Por Tereza Cruvinel, em seu blog:
O impeachment perdeu força no Senado a olhos vistos e a resposta foi imediata: fogo contra Dilma. Como a acusação baseada em pedaladas fiscais e decretos orçamentários sem autorização legislativa foi questionada mundo afora e vem abalando a disposição de voto de senadores decepcionados com os rumos do governo Temer, a nova ofensiva trata de vincular Dilma à Operação Lava Jato. As investigações são estranhas ao processo de impeachment, mas como o “conjunto da obra” é sempre usado para justificar votos, a semana terminou com uma maré de denúncias tentando jogar Dilma no petrolão para acelerar e facilitar o ato final. Algumas delas.
A revista IstoÉ circula neste final de semana com a notícia de que, segundo delação de Marcelo Odebrecht, Dilma teria conversado com ele pessoalmente sobre o pagamento de uma “propina” eleitoral no valor de R$ 12 milhões em 2014. Metade seria para o pagamento do publicitário João Santana, que trabalhou para sua campanha, e metade para o caixa eleitoral do PMDB. “É para pagar”, teria dito Dilma. Até onde se sabe, a delação da Odebrecht ainda está na fase preliminar entre os advogados da empresa e a força tarefa da Lava Jato, que exige a participação de seu pai, Emílio Odebrecht.
Vazamentos da delação premiada de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobrás bancado pelo PMDB, relacionados com Dilma, foram fartamente destacados pela mídia. Ele afirma que ela teria tido pleno conhecimento dos riscos embutidos na compra da refinaria de Pasadena, inclusive das cláusulas do contrato que disse desconhecer. Em segundo plano ficaram informações muito mais graves de Cerveró. Entre elas a de que a construção de uma termelétrica no Rio foi contratada a uma empresa ligada ao filho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O colunista de O Globo Merval Pereira saiu-se com algo mais insólito: o suposto pagamento de despesas pessoais, como a do cabeleireiro pessoal de Dilma, com recursos derivados do esquema do petrolão. Dilma vai processá-lo, bem como ao jornal.
Faltam provas e evidências de tudo isso, e a delação de Marcelo Odebrecht, como dito acima, ainda nem tomou a forma de depoimentos a termo. Não importa. A urgência agora é de evitar a virada de votos no Senado, que pode impedir o bloco golpista de obter os 54 votos para condenar Dilma, cassar seus direitos políticos por oito anos e efetivar Temer na Presidência. E a jato, antecipando o calendário do impeachment para que a votação ocorra sobre o impacto deste novo bombardeio.
Mas como nem tudo neste golpe pode ser controlado, a semana terminou também com as revelações de Sergio Machado, de que pagou R$ 70 milhões em propinas a Renan, Jucá e Sarney, bem como outros valores a outros líderes do PMDB.
A implosão do partido de Temer, que deve ser também alvejado pela delação dos Odebrecht, quando de fato acontecer, alargará o buraco da crise política. Sem falar nos aspectos econômicos, como a contradição brutal entre o discurso de austeridade de Meirelles, os expressivos aumentos concedidos a funcionários públicos para evitar greves e conter o desgaste de Temer e a aprovação da desvinculação das receitas obrigatórias, a DRU, que levará a um encolhimento dos gastos com educação e saúde em 30%.
Nesta marcha batida, como dizem os baianos, em torno do buraco tudo será beirada. Elas podem até engolir Dilma e seu mandato mas engolirão também os pilares podres do sistema partidário e o próprio governo interino. O fogo vai subir muito nos próximos dias.
O impeachment perdeu força no Senado a olhos vistos e a resposta foi imediata: fogo contra Dilma. Como a acusação baseada em pedaladas fiscais e decretos orçamentários sem autorização legislativa foi questionada mundo afora e vem abalando a disposição de voto de senadores decepcionados com os rumos do governo Temer, a nova ofensiva trata de vincular Dilma à Operação Lava Jato. As investigações são estranhas ao processo de impeachment, mas como o “conjunto da obra” é sempre usado para justificar votos, a semana terminou com uma maré de denúncias tentando jogar Dilma no petrolão para acelerar e facilitar o ato final. Algumas delas.
A revista IstoÉ circula neste final de semana com a notícia de que, segundo delação de Marcelo Odebrecht, Dilma teria conversado com ele pessoalmente sobre o pagamento de uma “propina” eleitoral no valor de R$ 12 milhões em 2014. Metade seria para o pagamento do publicitário João Santana, que trabalhou para sua campanha, e metade para o caixa eleitoral do PMDB. “É para pagar”, teria dito Dilma. Até onde se sabe, a delação da Odebrecht ainda está na fase preliminar entre os advogados da empresa e a força tarefa da Lava Jato, que exige a participação de seu pai, Emílio Odebrecht.
Vazamentos da delação premiada de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobrás bancado pelo PMDB, relacionados com Dilma, foram fartamente destacados pela mídia. Ele afirma que ela teria tido pleno conhecimento dos riscos embutidos na compra da refinaria de Pasadena, inclusive das cláusulas do contrato que disse desconhecer. Em segundo plano ficaram informações muito mais graves de Cerveró. Entre elas a de que a construção de uma termelétrica no Rio foi contratada a uma empresa ligada ao filho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O colunista de O Globo Merval Pereira saiu-se com algo mais insólito: o suposto pagamento de despesas pessoais, como a do cabeleireiro pessoal de Dilma, com recursos derivados do esquema do petrolão. Dilma vai processá-lo, bem como ao jornal.
Faltam provas e evidências de tudo isso, e a delação de Marcelo Odebrecht, como dito acima, ainda nem tomou a forma de depoimentos a termo. Não importa. A urgência agora é de evitar a virada de votos no Senado, que pode impedir o bloco golpista de obter os 54 votos para condenar Dilma, cassar seus direitos políticos por oito anos e efetivar Temer na Presidência. E a jato, antecipando o calendário do impeachment para que a votação ocorra sobre o impacto deste novo bombardeio.
Mas como nem tudo neste golpe pode ser controlado, a semana terminou também com as revelações de Sergio Machado, de que pagou R$ 70 milhões em propinas a Renan, Jucá e Sarney, bem como outros valores a outros líderes do PMDB.
A implosão do partido de Temer, que deve ser também alvejado pela delação dos Odebrecht, quando de fato acontecer, alargará o buraco da crise política. Sem falar nos aspectos econômicos, como a contradição brutal entre o discurso de austeridade de Meirelles, os expressivos aumentos concedidos a funcionários públicos para evitar greves e conter o desgaste de Temer e a aprovação da desvinculação das receitas obrigatórias, a DRU, que levará a um encolhimento dos gastos com educação e saúde em 30%.
Nesta marcha batida, como dizem os baianos, em torno do buraco tudo será beirada. Elas podem até engolir Dilma e seu mandato mas engolirão também os pilares podres do sistema partidário e o próprio governo interino. O fogo vai subir muito nos próximos dias.
Um pseudo presidente,interino e provisório,condenado pela lei da Ficha Limpa,é de
ResponderExcluirenvergonhar-nos como País e como seres humanos nele nascidos.Que Deus se apiede de
nós e nos acuda rapidíssimo.Parabéns por este e pelos outros textos,Teresa.