Por Bepe Damasco, em seu blog:
Uma olhadela na TV basta para se constatar que, nas arenas esportivas onde são disputadas as competições dos Jogos Olímpicos do Rio, grande parte da torcida brasileira é formada por gente que bateu panela de forma histérica bradando pelo golpe contra a presidenta Dilma.
Não por acaso o fardamento básico dos torcedores é o mesmo dos que foram às ruas se insurgir contra a democracia: a camisa amarela da CBF, espécie de emblema da corrupção no Brasil.
Também não é à toa que ecoa pelas quadras, campos de futebol, pistas de atletismo, piscinas ou em qualquer lugar que tenha brasileiro disputando medalha, o insuportável hino coxinha: "Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor."
Não que o povão não esteja torcendo para o Brasil. Mas os preços salgados dos ingressos fez com que os brasileiros que sabem incentivar um time, pois foram forjados nas arquibancadas e gerais da vida, acompanhassem os jogos em casa diante da TV ou no boteco com os amigos.
Duro de engolir ainda é a patriotada de locutores e comentaristas. Beira o ridículo ver profissionais abandonando a análise técnica do esporte para se transformarem em histriônicos torcedores. E como gritam, meu Deus! Não raro, venho optando por tirar o som e ficar só com a imagem. Com exceção da ESPN, que ainda mantém alguma sobriedade na cobertura, todas as outras emissoras embarcaram no oba-oba verde e amarelo.
Um exemplo foi a luta de boxe na qual o pugilista baiano Robson Conceição ganhou, merecidamente, a medalha de ouro, ao bater por pontos um lutador francês. Não que eu seja especialista em boxe, mas desde criança vejo as principais lutas, e não é difícil perceber a quantas anda o desenrolar de um confronto.
Pois o locutor, de cuja emissora não lembro, sem a mínimo de equilíbrio e aos berros, via uma luta que simplesmente não existia. Na sua visão turvada pela paixão, o brasileiro massacrava o adversário e a luta mais parecia um passeio no parque, de tão fácil. No ringue, porém, a história era outra : um combate marcado pelo equilíbrio, com leve superioridade para Robson.
Aí vem o resultado: dos três juízes, dois deram a vitória ao brasileiro por apenas um ponto de diferença. E aí o que diz o locutor sobre o descompasso entre tudo que falara durante toda a luta e os números frios do resultado? Nada, vira a página como se nada tivesse acontecido. E tome gritaria ufanista sobre a conquista.
E sempre que um atleta brasileiro de origem humilde sobe ao pódio, superando inúmeras adversidades, a mídia dá início a uma sessão exaltação que dura horas e se prolonga por dias a fio. É como se a Globo abrisse espaços generosos em sua grade de programação para todos os esportes. É como se a Globo estivesse preocupada com a sorte das dezenas de milhões de pobres do país. Puro cinismo.
Está certo que o Fora Temer tem aparecido nas arenas com uma frequência preocupante para os golpistas. Porém, é inegável que a larga maioria da torcida brasileira que vem comparecendo às competições é integrada por dignos representantes do exército de analfabetos políticos que aplaude a destruição da democracia brasileira.
Por isso, dois traços característicos desses midiotas, a intolerância e a falta de educação, têm sido visto nos estádios, na forma de vaias a adversários (até mesmo aos já derrotados) e gritaria durante esportes que dependem de silêncio para que os atletas não tenham quebrada sua concentração.
Ainda bem que não comprei ingresso para jogo nenhum. Aliás, nem de graça aceitaria partilhar algumas horas preciosas do meu tempo com os inimigos do regime democrático, afinal a vida é curta e incerta demais. Prefiro vibrar em casa com as conquistas espetaculares e a simpatia irradiante do carismático Usain Bolt.
Uma olhadela na TV basta para se constatar que, nas arenas esportivas onde são disputadas as competições dos Jogos Olímpicos do Rio, grande parte da torcida brasileira é formada por gente que bateu panela de forma histérica bradando pelo golpe contra a presidenta Dilma.
Não por acaso o fardamento básico dos torcedores é o mesmo dos que foram às ruas se insurgir contra a democracia: a camisa amarela da CBF, espécie de emblema da corrupção no Brasil.
Também não é à toa que ecoa pelas quadras, campos de futebol, pistas de atletismo, piscinas ou em qualquer lugar que tenha brasileiro disputando medalha, o insuportável hino coxinha: "Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor."
Não que o povão não esteja torcendo para o Brasil. Mas os preços salgados dos ingressos fez com que os brasileiros que sabem incentivar um time, pois foram forjados nas arquibancadas e gerais da vida, acompanhassem os jogos em casa diante da TV ou no boteco com os amigos.
Duro de engolir ainda é a patriotada de locutores e comentaristas. Beira o ridículo ver profissionais abandonando a análise técnica do esporte para se transformarem em histriônicos torcedores. E como gritam, meu Deus! Não raro, venho optando por tirar o som e ficar só com a imagem. Com exceção da ESPN, que ainda mantém alguma sobriedade na cobertura, todas as outras emissoras embarcaram no oba-oba verde e amarelo.
Um exemplo foi a luta de boxe na qual o pugilista baiano Robson Conceição ganhou, merecidamente, a medalha de ouro, ao bater por pontos um lutador francês. Não que eu seja especialista em boxe, mas desde criança vejo as principais lutas, e não é difícil perceber a quantas anda o desenrolar de um confronto.
Pois o locutor, de cuja emissora não lembro, sem a mínimo de equilíbrio e aos berros, via uma luta que simplesmente não existia. Na sua visão turvada pela paixão, o brasileiro massacrava o adversário e a luta mais parecia um passeio no parque, de tão fácil. No ringue, porém, a história era outra : um combate marcado pelo equilíbrio, com leve superioridade para Robson.
Aí vem o resultado: dos três juízes, dois deram a vitória ao brasileiro por apenas um ponto de diferença. E aí o que diz o locutor sobre o descompasso entre tudo que falara durante toda a luta e os números frios do resultado? Nada, vira a página como se nada tivesse acontecido. E tome gritaria ufanista sobre a conquista.
E sempre que um atleta brasileiro de origem humilde sobe ao pódio, superando inúmeras adversidades, a mídia dá início a uma sessão exaltação que dura horas e se prolonga por dias a fio. É como se a Globo abrisse espaços generosos em sua grade de programação para todos os esportes. É como se a Globo estivesse preocupada com a sorte das dezenas de milhões de pobres do país. Puro cinismo.
Está certo que o Fora Temer tem aparecido nas arenas com uma frequência preocupante para os golpistas. Porém, é inegável que a larga maioria da torcida brasileira que vem comparecendo às competições é integrada por dignos representantes do exército de analfabetos políticos que aplaude a destruição da democracia brasileira.
Por isso, dois traços característicos desses midiotas, a intolerância e a falta de educação, têm sido visto nos estádios, na forma de vaias a adversários (até mesmo aos já derrotados) e gritaria durante esportes que dependem de silêncio para que os atletas não tenham quebrada sua concentração.
Ainda bem que não comprei ingresso para jogo nenhum. Aliás, nem de graça aceitaria partilhar algumas horas preciosas do meu tempo com os inimigos do regime democrático, afinal a vida é curta e incerta demais. Prefiro vibrar em casa com as conquistas espetaculares e a simpatia irradiante do carismático Usain Bolt.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente: