Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:
A longa crise brasileira, que alguns consideram que surgiu com as manifestações de junho de 2013, enquanto outros acreditam que foi com o fim das eleições de 2014, ganha contornos definidos, conforme desemboca em um golpe de feições pretensamente legalistas. Não se pode dizer que tudo foi meticulosa e friamente calculado, mas é certo que esses fatores terminaram sendo pedras da arquitetura de uma estratégia golpista com o objetivo de, como fosse, com quem quer que fosse, tirar o PT do governo.
Este foi sempre o objetivo da direita brasileira, desde 2003, da mesma forma que ocorre com outros governos progressistas da região, como em Honduras e no Paraguai: encerrar o ciclo de governos populares, tirar essas forças do governo, da forma que seja possível, restabelecer o modelo neoliberal. É o que aconteceu na Argentina e se passa agora no Brasil.
Houve que acreditasse que as manifestações de 2013 fossem democráticas, que criticavam o PT e o governo desde um ponto de vista de esquerda. Ledo engano: era o começo da onda de desqualificação da política, primeiro passo da ofensiva da direita.
Houve os que, desde a ultra-esquerda, saudassem o final dos governos do PT, seu fracasso, o final do ciclo de governos progressistas na América Latina, como se tivesse chegado a vez da ultra-esquerda. Enorme engano: a alternativa ao PT e aos governos progressistas está na direita. A própria crise demonstrou que a única grande liderança popular no Brasil é a do Lula. Que as grandes manifestações populares tem na CUT seu eixo mais importante.
Houve os que se deixaram levar pela mídia brasileira e acreditaram que o tema central da crise era o da corrupção do PT. Quando a crise se aprofundou e a mídia internacional mandou seus correspondentes, todos, unanimemente, se deram conta de que os corruptos estão do outro lado, são exatamente os golpistas. Que não há nenhuma prova concreta contra Dilma ou contra Lula, enquanto os dirigentes do golpe e mais de 200 parlamentares que votaram por ele são réus de processos de corrupção no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em suma, a longa e profunda crise brasileira é a estratégia da direita para recuperar o governo, e assim atacar os avanços dos últimos quase 13 anos no Brasil.
Atacar o vínculo constitucional de recursos para a educação e a saúde, atacar os direitos dos trabalhadores, atacar o patrimônio das empresas públicas, impor um duríssimo ajuste fiscal, desatar a repressão contra os movimentos populares, estabelecer uma politica internacional de subordinação aos interesses dos EUA – esses os objetivos do golpe branco que foi sendo gestado ao longo dos últimos anos no Brasil.
Tirar o PT do governo e restabelecer o modelo neoliberal, o Estado mínimo e a política externa subordinada aos EUA, assim como os governos do PT tiveram como prioridade a luta contra a desigualdade, o resgate do papel do Estado e a política externa soberana. Esses, os objetivos da longa crise de desestabilização no Brasil.
A esquerda no seu conjunto e todos os movimentos sociais compreenderam muito bem o sentido desse processo e se uniram na defesa da democracia, contra o golpe, conscientes de que o que vem pela frente, como na Argentina, é uma brutal vingança contra o povo e os seus direitos.
Mas independentemente de um golpe militar ou de uma vitória eleitoral, a direita brasileira tem de enfrentar o maior processo de mobilização popular que o pais conheceu com a liderança de Lula, o único com enorme respaldo popular
São tempos de luta, de disputa, de instabilidade, de crise hegemônica profunda. O jogo não acabou, ao contrário, se aprofunda, os enfrentamentos de classe ficaram muito mais visíveis, o Brasil já não será o mesmo depois desta crise. A direita já não se disfarçará de democrática, de civilizada, de reformista, para aparecer como tem sido sempre ao longo das ultimas décadas: neoliberal, corrupta, golpista.
