Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:
É uma rixa antiga a que envolve as duas maiores torcidas organizadas de São Paulo, a Gaviões da Fiel e a Mancha Verde.
Uma sequência de emboscadas, mortes e retaliações que vem de longe, espanta as pessoas e tira a credibilidade das duas associações.
Mas, no início desta semana, ainda que elas nem soubessem disso, concordaram.
Depois dos confrontos de domingo entre torcedores dos dois clubes, a Mancha Verde divulgou um documento demonstrando que as autoridades de São Paulo sabiam exatamente onde estariam e como se deslocariam os integrantes da organizada até o estádio do Pacaembu, para a partida contra o Corinthians.
Nos locais aconteceram três enfrentamentos que resultaram em um morto, dezenas de presos e feridos.
Nos bastidores, integrantes da torcida do Palmeiras começaram a se perguntar: por que o policiamento não foi reforçado especificamente nestes locais? Por que na estação do Brás, trajeto definido dos palmeirenses, havia apenas quatro seguranças do próprio Metrô e nenhum PM?
Um dos dirigentes da torcida, em off, fez o que antes seria inimaginável. Disse mais ou menos o seguinte: “A Gaviões mexeu com os poderosos. E eles não aceitam isso”. A teoria dele, para a qual não tem provas, é de que o documento da Mancha Verde, entregue a diversas autoridades do governo paulista, foi vazado para corinthianos.
Deste ponto-de-vista, os confrontos teriam sido estimulados para justificar a repressão contra as organizadas, com o objetivo específico de deixá-las sem as faixas que tem sido usadas para protestar contra a corrupção em São Paulo, o impeachment de Dilma Rousseff ou a TV Globo.
Um pouco antes de minha visita à Mancha Verde, na sede da Gaviões da Fiel, ouvi o mesmo de um dirigente. “Vinte anos atrás fizeram um jogo no Pacaembu em reforma. Teve briga e culparam o álcool. Agora o bode expiatório somos nós”, afirmou.
Ele não tinha nenhuma dúvida: as recentes decisões do governo Alckmin em relação ao futebol visam desmoralizar a Gaviões e, com isso, interditar os protestos pela CPI da Merenda que a organizada do Corínthians vem promovendo, fora e dentro do estádio.
A TV Globo e a FPF são coniventes, uma vez que ambas também têm sido alvos das faixas dos torcedores corinthianos, junto com a CBF. Dada a origem de classe dos integrantes das torcidas, as manifestações tem o potencial de repercutir muito junto ao povão, que parece alheio à grande institucional que o Brasil vive.
A selvageria de torcedores contra torcedores tem apoio zero. Porém, a mídia tem isolado o problema do contexto geral de matança nas periferias e da atuação violenta da PM de Alckmin.
É importante lembrar, também, que o hoje presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, o tucano Fernando Capez, foi promotor de Justiça e ganhou notoriedade e votos propondo a criminalização das torcidas. Deixou um legado e uma lição ao Ministério Público: medidas espetaculosas rendem mídia, notoriedade e votos.
A Polícia Militar afirmou que a “teoria” da Mancha Verde não tem respaldo na realidade. Argumenta que havia contingente policial não só no estádio, mas em vários outros pontos da cidade. Porém, a especulação dos dirigentes da Mancha procede: por que não havia um esquema especialíssimo de segurança nos lugares onde sabidamente estariam os palmeirenses?
É uma rixa antiga a que envolve as duas maiores torcidas organizadas de São Paulo, a Gaviões da Fiel e a Mancha Verde.
Uma sequência de emboscadas, mortes e retaliações que vem de longe, espanta as pessoas e tira a credibilidade das duas associações.
Mas, no início desta semana, ainda que elas nem soubessem disso, concordaram.
Depois dos confrontos de domingo entre torcedores dos dois clubes, a Mancha Verde divulgou um documento demonstrando que as autoridades de São Paulo sabiam exatamente onde estariam e como se deslocariam os integrantes da organizada até o estádio do Pacaembu, para a partida contra o Corinthians.
Nos locais aconteceram três enfrentamentos que resultaram em um morto, dezenas de presos e feridos.
Nos bastidores, integrantes da torcida do Palmeiras começaram a se perguntar: por que o policiamento não foi reforçado especificamente nestes locais? Por que na estação do Brás, trajeto definido dos palmeirenses, havia apenas quatro seguranças do próprio Metrô e nenhum PM?
Um dos dirigentes da torcida, em off, fez o que antes seria inimaginável. Disse mais ou menos o seguinte: “A Gaviões mexeu com os poderosos. E eles não aceitam isso”. A teoria dele, para a qual não tem provas, é de que o documento da Mancha Verde, entregue a diversas autoridades do governo paulista, foi vazado para corinthianos.
Deste ponto-de-vista, os confrontos teriam sido estimulados para justificar a repressão contra as organizadas, com o objetivo específico de deixá-las sem as faixas que tem sido usadas para protestar contra a corrupção em São Paulo, o impeachment de Dilma Rousseff ou a TV Globo.
Um pouco antes de minha visita à Mancha Verde, na sede da Gaviões da Fiel, ouvi o mesmo de um dirigente. “Vinte anos atrás fizeram um jogo no Pacaembu em reforma. Teve briga e culparam o álcool. Agora o bode expiatório somos nós”, afirmou.
Ele não tinha nenhuma dúvida: as recentes decisões do governo Alckmin em relação ao futebol visam desmoralizar a Gaviões e, com isso, interditar os protestos pela CPI da Merenda que a organizada do Corínthians vem promovendo, fora e dentro do estádio.
A TV Globo e a FPF são coniventes, uma vez que ambas também têm sido alvos das faixas dos torcedores corinthianos, junto com a CBF. Dada a origem de classe dos integrantes das torcidas, as manifestações tem o potencial de repercutir muito junto ao povão, que parece alheio à grande institucional que o Brasil vive.
A selvageria de torcedores contra torcedores tem apoio zero. Porém, a mídia tem isolado o problema do contexto geral de matança nas periferias e da atuação violenta da PM de Alckmin.
É importante lembrar, também, que o hoje presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, o tucano Fernando Capez, foi promotor de Justiça e ganhou notoriedade e votos propondo a criminalização das torcidas. Deixou um legado e uma lição ao Ministério Público: medidas espetaculosas rendem mídia, notoriedade e votos.
A Polícia Militar afirmou que a “teoria” da Mancha Verde não tem respaldo na realidade. Argumenta que havia contingente policial não só no estádio, mas em vários outros pontos da cidade. Porém, a especulação dos dirigentes da Mancha procede: por que não havia um esquema especialíssimo de segurança nos lugares onde sabidamente estariam os palmeirenses?
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