Por João Guilherme Vargas Netto
O jornal O Globo em suas quatro páginas do “encarte” – E agora, Brasil? – na edição da quinta-feira, (28), rasgou ou rasurou os “Princípios editoriais das Organizações Globo”, solenemente apresentados aos leitores em 7 de agosto de 2011, assinados pelos três Marinhos.
Explico-me.
No “encarte”, o jornal editou o segundo encontro da série, realizado na terça-feira na Maison de France e promovido com o apoio da Confederação Nacional do Comércio.
O tema era a reforma da legislação trabalhista e os dois especialistas convidados – José Pastore e José Marcio Camargo – foram mediados pelos colunistas Merval Pereira e Miriam Leitão. Participou dos debates o “time de colunistas e editores de O Globo”, ou seja, os principais dirigentes responsáveis da edição do jornal.
De acordo com os especialistas foram destacados os “pontos (que) não podem faltar na reforma trabalhista”: terceirização, hora extra, arbitragem, demissões e justiça trabalhista. O encadeamento das posições e sua parcialidade foram espantosos. Basta mencionar, para esclarecimento, algumas das manchetes do “encarte”: “Mudar CLT vai ajudar o país a crescer”, “Justiça concentra negociação”, “Os absurdos que ainda sobrevivem na CLT”, “Terceirizar a produção é processo sem volta na economia” e “Empresários apontam urgência de reforma das leis”. Dois boxes afirmavam que o governo estuda privilegiar acordos e que a reforma na França é modelo. A cobertura fotográfica destacava os figurões presentes e a plateia acomodados elegantemente em mesas no ambiente faustoso.
O que o evento fez foi orientar o estado-maior da redação em uma única direção para que ele, por sua vez, determine as pautas de trabalho para os profissionais. Foi criado um “manual de redação” ideológico que diminuirá a necessidade de uso de coleiras e chibatas no dia a dia. Operação de pensamento único típico, já que não se cogitou o contraditório, escamoteado pelo “saber” dos especialistas, que têm lado reconhecido.
O Globo prevê grandes batalhas na reforma trabalhista, a serem travadas entre os trabalhadores, os empresários e o governo e procura “fazer a cabeça” daqueles que a seu serviço travarão a luta da informação; lava a jato cerebral.
Comparem tudo isto com: “O veículo cujo objetivo central seja convencer, atrair adeptos, defender uma causa, faz propaganda. (...) As Organizações Globo terão sempre e apenas veículos cuja proposta seja conhecer, produzir conhecimento, informar. (...) Mas, se de fato o objetivo do veículo for conhecer, informar, haverá um esforço consciente para que sua opinião seja contradita por outras e para que haja colunistas, articulistas e analistas de várias tendências”.
Estes são alguns princípios editoriais das Organizações Globo que o convescote da terça-feira e o “encarte” da quinta-feira rasgaram ou rasuraram.
O jornal O Globo em suas quatro páginas do “encarte” – E agora, Brasil? – na edição da quinta-feira, (28), rasgou ou rasurou os “Princípios editoriais das Organizações Globo”, solenemente apresentados aos leitores em 7 de agosto de 2011, assinados pelos três Marinhos.
Explico-me.
No “encarte”, o jornal editou o segundo encontro da série, realizado na terça-feira na Maison de France e promovido com o apoio da Confederação Nacional do Comércio.
O tema era a reforma da legislação trabalhista e os dois especialistas convidados – José Pastore e José Marcio Camargo – foram mediados pelos colunistas Merval Pereira e Miriam Leitão. Participou dos debates o “time de colunistas e editores de O Globo”, ou seja, os principais dirigentes responsáveis da edição do jornal.
De acordo com os especialistas foram destacados os “pontos (que) não podem faltar na reforma trabalhista”: terceirização, hora extra, arbitragem, demissões e justiça trabalhista. O encadeamento das posições e sua parcialidade foram espantosos. Basta mencionar, para esclarecimento, algumas das manchetes do “encarte”: “Mudar CLT vai ajudar o país a crescer”, “Justiça concentra negociação”, “Os absurdos que ainda sobrevivem na CLT”, “Terceirizar a produção é processo sem volta na economia” e “Empresários apontam urgência de reforma das leis”. Dois boxes afirmavam que o governo estuda privilegiar acordos e que a reforma na França é modelo. A cobertura fotográfica destacava os figurões presentes e a plateia acomodados elegantemente em mesas no ambiente faustoso.
O que o evento fez foi orientar o estado-maior da redação em uma única direção para que ele, por sua vez, determine as pautas de trabalho para os profissionais. Foi criado um “manual de redação” ideológico que diminuirá a necessidade de uso de coleiras e chibatas no dia a dia. Operação de pensamento único típico, já que não se cogitou o contraditório, escamoteado pelo “saber” dos especialistas, que têm lado reconhecido.
O Globo prevê grandes batalhas na reforma trabalhista, a serem travadas entre os trabalhadores, os empresários e o governo e procura “fazer a cabeça” daqueles que a seu serviço travarão a luta da informação; lava a jato cerebral.
Comparem tudo isto com: “O veículo cujo objetivo central seja convencer, atrair adeptos, defender uma causa, faz propaganda. (...) As Organizações Globo terão sempre e apenas veículos cuja proposta seja conhecer, produzir conhecimento, informar. (...) Mas, se de fato o objetivo do veículo for conhecer, informar, haverá um esforço consciente para que sua opinião seja contradita por outras e para que haja colunistas, articulistas e analistas de várias tendências”.
Estes são alguns princípios editoriais das Organizações Globo que o convescote da terça-feira e o “encarte” da quinta-feira rasgaram ou rasuraram.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente: