Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Os próprios golpistas se incumbiram de desmascarar o golpe.
Dois casos são notáveis.
Um deles é o do dono do helicoca, o senador José Perrella. Numa entrevista à BBC, Perrella disse que as pedaladas fiscais não foram a razão do afastamento de Dilma.
Ora, ora, ora.
Mas não era aquela a base – mentirosa, cínica, é verdade – do pedido do impeachment?
Perrella, que votou pelo golpe, confessou involuntariamente um crime de lesa democracia.
Se não foram as pedaladas, o que foi então? Segundo ele, a “arrogância” de Dilma, expressa nas relações com o Congresso. É a primeira vez que a arrogância destrói 54 milhões de votos.
Daqui a pouco, elegeremos não um presidente da República, mas um Mr ou Mrs Simpatia.
Perrella não deve ter ideia da gravidade do que disse. Mas sabemos todos que este tipo de coisa não tem consequência com este Supremo ridículo que temos.
Na entrevista, ele não fez apenas uma confissão bizarra. Fez também uma ameaça pouco sutil a Temer. Disse que se Temer não cuidar bem do Senado “a Dilma volta”. Basta que três senadores que votaram pelo afastamento mudem de ideia. E ainda explicou: isso pode parecer estranho, mas política é uma coisa “muito dinâmica”.
Na prática, Perrella disse a Temer que deve atender os caprichos e as demandas de todos os senadores golpistas, a começar por ele mesmo, ou vai dançar em muito pouco tempo.
Este é Perrella. Este é o Senado. Este é o golpe. Esta é uma das instituições que o eminente juiz Toffoli diz, com sua imensa cara de pau, que devem ser respeitadas.
Instituições que não se auto-respeitam jamais serão respeitadas pela sociedade.
O segundo golpista que revelou o caráter do afastamento, nestes dias, foi FHC, o decano do golpe. Numa entrevista à CBN, ele repetiu Perrella. Disse que as pedaladas fiscais não foram o motivo do impeachment.
E alegou, como o dono do helicoca, que Dilma não foi hábil na relação com o Congresso.
Não vou nem perguntar aqui como uma pessoa honesta como Dilma poderia lidar com um Congresso dominado por um gangster como Eduardo Cunha, um psicopata que foi apoiado selvagemente pela mídia e pelo PSDB de FHC.
Mas vou lembrar: foi o PSDB que encomendou a Janaína Paschoal o parecer sobre o impeachment que selou a sorte de Dilma. Nele, a acusação eram exatamente as pedaladas.
Em outra entrevista, agora ao Globo, FHC disse que Lula está enterrando sua carreira. Só não digo que FHC deveria olhar para o espelho por uma razão: ele já enterrou a sua há muito tempo.
É um homem totalmente identificado com os interesses da plutocracia. É um réles, um miserável, um desprezível golpista, um Lacerda fantasiado de sociólogo.
Em seu túmulo, deveria ser inscrita a seguinte frase: “O decano do golpe”.
Os próprios golpistas se incumbiram de desmascarar o golpe.
Dois casos são notáveis.
Um deles é o do dono do helicoca, o senador José Perrella. Numa entrevista à BBC, Perrella disse que as pedaladas fiscais não foram a razão do afastamento de Dilma.
Ora, ora, ora.
Mas não era aquela a base – mentirosa, cínica, é verdade – do pedido do impeachment?
Perrella, que votou pelo golpe, confessou involuntariamente um crime de lesa democracia.
Se não foram as pedaladas, o que foi então? Segundo ele, a “arrogância” de Dilma, expressa nas relações com o Congresso. É a primeira vez que a arrogância destrói 54 milhões de votos.
Daqui a pouco, elegeremos não um presidente da República, mas um Mr ou Mrs Simpatia.
Perrella não deve ter ideia da gravidade do que disse. Mas sabemos todos que este tipo de coisa não tem consequência com este Supremo ridículo que temos.
Na entrevista, ele não fez apenas uma confissão bizarra. Fez também uma ameaça pouco sutil a Temer. Disse que se Temer não cuidar bem do Senado “a Dilma volta”. Basta que três senadores que votaram pelo afastamento mudem de ideia. E ainda explicou: isso pode parecer estranho, mas política é uma coisa “muito dinâmica”.
Na prática, Perrella disse a Temer que deve atender os caprichos e as demandas de todos os senadores golpistas, a começar por ele mesmo, ou vai dançar em muito pouco tempo.
Este é Perrella. Este é o Senado. Este é o golpe. Esta é uma das instituições que o eminente juiz Toffoli diz, com sua imensa cara de pau, que devem ser respeitadas.
Instituições que não se auto-respeitam jamais serão respeitadas pela sociedade.
O segundo golpista que revelou o caráter do afastamento, nestes dias, foi FHC, o decano do golpe. Numa entrevista à CBN, ele repetiu Perrella. Disse que as pedaladas fiscais não foram o motivo do impeachment.
E alegou, como o dono do helicoca, que Dilma não foi hábil na relação com o Congresso.
Não vou nem perguntar aqui como uma pessoa honesta como Dilma poderia lidar com um Congresso dominado por um gangster como Eduardo Cunha, um psicopata que foi apoiado selvagemente pela mídia e pelo PSDB de FHC.
Mas vou lembrar: foi o PSDB que encomendou a Janaína Paschoal o parecer sobre o impeachment que selou a sorte de Dilma. Nele, a acusação eram exatamente as pedaladas.
Em outra entrevista, agora ao Globo, FHC disse que Lula está enterrando sua carreira. Só não digo que FHC deveria olhar para o espelho por uma razão: ele já enterrou a sua há muito tempo.
É um homem totalmente identificado com os interesses da plutocracia. É um réles, um miserável, um desprezível golpista, um Lacerda fantasiado de sociólogo.
Em seu túmulo, deveria ser inscrita a seguinte frase: “O decano do golpe”.
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