior de São Paulo.
“Eles podem dar um golpe institucional, podem estar vencendo no Congresso; mas nas ruas, eles não vão ter sossego, não vão ganhar no tapetão”, afirmou Natália Szermeta, da coordenação estadual do MTST em SP.
Para o movimento, falta legitimidade ao deputado Eduardo Cunha (PMDB) para conduzir o processo de impedimento e para o vice Michel Temer assumir a presidência do país. Apesar dele ter sido votado na mesma chapa que Dilma, a população não o teria escolhido, caracterizando o golpe, afirmam.
Posicionamento
Em março, o MTST divulgou um manifesto fazendo severas críticas ao governo Dilma, mas mantendo posição contrária ao golpe. "Por mais que tenhamos críticas a esse governo, não achamos que os problemas políticos se resolvam golpeando a democracia, passando por cima da Constituição. O que está acontecendo é um golpe feito por dois corruptos notórios. Um deles, o Eduardo Cunha, já é réu. No Brasil, as pessoas não votam para vice, votam para presidente”, disse o comunicado.
Na semana passada, Guilherme Boulous, da coordenação nacional do movimento, havia indicado que a ação estava sendo preparada. Em um vídeo divulgado na última sexta-feira (23), o militante afirmou que o impedimento da presidenta era uma “farsa encenada por mais de 300 picaretas”, se referindo aos deputados federais que votaram pela abertura do processo. Ele também disse que o "jogo não está vencido” e enfatizou a importância da união e reinvenção da esquerda do país, campo político que tem dado apoio à presidenta Dilma e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, desde que o partido deles, o PT, chegou ao poder, em 2003.
“Reinventar a esquerda passa pelo projeto de radicalização da nossa democracia. Se há algo que ficou claro é que esse sistema político faliu. Está esgotado, não produz mais nada para esse pais. Reinventar também passa pelo combate aos privilégios do 1% que sempre mandaram no Brasil e continuaram mandando nesses anos todos. Combater esses privilégios é fazer reforma urbana, reforma agrária, tributária, auditoria da dívida pública. Ou seja, enfrentar a dívida histórica do estado brasileiro com a maioria do seu povo”, afirmou Boulos.
Coletiva de imprensa
Conforme o MTST divulgou nas redes sociais, na tarde desta quinta-feira haverá uma coletiva de imprensa, em São Paulo, para apresentar o balanço do dia de lutas e dar mais esclarecimentos sobre os objetivos das ações.
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Primeiro de Maio e greve geral
As mobilizações contra o golpe prosseguem nos próximos dias. No domingo, os atos do Primeiro de Maio terão como eixo central a defesa da democracia e dos direitos sociais. CUT, CTB, Intersindical e entidades populares promovem manifestações unitárias em todas as capitais e em várias cidades do interior. Na sequência, no dia 5 de maio, ocorrerão manifestações em frente aos portões da TV Globo e de suas afiliadas para denunciar o "golpismo midiático".
A exemplo do que já ocorreu nas últimas semanas, também podem pipocar novos atos espontâneos contra o retrocesso. O clima é de efervescência. Com base nele, as centrais sindicais já discutem a realização de uma greve geral na véspera da votação da admissibilidade do impeachment no Senado. O aumento da mobilização já preocupa os políticos golpistas - alguns deles até têm evitado retornar às suas cidades - e causa temores no "deus-mercado". Nos últimos dias, vários burgueses - inclusive o presidente do Santander - advertiram para "o risco do caos social". Ou seja: o jogo ainda está sendo jogado!
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Os Golpistas destruíram a democracia. Agora vamos combater sem trégua.
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ResponderExcluir– Sim, o governo brasileiro cometeu muitos erros, sobretudo na política econômica, e eles contribuíram para diminuir sua popularidade. Isso foi aproveitado por uma intensa campanha dos meios de comunicação da imprensa corporativa. No Brasil, a liberdade de imprensa é uma ficção. Está virtualmente restrita a quatro ou cinco famílias, que são as donas dos principais veículos de imprensa, rádio e televisão. Mas o golpe de Estado estava articulado desde antes da presidenta Dilma ser eleita pela segunda vez. O objetivo era o retorno do ex-presidente Lula, impedir sua eleição em 2018 e mudar toda a sua política externa.
As manifestações de junho de 2013 foram, sem dúvidas, organizadas por ativistas de ONGs, saídos de cursos de liderança e uso de técnicas de luta não-violenta, conforme os ensinamentos do professor Gene Sharp, autor de From Dictatorship to Democracy. Esses cursos são realizados nas universidades americanas, como Yale e outras, e também dentro da Embaixada dos Estados Unidos.
O juiz Sérgio Moro, que conduz o processo contra a Petrobras, realizou cursos no Departamento de Estado, em 2007. No ano seguinte, em 2008, passou um mês num programa especial de treinamento na Escola de Direito de Harvard, em conjunto com sua colega Gisele Lemke. Em outubro de 2009, participou da conferência regional sobre “Illicit Financial Crimes”, promovida no Rio de Janeiro pela Embaixada dos Estados Unidos. A Agência Nacional de Segurança (NSA), que monitorou as comunicações da Petrobras, descobriu os indícios de irregularidades e corrupção de alguns militantes do PT e, possivelmente, passou a informação ao juiz Sérgio Moro, de Curitiba, já treinado em ação multi jurisdicional e práticas de investigação, inclusive com demonstrações reais (como preparar testemunhas para delatar terceiros). E para começar um processo de impeachment, bastava inventar um motivo. O clima já existia.
O juiz Sérgio Moro, que deveria ser submetido a uma investigação sobre suas conexões com os interesses dos Estados Unidos, manipulou os antecedentes, com a desculpa de combater a corrupção, estimulando as classes sociais médias e altas, assim como grande parte da pequena burguesia e do empresariado, que nunca aceitaram de bom grado os programas sociais como o Bolsa Família e outros criados pelo governo de Lula, que foram mantidos pela presidenta Dilma Rousseff. Essas classes médias e altas tampouco conseguiram digerir o fato de ter um operário nordestino como presidente de Brasil.
O que ocorre no Brasil é também uma exacerbação da feroz luta de classes. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) gastou milhões de reais na campanha pelo impeachment da presidenta Dilma. A entidade não transparece esses números, mas se calcula que a Fiesp teve um custo de pelo menos cinco milhões de reais em propaganda a favor do impeachment nas edições impressas dos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo, sem incluir o gasto nas edições digitais, suborno de deputados e outros. Houve e há muito dinheiro nacional e estrangeiro correndo no Brasil para financiar o impeachment.
Moniz Bandeira
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Entrevista completa
http://outroladodanoticia.com.br/2016/04/28/moniz-bandeira-golpe-tem-caracteristicas-ridiculas-de-um-espetaculo-de-circo/