Por Thiago Cassis, no site da UJS:
Primeiro apareceram protestos contra o horário do jogo. Dez da noite, é de fato, um horário completamente absurdo, que todos que gostam de futebol sempre rejeitaram, pelo simples fato de muitas vezes não ser ´possível voltar para casa a hora que o jogo termina. Mas o importante era o horário da novela, então “Jogo 10 da noite, NÃO!”.
Diversas torcidas e movimentos se uniram a campanha do coletivo “Futebol, Mídia e Democracia”, e o logotipo da campanha invadiu os estádios.
Pouco tempo depois, Fernando Capez, inimigo número um das torcidas organizadas, que proibiu sinalizadores, bandeiras e toda bonita festa que os torcedores faziam no estádios de SP. Foi acusado de desvio de verba de merendas das escolas do estado. A Gaviões da Fiel, e logo depois outras torcidas, levantaram suas faixas questionando “Quem vai prender o ladrão de merendas”, mas também incluíram a Globo nas pautas, criticaram também o jogo às 22h e denunciaram: “Globo manipuladora”.
Gaviões da Fiel e seus protestos em partida desse ano.
Enquanto essa rápida ebulição tomava lugar nas arquibancadas, a democracia brasileira era golpeada pela direita conservadora, contando com amplo apoio da grande mídia. A tentativa de golpe é clara e enfrenta resistência.
E as arquibancadas responderam: “Não vai ter golpe!” e “Globo Golpista”. No dia que marcou a decisão de diversos campeonatos estaduais faixas e bandeiras foram vistas em diversos estádios. Na final do Campeonato Carioca um “ole ole ola, Dilma, Dilma” foi ouvido e a Globo rapidamente tentou abaixar o volume. O que já não surpreende ninguém, a Globo já tomou lado e defende os seus interesses escancaradamente.
Comenta-se que a emissora carioca estaria estudando formas de ocultar os torcedores para não exibir faixas de protesto em jogos exibidos na TV. Mas é tarde demais, os estádios, definitivamente, se tornaram espaços de luta e de demonstrações de resistência. Os torcedores não são bobos e querem por abaixo a Rede Globo.
Confira as imagens de domingo (08) nas decisões regionais pelo Brasil:
Triste ver a esquerda tentando "politizar" uma simples forma de lazer tentando perpetuar o seu mito de "maior dever cívico" do brasileiro. E quem não gosta do futebol que se mate ou saia do país.
ResponderExcluirSe esquecem que o futebol é o mais capitalista dos esportes. Gostaria de saber se a esquerda acha possível o futebol se manter em sua hegemonia sem o controle de cartolas e patrocinadores. Sem esse controle o futebol vai um lazer trivial, reduzir a sua popularidade (que é induzida pela grande mídia direitista, como evidências comprovam) e consequentemente perder o hipnótico mito de "orgulho nacional" que tanto o sustenta.
Está mais do que na hora de abandonarmos a brincadeira e levar a realidade a sério. Pois quem usa brincadeira para pedir direitos nunca vai ser levado a sério por lideranças e autoridades.