Por Emir Sader, na Revista do Brasil:
O neoliberalismo foi globalizado e se estendeu por praticamente o mundo inteiro. Em vez de retomar o crescimento, a economia internacional entrou no mais longo e profundo ciclo recessivo da sua história, desde 2008, sem prazo para terminar.
A ordem norte-americana se impôs no mundo, e o que se estendeu não foi a paz, mas as mais distintas formas de guerra, o aprofundamento de conflitos bélicos e seu surgimento em zonas onde antes não existiam. O Oriente Médio só viu multiplicar as áreas de guerra, nenhum conflito foi resolvido, os Estados Unidos não conseguiram sequer sair do Iraque e do Afeganistão, e passaram a atuar na Síria. O mundo se tornou mais recessivo economicamente e mais violento politicamente. É esse o resultado da paz americana.
Na América Latina, o aliado histórico de Washington, o México, é a maior tragédia do continente. Foi dos poucos países cuja situação social não melhorou. O narcotráfico devasta o país, corredor de chegada das drogas ao território norte-americano. Os governos se sucedem com desgaste e desprestígio. O balanço dos 20 anos de tratado de livre comércio com Estados Unidos e Canadá só trouxe benefícios para os vizinhos do norte – o México só perdeu. A América Central se sente abandonada, igualmente devastada pelo corredor das drogas.
O “império” perdeu qualquer capacidade de direção política do mundo, apesar de ser a única potência global, que tem interesses – ou os cria – em qualquer região do mundo. Sua inquestionável superioridade militar não se traduz em forca política. Sua economia perde cada vez mais dinamismo e mergulha no longo ciclo recessivo.
As forças que apontam para um futuro distinto são outras, com os Brics em primeiro lugar, em escala mundial, e os processos de integração regional na América Latina em segundo. São forças de resistência à pax americana, fundadas na cooperação, na retomada do desenvolvimento, no combate às desigualdades, na solução negociada dos conflitos internacionais.
O Brasil estava plenamente alinhado com essas forças, até o golpe. Caso este se consolide, estará vinculado às forcas mais conservadoras do mundo, na América Latina e no plano internacional. Será mais conveniente a essa política a vitória de Donald Trump, como teria sido a dos golpistas na Turquia e das forças que intensificam os conflitos bélicos, em vez de buscar o diálogo e a paz.
A pax americana trouxe mais guerras e mais recessão, mais terrorismo e mais desigualdade. E quer se instalar de modo mais intenso no Brasil, que caminharia na contramão nas necessidades do planeta. A construção de um mundo multipolar é o caminho da paz e do desenvolvimento com direitos sociais.
Terminada a Guerra Fria, os Estados Unidos puderam impor sua ordem ao mundo. O que deveria ser uma época da pax americana virou uma nova era de convulsões, tanto econômicas como bélicas. Sem o campo soviético, os Estados Unidos puderam impor sua hegemonia, mas o que surgiu foi um mundo de guerras, terrorismo e violência ainda maiores.
O neoliberalismo foi globalizado e se estendeu por praticamente o mundo inteiro. Em vez de retomar o crescimento, a economia internacional entrou no mais longo e profundo ciclo recessivo da sua história, desde 2008, sem prazo para terminar.
A ordem norte-americana se impôs no mundo, e o que se estendeu não foi a paz, mas as mais distintas formas de guerra, o aprofundamento de conflitos bélicos e seu surgimento em zonas onde antes não existiam. O Oriente Médio só viu multiplicar as áreas de guerra, nenhum conflito foi resolvido, os Estados Unidos não conseguiram sequer sair do Iraque e do Afeganistão, e passaram a atuar na Síria. O mundo se tornou mais recessivo economicamente e mais violento politicamente. É esse o resultado da paz americana.
Na América Latina, o aliado histórico de Washington, o México, é a maior tragédia do continente. Foi dos poucos países cuja situação social não melhorou. O narcotráfico devasta o país, corredor de chegada das drogas ao território norte-americano. Os governos se sucedem com desgaste e desprestígio. O balanço dos 20 anos de tratado de livre comércio com Estados Unidos e Canadá só trouxe benefícios para os vizinhos do norte – o México só perdeu. A América Central se sente abandonada, igualmente devastada pelo corredor das drogas.
O “império” perdeu qualquer capacidade de direção política do mundo, apesar de ser a única potência global, que tem interesses – ou os cria – em qualquer região do mundo. Sua inquestionável superioridade militar não se traduz em forca política. Sua economia perde cada vez mais dinamismo e mergulha no longo ciclo recessivo.
As forças que apontam para um futuro distinto são outras, com os Brics em primeiro lugar, em escala mundial, e os processos de integração regional na América Latina em segundo. São forças de resistência à pax americana, fundadas na cooperação, na retomada do desenvolvimento, no combate às desigualdades, na solução negociada dos conflitos internacionais.
O Brasil estava plenamente alinhado com essas forças, até o golpe. Caso este se consolide, estará vinculado às forcas mais conservadoras do mundo, na América Latina e no plano internacional. Será mais conveniente a essa política a vitória de Donald Trump, como teria sido a dos golpistas na Turquia e das forças que intensificam os conflitos bélicos, em vez de buscar o diálogo e a paz.
A pax americana trouxe mais guerras e mais recessão, mais terrorismo e mais desigualdade. E quer se instalar de modo mais intenso no Brasil, que caminharia na contramão nas necessidades do planeta. A construção de um mundo multipolar é o caminho da paz e do desenvolvimento com direitos sociais.
Leitura recomendável:
ResponderExcluirhttp://sakerlatam.es/politica/thierry-meyssan-a-ned-vitrina-legal-da-cia/
E o caos avança sob o comando dessa politica estadunidense!
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