Do site da UJS:
UNE, UBES e ANPG convocam os estudantes para uma paralisação nacional nessa quinta-feira (28), em defesa da democracia. Para as entidades, o vice-presidente não tem legitimidade porque assumirá o governo através de um golpe institucional, no qual é um dos maiores conspiradores.
Os estudantes realizarão trancaços, aulas públicas, assembleias e manifestações durante o dia 28 nas universidades pelo Brasil.
Na última quinta-feira, (21), a diretoria executiva da União Nacional dos Estudantes esteve reunida na sede das entidades estudantis, em São Paulo, para discutir a atual conjuntura política do país. Para os estudantes, o processo de impeachment sem base legal foi conduzido na Câmara pelo réu e corrupto Eduardo Cunha e tramado pelo vice-presidente Michel Temer, que conspira e quer levar adiante um projeto extremamente conservador e atrasado, com uma agenda neoliberal radical.
Leia abaixo o documento aprovado pela diretoria da UNE
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“Não baixe a guarda, a luta não acabou.”
O horizonte desafiador que se desenha para o próximo período revelará, mais uma vez, quem são aqueles e aquelas que estão ao lado do povo. Lugar este sempre corajosamente abraçado pela União Nacional dos Estudantes ao longo dos seus quase 80 anos.
Nossa geração é fruto da maior experiência democrática que o Brasil já vivenciou. A Carta Magna de 88, chamada Constituição cidadã, é fruto das lutas de nosso povo. Nela estão previstos diversos elementos fundamentais para a construção de uma sociedade livre, justa e solidária; que garanta o desenvolvimento nacional com a erradicação da pobreza e das desigualdades sociais e regionais; promovendo assim o bem de todos e todas, sem preconceitos ou qualquer tipo de discriminação. São esses propósitos que queremos que sejam plenamente realizados.
O Brasil vive hoje um dos piores capítulos da sua história com a ruptura institucional a partir da admissibilidade de um impeachment sem base legal. Conduzido sem nenhuma legitimidade pelo réu e corrupto, Eduardo Cunha. Tal fato traz à UNE as piores lembranças de momentos semelhantes que o nosso país já viveu.
A mesma recordação trouxeram os golpistas ao motivarem seus votos, dedicando-os para os militares de 64 e para torturadores da ditadura. Isso não é um mero acaso. Entre Deus e a família, tudo era motivo para votar pela admissibilidade, menos averiguação se a Presidenta cometeu ou não algum crime de responsabilidade. O crime de responsabilidade exige uma ação de quem o pratica e não uma omissão, como aponta contraditoriamente o relatório aprovado.
Os que se impuseram pelas forças dos tanques, agora se impõem sob a insígnia da fraude. O verdadeiro propósito do golpe institucional em curso é uma acelerada destruição dos direitos sociais, trabalhistas, da soberania nacional, das liberdades democráticas e o conjunto de conquistas que o povo brasileiro almejou nos últimos anos. Querem destruir nossos sonhos e nossas conquistas. Querem abrir portas para o conservadorismo, para o retrocesso. Há uma ruptura constitucional e democrática em curso: isso é golpe.
“Assim como há uma rua chamada Voluntários da Pátria, podia haver outra que se chamasse, inversamente, Traidores da Pátria.”
A traição é uma marca forte do processo político do Brasil. O vice-presidente da república, Michel Temer, sem nenhum constrangimento tenta se colocar como alternativa para dirigir o país. Liderando um projeto extremamente conservador e atrasado, com uma agenda neoliberal radical, a chamada “ponte para o futuro”, visando retirar direitos dos trabalhadores e diminuindo investimentos sociais.
A “ponte” é um atalho para o passado, pois representa o retorno das privatizações e da liquidação do patrimônio público, com o fim das vinculações constitucionais para a saúde e a educação. Isso significa rasgar o Plano Nacional de Educação e por um fim a todas as transformações feitas nas universidades. Representa também o fim definitivo do regime de partilha do petróleo, consumando o desejo histórico das aves de rapina que é de entregar o petróleo brasileiro, principalmente das camadas do pré-sal, para o interesse estrangeiro.
Isso coloca em risco o protagonismo que o Brasil e a América Latina tiveram nos últimos anos na geopolítica internacional fortalecendo um bloco que afronta a hegemonia dos Estados Unidos. Querem novamente relegar a nossa soberania e colocar o país de joelhos, típico ao entreguismo que define a nossa elite associada ao capital financeiro internacional e lacaio dos investidores estrangeiros.
Enfrentaremos cada batalha contra o golpe institucional, inclusive no Senado Federal. Porém, caso esse cenário se confirme, a União Nacional dos Estudantes não reconhecerá a presidência da república. O vice-presidente não tem legitimidade porque assumirá o governo através de um golpe institucional, no qual é um dos maiores conspiradores. Além de representar o atraso: aprofundará a política de representação de um país para poucos e comandados por aqueles do andar de cima da pirâmide social. Não vamos admitir que esse desgoverno desmonte o país.
Aqui se respira luta.
Podem tentar, mas não vão nos intimidar. Os golpistas tentam nos amedrontar, foi assim em 1964, quando colocaram fogo na sede da UNE, na noite da consumação do golpe militar, cassaram nossa legalidade e violentaram estudantes. Resistimos e vencemos. E agora tentam, através de uma Comissão de Inquérito Parlamentar – CPI da UNE, mais uma vez calar a nossa voz e desestruturar a luta dos estudantes, dessa vez com golpe e repressão institucional. Tais iniciativas também atingem o conjunto dos movimentos sociais como a CPI – já em funcionamento – do INCRA e FUNAI. Isso coloca todos os movimentos sociais em alerta, certamente estão na mira, a exemplo dos recentes ataques ao MST.
“Da Unidade Vai Nascer a Novidade”
Essa conjuntura crítica em que vivemos deve ser aproveitada para um momento de grande fortalecimento dos movimentos sociais em nosso país. Com muita unidade poderemos responder à esse ataque com uma histórica mobilização. A convergência das frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo, dos setores cultura, intelectuais, juristas e o povo Brasileiro, nos dão perspectivas de muita luta a para a construção de um programa popular.
Defender a democracia é defender um projeto de defesa da educação, dos direitos trabalhistas, de ampliação de investimentos em serviços públicos, de proteção à renda e ao emprego e de avanço das reformas estruturais populares. Conclamamos o governo Dilma a alinhar-se aos setores populares mudando sua política econômica e convocamos a todas e todos que defendem a democracia a construírem este projeto.
Vive em nós toda a rebeldia e força para lutar por nosso povo. Sem democracia não há liberdade, não há direitos, nem avanços, e recessão não combina mais com o Brasil. A universidade é uma trincheira de resistência e consciência democrática.
Não podemos confiar no Congresso Nacional, vimos a vergonha que foi a votação do Impeachment na Câmara dos Deputados e não será diferente no Senado, por isso a mobilização popular é única forma de derrotar esse impeachment golpista. Conclamamos as e os estudantes que já se organizam em centenas de comitês contra o golpe a estarem em estado de mobilização permanente. Não toleraremos recuar nem um centímetro de nossa democracia. Paralisaremos as universidades de todo o Brasil no dia 28 de abril, marcharemos ao lado dos trabalhares e trabalhadoras e no dia 1º de maio, ocuparemos as ruas e praças em atos políticos e culturais contra o golpe e no dia da votação do processo do impeachment no Senado, ocuparemos Brasília e o Brasil, prontos a responder à altura os desafios que estão por vir.
O horizonte desafiador que se desenha para o próximo período revelará, mais uma vez, quem são aqueles e aquelas que estão ao lado do povo. Lugar este sempre corajosamente abraçado pela União Nacional dos Estudantes ao longo dos seus quase 80 anos.
Nossa geração é fruto da maior experiência democrática que o Brasil já vivenciou. A Carta Magna de 88, chamada Constituição cidadã, é fruto das lutas de nosso povo. Nela estão previstos diversos elementos fundamentais para a construção de uma sociedade livre, justa e solidária; que garanta o desenvolvimento nacional com a erradicação da pobreza e das desigualdades sociais e regionais; promovendo assim o bem de todos e todas, sem preconceitos ou qualquer tipo de discriminação. São esses propósitos que queremos que sejam plenamente realizados.
O Brasil vive hoje um dos piores capítulos da sua história com a ruptura institucional a partir da admissibilidade de um impeachment sem base legal. Conduzido sem nenhuma legitimidade pelo réu e corrupto, Eduardo Cunha. Tal fato traz à UNE as piores lembranças de momentos semelhantes que o nosso país já viveu.
A mesma recordação trouxeram os golpistas ao motivarem seus votos, dedicando-os para os militares de 64 e para torturadores da ditadura. Isso não é um mero acaso. Entre Deus e a família, tudo era motivo para votar pela admissibilidade, menos averiguação se a Presidenta cometeu ou não algum crime de responsabilidade. O crime de responsabilidade exige uma ação de quem o pratica e não uma omissão, como aponta contraditoriamente o relatório aprovado.
Os que se impuseram pelas forças dos tanques, agora se impõem sob a insígnia da fraude. O verdadeiro propósito do golpe institucional em curso é uma acelerada destruição dos direitos sociais, trabalhistas, da soberania nacional, das liberdades democráticas e o conjunto de conquistas que o povo brasileiro almejou nos últimos anos. Querem destruir nossos sonhos e nossas conquistas. Querem abrir portas para o conservadorismo, para o retrocesso. Há uma ruptura constitucional e democrática em curso: isso é golpe.
