quinta-feira, 23 de junho de 2016

Temer nomeia “jovem” que agrediu mulheres

Por Altamiro Borges

Tão paparicado pela mídia golpista, o “ministério de notáveis” de Michel Temer é um espanto. Só reúne trastes. É um verdadeiro soco na cara até dos “midiotas” que saíram às ruas para exigir o “Fora Dilma”. Em pouco mais de um mês do governo interino, três ministros já foram defecados após denúncias de corrupção. Outros 12 têm seus nomes citados em vários processos judiciais – quatro deles na midiática Operação Lava-Jato. E quando o time já parecia da pior escória, o Judas ainda nomeia para um cargo no Ministério dos Esportes o dono do “helicoca” – o helicóptero apreendido com quase meia tonelada de pasta de cocaína – e um “jovem” agressor de mulheres para a Secretaria Nacional de Juventude.

Com o título “Secretário nomeado por Temer foi acusado de ameaçar mulher com faca”, a revista Época – que não pode ser acusada de contrária ao “golpe dos corruptos” – posta nesta quarta-feira (22) a ficha corrida do novo integrante do covil. “Nomeado nesta semana secretário nacional de Juventude, Bruno Moreira Santos foi acusado de agressão, ameaça e assédio sexual por duas mulheres. Em um dos Boletins de Ocorrência registrados contra Bruno, sua ex-companheira Vitoria Abreu Alves da Costa diz que ele a agrediu com ‘socos, tapas, chutes e puxões de cabelo, além de ameaçá-la com uma faca’. As informações constam em dois Boletins de Ocorrência registrados em delegacias de Belo Horizonte”.

A reportagem até procurou o novo “notável” – que receberá no cargo o salário de R$ 13.974,20 e foi indicado por presidir a Juventude Nacional do PMDB e ser filho do deputado estadual Cabo Júlio, de Minas Gerais. Num primeiro momento, Bruno Moreira afirmou, na maior caradura e covardia, que não conhecia Vitoria Abreu. “Confrontado com a declaração da própria no documento de que ambos foram cônjuges, o secretário de Juventude reconheceu que manteve um relacionamento com ela por um ano, com quem teve uma filha. Ele negou a agressão, afirmou que não conhecia o Boletim de Ocorrência e que jamais foi intimado sobre o caso”.

Já o outro Boletim de Ocorrência registrado contra o jovem golpista é de setembro de 2015. “Nele, uma mulher que à época era sua subordinada em uma agência do governo de Minas Gerais relata ter sofrido assédio sexual por parte dele. Ela disse que Bruno lhe fazia ‘insistentes propostas de relacionamento, elogiando-a acintosamente, convidando-a para lhe acompanhar em viagens, além de usar termos mais ousados, sempre manifestando o interesse em manter algo mais íntimo com a solicitante’. No Boletim de Ocorrência, a funcionária afirma ainda que as investidas, após as recusas, passaram a vir acompanhadas de ameaças de demissão”.

A vítima do assédio sexual disse que já colocou à disposição da polícia o seu aparelho celular em que há trocas de mensagens com os “convites, elogios e ameaças” feitos por Bruno Moreira. “Procurado pela Época, o secretário nacional de Juventude recém-nomeado disse que também não tem conhecimento do boletim, mas depois disse que as acusações foram feitas depois de ele ter demitido a funcionária. ‘A partir do momento que falei que iria exonerar, ela passou a fazer esse tipo de denúncia em todos os órgãos’, justificou”.

Apesar das acusações e suspeitas, o Judas Michel Temer não vacilou em nomear o apadrinhado político para dirigir uma secretaria que tem como missão “coordenar, integrar e articular as políticas de juventude, além de promover programas de cooperação com organismos nacionais e internacionais, públicos e privados, voltados para o segmento juvenil”. Baita “ministério de notáveis”!

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