Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Esta é uma da série das Cartas Abertas aos Golpistas. Futuramente, elas poderão ser reunidas num livro que mostre os rostos do golpe. Desta vez, o destinatário é Otávio Frias Filho, dono da Folha.
Caro Otávio:
Duas passagens recentes sobre você me vem à mente.
A primeira foi sua reação destemperada num seminário em Londres no qual uma jornalista britânica disse que os jornais brasileiros são pesadamente conservadores, a Folha incluída.
Sua vaidade pareceu ferida por ouvir que a Folha, uma jovem progressista nas Diretas Já, é hoje uma velha reacionária.
A segunda passagem é a edição que seu jornal deu ao último Datafolha, neste domingo.
Uma coisa está conectada à outra. Como você quer que a Folha não seja considerada reacionária se você edita de forma tão desonesta os resultados do Datafolha?
A Folha apresentou os números de tal forma que pareceu um triunfo de Temer. O objetivo claro é influenciar os senadores na votação definitiva sobre o impeachment.
O destaque da Folha foi: metade dos brasileiros prefere Temer a Dilma.
Ora, ora, ora.
Caro Otávio: por que não o seguinte. Metade não quer Temer?
Na verdade, o levantamento foi péssimo para Temer, mas seu jornal edulcorou descaradamente.
A informação mais importante era que apenas 14% das pessoas aprovam Temer. É um índice miserável sob qualquer aspecto, e tanto mais num início de administração, quando a tolerância da sociedade é muito maior do que no correr dos dias.
Fora isso, a imprensa vem tratando Temer como um príncipe, o exato oposto do que ocorreu com Dilma. Mesmo assim, 14% apenas?
E isso seu jornal escondeu no meio do texto. Tentou tirar a relevância do número ao dizer que era o mesmo de Dilma às vésperas do impeachment.
A Folha só não lembrou a diferença extraordinária das circunstâncias, como se isso fosse secundário. O nome disso é trapaça. Canalhice jornalística.
Outro dado que foi subestimado, e é estarrecedor, é que um terço das pessoas não sabe quem está no governo. É revelador da pequenez, da insignificância de Temer. Ninguém o enxerga, ainda que ele esteja no Palácio do Planalto.
É um Napoleão às avessas.
Não vou nem falar da forma como Lula foi tratado também no Datafolha. Lula apareceu isolado na liderança em todos os cenários, ainda que sob bombardeio ininterrupto da imprensa e de Moro.
Só que foi posto um “mas” para desqualificar Lula. Mas no segundo turno, e blablablá.
Com Temer não houve o truque do “mas”. Metade dos brasileiros o prefere a Dilma, mas metade o quer fora. Mas um terço sequer o conhece. Mas só 15% o aprovam.
Caro Otávio: você não é apenas um editor reacionário de um jornal reacionário.
É um golpista, como foi seu pai. Este pode ser seu epitáfio, aliás: “Foi um golpista, como o pai”.
Sinceramente.
Paulo
Esta é uma da série das Cartas Abertas aos Golpistas. Futuramente, elas poderão ser reunidas num livro que mostre os rostos do golpe. Desta vez, o destinatário é Otávio Frias Filho, dono da Folha.
Caro Otávio:
Duas passagens recentes sobre você me vem à mente.
A primeira foi sua reação destemperada num seminário em Londres no qual uma jornalista britânica disse que os jornais brasileiros são pesadamente conservadores, a Folha incluída.
Sua vaidade pareceu ferida por ouvir que a Folha, uma jovem progressista nas Diretas Já, é hoje uma velha reacionária.
A segunda passagem é a edição que seu jornal deu ao último Datafolha, neste domingo.
Uma coisa está conectada à outra. Como você quer que a Folha não seja considerada reacionária se você edita de forma tão desonesta os resultados do Datafolha?
A Folha apresentou os números de tal forma que pareceu um triunfo de Temer. O objetivo claro é influenciar os senadores na votação definitiva sobre o impeachment.
O destaque da Folha foi: metade dos brasileiros prefere Temer a Dilma.
Ora, ora, ora.
Caro Otávio: por que não o seguinte. Metade não quer Temer?
Na verdade, o levantamento foi péssimo para Temer, mas seu jornal edulcorou descaradamente.
A informação mais importante era que apenas 14% das pessoas aprovam Temer. É um índice miserável sob qualquer aspecto, e tanto mais num início de administração, quando a tolerância da sociedade é muito maior do que no correr dos dias.
