Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:
Tranquila e bem humorada, apesar das circunstâncias dramáticas que a cercam. Assim posso descrever a presidenta Dilma Rousseff, durante a entrevista concedida a nove blogueiros.
E, no entanto, profundamente lúcida sobre a violência de que não somente ela é vítima, mas o próprio sistema democrático.
A presidenta foi muito dura com os que ela chamou de conspiradores, especialmente com seu vice, Michel Temer. Nunca se viu, disse a presidenta, no mundo ocidental, um caso tão torpe de traição de um vice contra um presidente da república de sua mesma chapa eleitoral, tentando usurpar o poder ao qual não tem direito, porque não teve votos.
Dilma repetiu diversas vezes que está disposta a lutar até as últimas consequências por seu mandato.
Seus adversários não terão vida fácil. Dilma deixou bem claro que dedicará sua vida a pespegar, na testa de cada um dos conspiradores, a pecha de golpistas.
Caso seja afastada ao fim de maio, após a aprovação do impeachment no Senado por maioria simples, Dilma disse que, mesmo assim, continuará presidenta da república, até porque a sua situação política e jurídica é dúbia.
A presidenta agradeceu aos brasileiros que lutam pela legalidade e os incentivou a continuarem nas ruas, lutando para o restabelecimento da normalidade democrática.
O Brasil apenas encontrará solução para seus problemas, disse a presidenta, dentro dos marcos da democracia.
Os blogueiros que entrevistaram a presidenta foram: Renato Rovai (Forum), Laura Capriglione (Jornalistas Livres), Hilda (Rede Brasil Atual), Paulo Moreira Leite (Brasil 247), Eduardo Guimarães (blog da Cidadania), Kiko Nogueira (DCM), Miguel do Rosário (Cafezinho) e Stephanie Ribeiro (Blogueiras Negras).
Eu preparei duas perguntas bem duras para a presidenta, porque pensei que a crise profunda que vivemos pede um enfrentamento mais direto dos problemas.
Eu fiz a seguinte pergunta a ela:
Queria um comentário sobre a concentração da mídia brasileira e sobre as terríveis consequências que este desequilíbrio traz, como os fatos recentes comprovam, tragicamente, mais uma vez, à nossa democracia.
Já houve denúncias da comissão para liberdade de expressão da ONU, e a ong Repórteres Sem Fronteiras sempre menciona o problema da concentração da mídia brasileira em seus relatórios anuais.
O que vemos no Brasil é a mais grave e abjeta concentração de mídia em todo o mundo democrático. Setores expressivos da população, em especial a intelectualidade, a juventude, academia, além de todos os movimentos sociais, têm denunciado diuturnamente a participação do monopólio da mídia na articulação do golpe.
Ocorreram centenas, quiça milhares de manifestações no Brasil e no mundo denunciando o golpe em curso, que é considerado essencialmente midiático. Os cartazes mais frequentes nessas manifestações trazem referências à Globo. Por que golpe midiático ? Porque, dentre outras artimanhas, a mídia diminui, ou simplesmente omite, as manifestações pela legalidade e aumenta as manifestações golpistas. Com isso ela influencia o parlamento e o judiciário e intervém na democracia.
Em sua resposta, Dilma disse que o oligopólio da mídia, sobretudo de um ano para cá, assumiu uma "atitude golpista". E que ele tem endereço certo (pensei que ela fosse mencionar certo endereço em Paraty...).
A presidenta deixou claro que é a favor da regulamentação da mídia, para brecar a concentração dos meios de comunicação, mas que escolheu não fazer esta guerra em sua segunda gestão, porque não viu chance dela passar no congresso. Ela ressalta que pretendia trazer para o Brasil uma regulamentação parecida a que existe nos Estados Unidos e Europa, que veta a propriedade cruzada e limita a concentração dos meios.
Escute [aqui] o áudio com a resposta da presidenta.
***
Publiquei ainda, na fanpage do Cafezinho, um pequeno vídeo da entrevista com Dilma, para mostrar sua tranquilidade e bom humor ao falar do fatídico dia 17 de abril, quando 367 deputados votaram em favor de um relatório de impeachment ilegal, que não aponta nenhum crime de responsabilidade. Assista clicando aqui.
Tranquila e bem humorada, apesar das circunstâncias dramáticas que a cercam. Assim posso descrever a presidenta Dilma Rousseff, durante a entrevista concedida a nove blogueiros.
E, no entanto, profundamente lúcida sobre a violência de que não somente ela é vítima, mas o próprio sistema democrático.
A presidenta foi muito dura com os que ela chamou de conspiradores, especialmente com seu vice, Michel Temer. Nunca se viu, disse a presidenta, no mundo ocidental, um caso tão torpe de traição de um vice contra um presidente da república de sua mesma chapa eleitoral, tentando usurpar o poder ao qual não tem direito, porque não teve votos.
Dilma repetiu diversas vezes que está disposta a lutar até as últimas consequências por seu mandato.
Seus adversários não terão vida fácil. Dilma deixou bem claro que dedicará sua vida a pespegar, na testa de cada um dos conspiradores, a pecha de golpistas.
Caso seja afastada ao fim de maio, após a aprovação do impeachment no Senado por maioria simples, Dilma disse que, mesmo assim, continuará presidenta da república, até porque a sua situação política e jurídica é dúbia.
A presidenta agradeceu aos brasileiros que lutam pela legalidade e os incentivou a continuarem nas ruas, lutando para o restabelecimento da normalidade democrática.
O Brasil apenas encontrará solução para seus problemas, disse a presidenta, dentro dos marcos da democracia.
Os blogueiros que entrevistaram a presidenta foram: Renato Rovai (Forum), Laura Capriglione (Jornalistas Livres), Hilda (Rede Brasil Atual), Paulo Moreira Leite (Brasil 247), Eduardo Guimarães (blog da Cidadania), Kiko Nogueira (DCM), Miguel do Rosário (Cafezinho) e Stephanie Ribeiro (Blogueiras Negras).
Eu preparei duas perguntas bem duras para a presidenta, porque pensei que a crise profunda que vivemos pede um enfrentamento mais direto dos problemas.
Eu fiz a seguinte pergunta a ela:
Queria um comentário sobre a concentração da mídia brasileira e sobre as terríveis consequências que este desequilíbrio traz, como os fatos recentes comprovam, tragicamente, mais uma vez, à nossa democracia.
Já houve denúncias da comissão para liberdade de expressão da ONU, e a ong Repórteres Sem Fronteiras sempre menciona o problema da concentração da mídia brasileira em seus relatórios anuais.
O que vemos no Brasil é a mais grave e abjeta concentração de mídia em todo o mundo democrático. Setores expressivos da população, em especial a intelectualidade, a juventude, academia, além de todos os movimentos sociais, têm denunciado diuturnamente a participação do monopólio da mídia na articulação do golpe.
Ocorreram centenas, quiça milhares de manifestações no Brasil e no mundo denunciando o golpe em curso, que é considerado essencialmente midiático. Os cartazes mais frequentes nessas manifestações trazem referências à Globo. Por que golpe midiático ? Porque, dentre outras artimanhas, a mídia diminui, ou simplesmente omite, as manifestações pela legalidade e aumenta as manifestações golpistas. Com isso ela influencia o parlamento e o judiciário e intervém na democracia.
Em sua resposta, Dilma disse que o oligopólio da mídia, sobretudo de um ano para cá, assumiu uma "atitude golpista". E que ele tem endereço certo (pensei que ela fosse mencionar certo endereço em Paraty...).
A presidenta deixou claro que é a favor da regulamentação da mídia, para brecar a concentração dos meios de comunicação, mas que escolheu não fazer esta guerra em sua segunda gestão, porque não viu chance dela passar no congresso. Ela ressalta que pretendia trazer para o Brasil uma regulamentação parecida a que existe nos Estados Unidos e Europa, que veta a propriedade cruzada e limita a concentração dos meios.
Escute [aqui] o áudio com a resposta da presidenta.
***
Publiquei ainda, na fanpage do Cafezinho, um pequeno vídeo da entrevista com Dilma, para mostrar sua tranquilidade e bom humor ao falar do fatídico dia 17 de abril, quando 367 deputados votaram em favor de um relatório de impeachment ilegal, que não aponta nenhum crime de responsabilidade. Assista clicando aqui.
ResponderExcluirJoana Mortágua: “Entre deus e o mundo, tudo foi razão para derrubar a presidente do Brasil”
https://www.youtube.com/watch?v=b76pGr_5vQw&feature=youtu.be
A dica é de reed 21/04/2016 às 02:24
Vídeo de Deputada de Portugal:
Vale a pena assistir.
FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.tijolaco.com.br/blog/veja-na-cnn-porque-palavra-golpe-assusta-tanto-aos-golpistas-quando-dita-ao-mundo/