terça-feira, 21 de junho de 2016

Cadê a valentia da OAB golpista?

Por Altamiro Borges

Na véspera da sessão de horrores da Câmara Federal que deu a largada ao processo de impeachment de Dilma, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Lamachia, aproveitou os holofotes da mídia para apoiar o "golpe dos corruptos". Numa cena abjeta, que entrará para a história dos traidores da democracia, ele protocolou um "parecer" favorável ao afastamento da governante eleita pela maioria dos brasileiros. Houve até confronto nos corredores do Congresso Nacional e a lambança gerou protestos de inúmeros advogados e juristas. Agora, porém, a "valente" OAB está em silêncio diante das denúncias de corrupção contra o "ministério de notáveis" do Judas Michel Temer.

Em curto espaço de tempo, três ministros já foram defecados - Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência) e Henrique Eduardo Alves (Turismo) - e vários outros estão na linha de tiro. Neste mesmo período, o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, demonstrou em sua "delação premiada" que a cúpula do PMDB tramou o impeachment para "estancar a sangria" das investigações da Operação Lava-Jato, conforme a bombástica gravação da conversa com Romero Jucá, o "homem-forte" de Michel Temer. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a pedir a prisão dos golpistas por "tentativa de obstrução" das apurações. Já a "valente" OAB permaneceu em silêncio!

Também neste período recente cresceu a pressão pela cassação e prisão do correntista suíço Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara Federal e maior artífice do "golpe dos corruptos". Ele foi afastado do cargo e do mandato pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e teve a sua cassação referendada, após várias manobras, pela Comissão de Ética da Câmara dos Deputados. A Justiça também determinou o bloqueio dos seus bens e apreendeu o seu passaporte e o da esposa, Cláudia Cruz, ex-jornalista da TV Globo. Apesar do quase consenso contra o achacador, a "valente" OAB também evitou os holofotes da mídia para criticar o ex-aliado no criminoso processo de impeachment de Dilma.
     
Até agora, o máximo que a entidade - que jogou sua história de luta pela democracia no lixo - fez foi divulgar uma nota de "crítica" aos ministros interinos mencionados na Lava-Jato. Bastante tímida, ela afirma que a entidade "poderá" ir à Justiça caso algum citado vire réu, mas faz questão de realçar que "a OAB torce pelo sucesso do Brasil". Não há qualquer crítica ao "ministério de notáveis" - corruptos - de Michel Temer. Contra Dilma, em que não havia qualquer acusação de crime de responsabilidade, a entidade fez o maior escarcéu, num típico oportunismo midiático. Agora, a "valentia" da Ordem dos Advogados do Brasil foi para o ralo - junto com a sua história. Uma lástima!

A lista dos "notáveis ministros" do Judas Temer

Em tempo: Para ajudar a OAB a recuperar a sua imagem manchada e aviltada, publicamos abaixo a relação dos ministros de Michel Temer já citados em investigações na Justiça. A lista foi elaborada pela insuspeita Folha golpista:

1- Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) - Secretaria de Governo - citado na Lava Jato e em outras investigações

Aparece citado em mensagens de Léo Pinheiro, dono da OAS. Geddel diz que as conversas não mostram irregularidades

2- José Serra (PSDB-SP) - Relações Exteriores - citado na Lava Jato e em outras investigações

Foi listado em planilha de pagamentos da Odebrecht e é alvo de ação que questiona ajuda financeira a bancos pela gestão FHC. Não se manifestou

Aparece em planilhas da Odebrecht de supostos financiamentos a políticos

3- Henrique Alves (PMDB-RN) - Turismo - citado na Lava Jato e em outras investigações

É alvo de dois pedidos de inquérito na Lava Jato. Segundo a Procuradoria, atuou para receber verba desviada da Petrobras em troca de favores para OAS. Ele diz que todas as doações foram legais

4- Osmar Terra (PMDB-RS) - Desenvolvimento Social e Agrário - citado na Lava Jato e em outras investigações

Aparece em planilhas da Odebrecht de supostos financiamentos a políticos

5- Raul Jungmann (PPS-PE) - Defesa - citado na Lava Jato e em outras investigações

Aparece em planilhas da Odebrecht de supostos financiamentos a políticos

6- Bruno Araújo (PSDB-PE) - Cidades - citado na Lava Jato

Foi listado em planilha de pagamentos da Odebrecht, mas nega irregularidades

7- Mendonça Filho (DEM-PE) - Educação - citado na Lava Jato

Foi listado em planilha de pagamentos da Odebrecht, mas nega irregularidades

8- Ricardo Barros (PP-PR) - Saúde - citado na Lava Jato

Aparece em planilhas da Odebrecht de supostos financiamentos a políticos

9- Blairo Maggi (PP-MT) - Agricultura, Pecuária e Abastecimento - citado em outras investigações

Foi citado suposto esquema de lavagem de dinheiro investigado pela Polícia Federal em Mato Grosso

10- Dyogo Oliveira - Planejamento, Desenvolv. e Gestão - citado em outras investigações (Zelotes)

Investigado por suposto esquema de vendas de medidas próvisórias e fraude fiscal

11- Eliseu Padilha (PMDB-RS) - Casa Civil - citado em outras investigações

Aparece em mensagens de Léo Pinheiro, dono da OAS. Ele nega irregularidades

12- Helder Barbalho (PMDB-PA) - Integração Nacional - citado em outras investigações

Foi alvo de ação de improbidade administrativa na Justiça Federal do Pará

13- Gilberto Kassab (PSD-SP) - Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - citado em outras investigações

É alvo de duas ações por improbidade e de duas ações penais por fraude em licitação e ocultação de bens. Diz que sua atuação foi regular

14- Leonardo Picciani (PMDB-RJ) - Esporte - citado em outras investigações

É alvo de uma representação por irregularidades na campanha de 2014. Diz que ação foi indeferida

15- Ronaldo Nogueira de Oliveira (PTB-RS) - Trabalho - citado em outras investigações

Eleito deputado, teve reprovadas as contas referentes à campanha de 2014. Recorreu, e perdeu
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