Fora isso, a imprensa vem tratando Temer como um príncipe, o exato oposto do que ocorreu com Dilma. Mesmo assim, 14% apenas?
E isso seu jornal escondeu no meio do texto. Tentou tirar a relevância do número ao dizer que era o mesmo de Dilma às vésperas do impeachment.
A Folha só não lembrou a diferença extraordinária das circunstâncias, como se isso fosse secundário. O nome disso é trapaça. Canalhice jornalística.
Outro dado que foi subestimado, e é estarrecedor, é que um terço das pessoas não sabe quem está no governo. É revelador da pequenez, da insignificância de Temer. Ninguém o enxerga, ainda que ele esteja no Palácio do Planalto.
É um Napoleão às avessas.
Não vou nem falar da forma como Lula foi tratado também no Datafolha. Lula apareceu isolado na liderança em todos os cenários, ainda que sob bombardeio ininterrupto da imprensa e de Moro.
Só que foi posto um “mas” para desqualificar Lula. Mas no segundo turno, e blablablá.
Com Temer não houve o truque do “mas”. Metade dos brasileiros o prefere a Dilma, mas metade o quer fora. Mas um terço sequer o conhece. Mas só 15% o aprovam.
Caro Otávio: você não é apenas um editor reacionário de um jornal reacionário.
É um golpista, como foi seu pai. Este pode ser seu epitáfio, aliás: “Foi um golpista, como o pai”.
Sinceramente.
Paulo
Agora dá para ser um livro. Nada vai ser como 64. Todos tem rostos e agora, não no futuro, sabemos muito bem como são os políticos, a mídia e PRINCIPALMENTE O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, o guardião do golpe.
ResponderExcluirMuito bom,Paulo. Parabens ! Estes dono de jornaloes precisam saber que ha vida inteligente fora de suas insalubres redações.
ResponderExcluir
ResponderExcluirBOMBA! EXTRA! SENSACIONAL! O ‘golpeachment’ mais vagabundo de que se tem notícia cada vez mais fazendo lama!
Perdão aos manguezais!...
Mais um escândalo da Casa Grande do DEMoTucano ‘Aécim Decadelatado Somente no Petrolão Furnas Forever’ “que não virá ao caso”!
O juizeco DEMoTucano da mísera e vulgar primeira instância e (ir)responsável pela gloriosa (sic) ‘Guantánamo da Província do Paraná’ que o diga!
Entenda
$$$$$$$$$$$$$$$$$
EM ALTA
POLITICA AÉCIO NEVES
‘Mamãe disse pra Cleide que vai dar R$ 100 se conseguir 50 votos pro Aécio’, diz filha de empreiteiroPF recuperou mensagens em tom de brincadeira no WhatsApp de Otavio Azevedo, da Andrade Gutierrez, e suas filhas na véspera das eleições presidenciais de 2014 em que o tucano foi derrotado por Dilma
19 Julho 2016 | 11h00
Crime previsto na legislação eleitoral, a compra de votos é motivo de brincadeiras para a família do segundo maior empreiteiro do País, o ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques Azevedo. Em um diálogo no whatsapp com suas filhas no dia 17 de outubro de 2014, a uma semana do segundo turno das eleições presidenciais, ele e sua família, apoiadores públicos da candidatura de Aécio Neves (PSDB) à presidência em 2014, chegam a sugerir, em tom de brincadeira, a compra de votos em favor do tucano.
“Mamãe ligou pra Cleide hoje e disse pra ela que vai dar R$ 100 pra ela caso ela consiga 50 votos pro Aécio!!! kkk”, diz uma das filhas do executivo. Ao que outra responde:
“Eu tenho uma oferta melhor”. Antes de comentar sua “proposta” porém, ela é interrompida por Otávio Azevedo:
“Crime eleitoral, pode impugnar o Aécio se vazar”, diz o pai. A segunda filha, contudo, já havia escrito a mensagem:
“Eu dou R$ 50.000 pra mamãe se ela conseguir fazer a Raquelzinha filha da Constança votar no Aécio!!!”
A CONVERSA DA FAMÍLIA AZEVEDO SOBRE COMPRA DE VOTOS PARA AÉCIO:
(...)
FONTE, pasme: http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/mamae-vai-dar-r-100-pra-cleide-conseguir-votos-pro-aecio-brinca-filha-de-ex-presidente-da-andrade-no-celular/