Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:
“A grande mídia apostou tudo no processo de viabilizar Temer, e como isso começa a fazer água, uma pesquisa como essa pode ser útil”, ironizou o diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Cândido Grzybowski, ao ler os resultados da pesquisa de opinião sobre o governo, do Instituto Ipsos, divulgada hoje (26). O percentual dos brasileiros que apoiam o impeachment de Dilma Rousseff vem caindo desde março, quando era de 61%, e continua em queda, revela a pesquisa. Segundo o estudo, o percentual dos que defendem o afastamento da presidenta era 54% em junho e recuou mais seis pontos percentuais, para 48%, em julho.
“As pesquisas de opinião são parte do jogo. Muitas vezes exprimem o senso comum que a mídia ajuda a criar”, diz ainda o diretor do Ibase. Para ele, é compreensível que os dados do instituto mostrem um cenário menos negativo a Dilma, mesmo que ela seja objeto de cobertura hostil da chamada grande imprensa.
A parcela dos que não apoiam o processo de impeachment, por sua vez, cresceu de 28% para 34%. A comparação entre os entrevistados que aprovam Temer ficou estável nos últimos 30 dias. Menos de um quinto (19%) manifestou aprovação ao interino, enquanto o número dos que aprovam Dilma subiu cinco pontos e chegou a 25%.
A queda do número de brasileiros que, segundo a pesquisa da Ipsos, não apoiam o processo impeachment pode se relacionar com a própria agenda do governo interino e a percepção da população sobre isso, avalia Grzybowski. “A agenda de Temer é muito ruim e não atende aos anseios das pessoas. Por exemplo, os anseios sobre corrupção. Foi a mídia que motivou o senso comum burro de que o problema estava unicamente na corrupção. Mas ele não consegue se diferenciar. E a população vê que o governo está comprometido até as orelhas na corrupção”, diz. “De repente o cidadão entende que não tem e não vai ter resposta.”
Os dados do Instituto Ipsos desmentem o jornal Folha de S.Paulo, que publicou resultado parcial do Datafolha, segundo o qual 50% dos entrevistados gostariam que Michel Temer ficasse na presidência até 2018. A pesquisa foi repercutida no Fantástico, da Rede Globo, no domingo 17, com grande destaque, e foi tema da ombudsman da Folha, Paula Cesarino Costa, no último domingo (24) – que comprou a indignação dos leitores contra o jornal da família Frias.
De acordo com a pesquisa da Ipsos, a permanência do presidente interino Michel Temer é considerada a melhor alternativa para o Brasil por apenas 16% dos entrevistados. A maioria da população (52%) quer novas eleições em outubro deste ano. Para 20% dos entrevistados, a melhor opção é a volta de Dilma e o cumprimento de seu mandato até 2018, enquanto 12% não souberam ou não quiseram responder.
Os sites Intercept, dos Estados Unidos, e o brasileiro Tijolaço denunciaram a “farsa” da Folha. Segundo a ombudsman do diário, a semana passada “foi amarga para o Datafolha e para a Folha”. Segundo ela, 62% das mensagens recebidas dos leitores desde quarta-feira (20) “foram críticas e acusações ao jornal”. “Variavam de fraude jornalística e manipulação de resultados a pura e simples má-fé, passando por sonegação de informação e interpretação tendenciosa”.
Paula escreveu que “a questão central está na acusação de o jornal ter omitido, deliberadamente, que a maioria dos entrevistados (62%) pelo Datafolha se disseram favoráveis a novas eleições presidenciais, em cenário provocado pela renúncia de Dilma Rousseff e Michel Temer”.
Enquanto, ao divulgar o estudo de seu instituto, a Folha informou que apenas 3% queriam novas eleições, o Ipsos mostra um dado mais de 17 vezes maior, ao captar que, na verdade, são 52% os brasileiros que desejam novo pleito.
Segundo a pesquisa Ipsos, a gestão do presidente interino é considerada ruim ou péssima por 48% da população. Ela tem 7% de ótimo e bom e 29% o consideram regular. Temer tem 68% de rejeição, contra os 19% de aprovação. Dilma é desaprovada por 71%, ante os 25% que a aprovam.
Para Danilo Cersosimo, diretor de Ipsos, “ainda que a aprovação de Dilma seja maior que a de Temer neste momento, vale lembrar que ambos estão muito mal avaliados”.
Segundo ele, ambos têm índices de desaprovação na casa dos 70%. “Isso se dá pela descrença generalizada da opinião pública em relação aos políticos e aos partidos, conforme mostram nossas pesquisas. Fazendo uma interpretação desses dados, é possível afirmar que há uma desilusão latente junto à política em si.”
Sobre a “seletividade” da mídia contra o governo Dilma, fato reconhecido por setores importantes da imprensa internacional, Cersosimo afirma que “não comentamos pesquisas que não são realizadas pela Ipsos”.
“As pesquisas de opinião são parte do jogo. Muitas vezes exprimem o senso comum que a mídia ajuda a criar”, diz ainda o diretor do Ibase. Para ele, é compreensível que os dados do instituto mostrem um cenário menos negativo a Dilma, mesmo que ela seja objeto de cobertura hostil da chamada grande imprensa.
A parcela dos que não apoiam o processo de impeachment, por sua vez, cresceu de 28% para 34%. A comparação entre os entrevistados que aprovam Temer ficou estável nos últimos 30 dias. Menos de um quinto (19%) manifestou aprovação ao interino, enquanto o número dos que aprovam Dilma subiu cinco pontos e chegou a 25%.
A queda do número de brasileiros que, segundo a pesquisa da Ipsos, não apoiam o processo impeachment pode se relacionar com a própria agenda do governo interino e a percepção da população sobre isso, avalia Grzybowski. “A agenda de Temer é muito ruim e não atende aos anseios das pessoas. Por exemplo, os anseios sobre corrupção. Foi a mídia que motivou o senso comum burro de que o problema estava unicamente na corrupção. Mas ele não consegue se diferenciar. E a população vê que o governo está comprometido até as orelhas na corrupção”, diz. “De repente o cidadão entende que não tem e não vai ter resposta.”
Os dados do Instituto Ipsos desmentem o jornal Folha de S.Paulo, que publicou resultado parcial do Datafolha, segundo o qual 50% dos entrevistados gostariam que Michel Temer ficasse na presidência até 2018. A pesquisa foi repercutida no Fantástico, da Rede Globo, no domingo 17, com grande destaque, e foi tema da ombudsman da Folha, Paula Cesarino Costa, no último domingo (24) – que comprou a indignação dos leitores contra o jornal da família Frias.
De acordo com a pesquisa da Ipsos, a permanência do presidente interino Michel Temer é considerada a melhor alternativa para o Brasil por apenas 16% dos entrevistados. A maioria da população (52%) quer novas eleições em outubro deste ano. Para 20% dos entrevistados, a melhor opção é a volta de Dilma e o cumprimento de seu mandato até 2018, enquanto 12% não souberam ou não quiseram responder.
Os sites Intercept, dos Estados Unidos, e o brasileiro Tijolaço denunciaram a “farsa” da Folha. Segundo a ombudsman do diário, a semana passada “foi amarga para o Datafolha e para a Folha”. Segundo ela, 62% das mensagens recebidas dos leitores desde quarta-feira (20) “foram críticas e acusações ao jornal”. “Variavam de fraude jornalística e manipulação de resultados a pura e simples má-fé, passando por sonegação de informação e interpretação tendenciosa”.
Paula escreveu que “a questão central está na acusação de o jornal ter omitido, deliberadamente, que a maioria dos entrevistados (62%) pelo Datafolha se disseram favoráveis a novas eleições presidenciais, em cenário provocado pela renúncia de Dilma Rousseff e Michel Temer”.
Enquanto, ao divulgar o estudo de seu instituto, a Folha informou que apenas 3% queriam novas eleições, o Ipsos mostra um dado mais de 17 vezes maior, ao captar que, na verdade, são 52% os brasileiros que desejam novo pleito.
Segundo a pesquisa Ipsos, a gestão do presidente interino é considerada ruim ou péssima por 48% da população. Ela tem 7% de ótimo e bom e 29% o consideram regular. Temer tem 68% de rejeição, contra os 19% de aprovação. Dilma é desaprovada por 71%, ante os 25% que a aprovam.
Para Danilo Cersosimo, diretor de Ipsos, “ainda que a aprovação de Dilma seja maior que a de Temer neste momento, vale lembrar que ambos estão muito mal avaliados”.
Segundo ele, ambos têm índices de desaprovação na casa dos 70%. “Isso se dá pela descrença generalizada da opinião pública em relação aos políticos e aos partidos, conforme mostram nossas pesquisas. Fazendo uma interpretação desses dados, é possível afirmar que há uma desilusão latente junto à política em si.”
Sobre a “seletividade” da mídia contra o governo Dilma, fato reconhecido por setores importantes da imprensa internacional, Cersosimo afirma que “não comentamos pesquisas que não são realizadas pela Ipsos”.
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