Enquanto a esquerda está comprometida com voltar ao poder para desatar os nós que bloquearam seus governos e levaram ao golpe, principalmente a necessidade de democratização dos meios de comunicação, a quebra da hegemonia econômica do capital especulativo, a reforma do sistema político, entre tantas outras. Essa disputa é a que caracteriza o novo período aberto agora no Brasil.
Este foi sempre o objetivo da direita brasileira, desde 2003, da mesma forma que ocorre com outros governos progressistas da região, como em Honduras e no Paraguai: encerrar o ciclo de governos populares, tirar essas forças do governo, da forma que seja possível, restabelecer o modelo neoliberal. É o que aconteceu na Argentina e se passa agora no Brasil.
Houve que acreditasse que as manifestações de 2013 fossem democráticas, que criticavam o PT e o governo desde um ponto de vista de esquerda. Ledo engano: era o começo da onda de desqualificação da política, primeiro passo da ofensiva da direita.
Houve os que, desde a ultra-esquerda, saudassem o final dos governos do PT, seu fracasso, o final do ciclo de governos progressistas na América Latina, como se tivesse chegado a vez da ultra-esquerda. Enorme engano: a alternativa ao PT e aos governos progressistas está na direita. A própria crise demonstrou que a única grande liderança popular no Brasil é a do Lula. Que as grandes manifestações populares tem na CUT seu eixo mais importante.
Houve os que se deixaram levar pela mídia brasileira e acreditaram que o tema central da crise era o da corrupção do PT. Quando a crise se aprofundou e a mídia internacional mandou seus correspondentes, todos, unanimemente, se deram conta de que os corruptos estão do outro lado, são exatamente os golpistas. Que não há nenhuma prova concreta contra Dilma ou contra Lula, enquanto os dirigentes do golpe e mais de 200 parlamentares que votaram por ele são réus de processos de corrupção no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em suma, a longa e profunda crise brasileira é a estratégia da direita para recuperar o governo, e assim atacar os avanços dos últimos quase 13 anos no Brasil.
Atacar o vínculo constitucional de recursos para a educação e a saúde, atacar os direitos dos trabalhadores, atacar o patrimônio das empresas públicas, impor um duríssimo ajuste fiscal, desatar a repressão contra os movimentos populares, estabelecer uma politica internacional de subordinação aos interesses dos EUA – esses os objetivos do golpe branco que foi sendo gestado ao longo dos últimos anos no Brasil.
Tirar o PT do governo e restabelecer o modelo neoliberal, o Estado mínimo e a política externa subordinada aos EUA, assim como os governos do PT tiveram como prioridade a luta contra a desigualdade, o resgate do papel do Estado e a política externa soberana. Esses, os objetivos da longa crise de desestabilização no Brasil.
A esquerda no seu conjunto e todos os movimentos sociais compreenderam muito bem o sentido desse processo e se uniram na defesa da democracia, contra o golpe, conscientes de que o que vem pela frente, como na Argentina, é uma brutal vingança contra o povo e os seus direitos.
Mas independentemente de um golpe militar ou de uma vitória eleitoral, a direita brasileira tem de enfrentar o maior processo de mobilização popular que o pais conheceu com a liderança de Lula, o único com enorme respaldo popular
São tempos de luta, de disputa, de instabilidade, de crise hegemônica profunda. O jogo não acabou, ao contrário, se aprofunda, os enfrentamentos de classe ficaram muito mais visíveis, o Brasil já não será o mesmo depois desta crise. A direita já não se disfarçará de democrática, de civilizada, de reformista, para aparecer como tem sido sempre ao longo das ultimas décadas: neoliberal, corrupta, golpista.
Enquanto a esquerda está comprometida com voltar ao poder para desatar os nós que bloquearam seus governos e levaram ao golpe, principalmente a necessidade de democratização dos meios de comunicação, a quebra da hegemonia econômica do capital especulativo, a reforma do sistema político, entre tantas outras. Essa disputa é a que caracteriza o novo período aberto agora no Brasil.
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