“Assim como há uma rua chamada Voluntários da Pátria, podia haver outra que se chamasse, inversamente, Traidores da Pátria.”
A traição é uma marca forte do processo político do Brasil. O vice-presidente da república, Michel Temer, sem nenhum constrangimento tenta se colocar como alternativa para dirigir o país. Liderando um projeto extremamente conservador e atrasado, com uma agenda neoliberal radical, a chamada “ponte para o futuro”, visando retirar direitos dos trabalhadores e diminuindo investimentos sociais.
A “ponte” é um atalho para o passado, pois representa o retorno das privatizações e da liquidação do patrimônio público, com o fim das vinculações constitucionais para a saúde e a educação. Isso significa rasgar o Plano Nacional de Educação e por um fim a todas as transformações feitas nas universidades. Representa também o fim definitivo do regime de partilha do petróleo, consumando o desejo histórico das aves de rapina que é de entregar o petróleo brasileiro, principalmente das camadas do pré-sal, para o interesse estrangeiro.
Isso coloca em risco o protagonismo que o Brasil e a América Latina tiveram nos últimos anos na geopolítica internacional fortalecendo um bloco que afronta a hegemonia dos Estados Unidos. Querem novamente relegar a nossa soberania e colocar o país de joelhos, típico ao entreguismo que define a nossa elite associada ao capital financeiro internacional e lacaio dos investidores estrangeiros.
Enfrentaremos cada batalha contra o golpe institucional, inclusive no Senado Federal. Porém, caso esse cenário se confirme, a União Nacional dos Estudantes não reconhecerá a presidência da república. O vice-presidente não tem legitimidade porque assumirá o governo através de um golpe institucional, no qual é um dos maiores conspiradores. Além de representar o atraso: aprofundará a política de representação de um país para poucos e comandados por aqueles do andar de cima da pirâmide social. Não vamos admitir que esse desgoverno desmonte o país.
Aqui se respira luta.
Podem tentar, mas não vão nos intimidar. Os golpistas tentam nos amedrontar, foi assim em 1964, quando colocaram fogo na sede da UNE, na noite da consumação do golpe militar, cassaram nossa legalidade e violentaram estudantes. Resistimos e vencemos. E agora tentam, através de uma Comissão de Inquérito Parlamentar – CPI da UNE, mais uma vez calar a nossa voz e desestruturar a luta dos estudantes, dessa vez com golpe e repressão institucional. Tais iniciativas também atingem o conjunto dos movimentos sociais como a CPI – já em funcionamento – do INCRA e FUNAI. Isso coloca todos os movimentos sociais em alerta, certamente estão na mira, a exemplo dos recentes ataques ao MST.
“Da Unidade Vai Nascer a Novidade”
Essa conjuntura crítica em que vivemos deve ser aproveitada para um momento de grande fortalecimento dos movimentos sociais em nosso país. Com muita unidade poderemos responder à esse ataque com uma histórica mobilização. A convergência das frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo, dos setores cultura, intelectuais, juristas e o povo Brasileiro, nos dão perspectivas de muita luta a para a construção de um programa popular.
Defender a democracia é defender um projeto de defesa da educação, dos direitos trabalhistas, de ampliação de investimentos em serviços públicos, de proteção à renda e ao emprego e de avanço das reformas estruturais populares. Conclamamos o governo Dilma a alinhar-se aos setores populares mudando sua política econômica e convocamos a todas e todos que defendem a democracia a construírem este projeto.
Vive em nós toda a rebeldia e força para lutar por nosso povo. Sem democracia não há liberdade, não há direitos, nem avanços, e recessão não combina mais com o Brasil. A universidade é uma trincheira de resistência e consciência democrática.
Não podemos confiar no Congresso Nacional, vimos a vergonha que foi a votação do Impeachment na Câmara dos Deputados e não será diferente no Senado, por isso a mobilização popular é única forma de derrotar esse impeachment golpista. Conclamamos as e os estudantes que já se organizam em centenas de comitês contra o golpe a estarem em estado de mobilização permanente. Não toleraremos recuar nem um centímetro de nossa democracia. Paralisaremos as universidades de todo o Brasil no dia 28 de abril, marcharemos ao lado dos trabalhares e trabalhadoras e no dia 1º de maio, ocuparemos as ruas e praças em atos políticos e culturais contra o golpe e no dia da votação do processo do impeachment no Senado, ocuparemos Brasília e o Brasil, prontos a responder à altura os desafios que estão por vir.
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