Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:
Num boteco de São Paulo, a TV ligada trazia um consultor de economia dando dicas para resolver o atoleiro das dívidas. Em torno do aparelho velho, formou-se uma rodinha.
Enquanto isso, um senhor curtido pela idade, trajando boné de um antigo candidato que, hoje, faz campanha em outro plano espiritual, assumiu o papel de comentarista, mumunhando entre os dentes.
Consultor: “Verifique a possibilidade de novas linhas de crédito.''
Voz da experiência: Se o gerente aceitar me dar mais um empréstimo, é um idiota.
“Depois verifique a possibilidade de vender bens.''
Geladeira é velha, o fogão é velho, o sofá é velho. Se vender a TV, não posso assistir o que você tá falando.
“Não conseguindo, cheque com os parentes.''
O meu cunhado nem visita mais a gente por conta do dinheiro que peguei dele e não paguei. Com que cara vou pedir outro? Se ele aceitar, é um idiota como o gerente.
“Empréstimo tendo o 13o como garantia é uma saída.''
Primeiro, um emprego formal para ter 13o seria bom.
Um outro homem, de bigode desbotado, se vira e reclama do mau humor do colega. Fala algo como “não fale de crise, trabalhe'' – frase de caminhoneiro que ninguém em sã consciência teria coragem de usar publicamente, a menos que quisesse passar vergonha e mostrar que sua escolha para qualquer cargo público foi uma péssima ideia.
Ele prontamente retruca.
Eu sei que o homem tá com boa vontade, mas essas dicas não servem pra nós, não. Aqui o problema não é que a gente gasta demais. É que ganha de menos. Aí, não tem jeito.
E depois de um longo gole de média e de afastar o gato malhado que procurava algo que despencasse do balcão, desabafa:
Quero é alguém que explique se dívida passa de pai pra filho quando o pai morre. Se não passar, já tá bom demais.
Moral da história: Não é que o jornalismo da TV estava desconectado da realidade. A realidade é maior, muito maior, que o jornalismo.
Observação: Cuidado, contém sarcasmo.
Num boteco de São Paulo, a TV ligada trazia um consultor de economia dando dicas para resolver o atoleiro das dívidas. Em torno do aparelho velho, formou-se uma rodinha.
Enquanto isso, um senhor curtido pela idade, trajando boné de um antigo candidato que, hoje, faz campanha em outro plano espiritual, assumiu o papel de comentarista, mumunhando entre os dentes.
Consultor: “Verifique a possibilidade de novas linhas de crédito.''
Voz da experiência: Se o gerente aceitar me dar mais um empréstimo, é um idiota.
“Depois verifique a possibilidade de vender bens.''
Geladeira é velha, o fogão é velho, o sofá é velho. Se vender a TV, não posso assistir o que você tá falando.
“Não conseguindo, cheque com os parentes.''
O meu cunhado nem visita mais a gente por conta do dinheiro que peguei dele e não paguei. Com que cara vou pedir outro? Se ele aceitar, é um idiota como o gerente.
“Empréstimo tendo o 13o como garantia é uma saída.''
Primeiro, um emprego formal para ter 13o seria bom.
Um outro homem, de bigode desbotado, se vira e reclama do mau humor do colega. Fala algo como “não fale de crise, trabalhe'' – frase de caminhoneiro que ninguém em sã consciência teria coragem de usar publicamente, a menos que quisesse passar vergonha e mostrar que sua escolha para qualquer cargo público foi uma péssima ideia.
Ele prontamente retruca.
Eu sei que o homem tá com boa vontade, mas essas dicas não servem pra nós, não. Aqui o problema não é que a gente gasta demais. É que ganha de menos. Aí, não tem jeito.
E depois de um longo gole de média e de afastar o gato malhado que procurava algo que despencasse do balcão, desabafa:
Quero é alguém que explique se dívida passa de pai pra filho quando o pai morre. Se não passar, já tá bom demais.
Moral da história: Não é que o jornalismo da TV estava desconectado da realidade. A realidade é maior, muito maior, que o jornalismo.
Observação: Cuidado, contém sarcasmo.
Eu ando de ônibus, culpa minha que não arranjei um marido rico. Bom, mas voltando ao ônibus, uma senhora sentada ao meu lado disse-me que a Dilma estava muito rica, que deu na veja que a fortuna dela saiu até numa revista americana, de tanto que ela roubou. Eu retruquei que era Dilma e Lula até debaixo d água e já fui avisando, se me chamar de petralha, ladrona, etc., vai levar uma na cara. Ela desceu no próximo ponto. Não tenho mais paciência de aturar essa gente.
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