Por Altamiro Borges
Ainda segundo a matéria, "o Ministério da Educação afirma que o programa está em execução, mas prefeituras e governos estaduais relatam um bloqueio no sistema da pasta que impede o cadastro de alunos - o que inviabiliza o início de novas turmas. A interrupção do programa foi confirmada pelo ministério a uma cidadã que o questionou sobre o tema por meio da Lei de Acesso à Informação. 'Até o momento não há previsão de reabertura do Sistema Brasil Alfabetizado para ativação das novas turmas', respondeu, em junho, a pasta chefiada pelo ministro Mendonça Filho (DEM)".
O chefão dos demos, deputado por Pernambuco, parece não estar preocupado com as consequências desta maldade para a população do Nordeste - que concentra 54% dos analfabetos do país. "Sete dos nove Estados da região relataram expressiva queda de atendimento desde o bloqueio do programa e, nos piores casos, o fim dos cursos de alfabetização. 'Começamos a inserir os nomes dos alunos em maio, mas, no início de junho, o MEC avisou que o sistema tinha sido fechado', diz Tereza Neuma, diretora de políticas de Educação de Alagoas. 'As aulas começariam em setembro, mas suspendemos o processo após o bloqueio, em junho", afirma Janyze Feitosa, gestora do programa em Pernambuco".
“Começamos a inserir os nomes dos alunos em maio, mas, no início de junho, o MEC avisou que o sistema tinha sido fechado”, diz Tereza Neuma, diretora de políticas de Educação de Alagoas.
Chega a doer ouvir o seu sotaque nordestino justificar, em latim, a sua opção por Temer.
Não há no mundo nenhuma língua, viva ou morta, capaz de traduzir o seu papel com uma palavra melhor do que traidor.
Traidor da Educação, dos analfabetos, dos nordestinos, da democracia, do Brasil.
Seria melhor se fosse apenas um covarde.
Mereceria até manchete, mas virou chamada na parte inferior da capa da Folha deste domingo (28): "Governo Temer suspende programa nacional de combate ao analfabetismo". A reportagem interna, assinada pela repórter Angela Pinho. até critica a maldade do golpista. "Com uma das piores taxas de analfabetismo da América do Sul e sem cumprir compromissos internacionais na área, o Brasil interrompeu o programa federal que ensina jovens e adultos a ler e escrever. Ao todo, 13 milhões no país não sabem decifrar nem um bilhete simples, o equivalente a 8,3% da população com 15 anos ou mais. Esse contingente era alvo do Brasil Alfabetizado, executado por Estados e municípios com verba do governo federal", enfatiza a jornalista na abertura do texto.
Ainda segundo a matéria, "o Ministério da Educação afirma que o programa está em execução, mas prefeituras e governos estaduais relatam um bloqueio no sistema da pasta que impede o cadastro de alunos - o que inviabiliza o início de novas turmas. A interrupção do programa foi confirmada pelo ministério a uma cidadã que o questionou sobre o tema por meio da Lei de Acesso à Informação. 'Até o momento não há previsão de reabertura do Sistema Brasil Alfabetizado para ativação das novas turmas', respondeu, em junho, a pasta chefiada pelo ministro Mendonça Filho (DEM)".
O chefão dos demos, deputado por Pernambuco, parece não estar preocupado com as consequências desta maldade para a população do Nordeste - que concentra 54% dos analfabetos do país. "Sete dos nove Estados da região relataram expressiva queda de atendimento desde o bloqueio do programa e, nos piores casos, o fim dos cursos de alfabetização. 'Começamos a inserir os nomes dos alunos em maio, mas, no início de junho, o MEC avisou que o sistema tinha sido fechado', diz Tereza Neuma, diretora de políticas de Educação de Alagoas. 'As aulas começariam em setembro, mas suspendemos o processo após o bloqueio, em junho", afirma Janyze Feitosa, gestora do programa em Pernambuco".
O programa Brasil Alfabetizado foi criado em 2003, no início da primeira gestão do presidente Lula e é elogiado, até em fóruns internacionais, por sua dimensão e capilaridade. Um estudo recente aponta uma taxa de alfabetização de 47% a 56% dos alunos. A matéria da Folha, até por sua obsessão contra as gestões petistas, optou por destacar as suas debilidades. Mesmo assim, ela não deixou de apontar o crime cometido pelo "interino" Michel Temer ao suspender o Brasil Alfabetizado. Já Fernando Brito, do blog Tijolaço, foi mais incisivo e irônico ao condenar o desmonte do programa. Vale conferir:
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Homenagem a Cristovam: Temer suspende programa Brasil Alfabetizado
Assisti, com imensa tristeza, o papel desprezível de Cristovam Buarque, ontem, na inquirição das testemunhas no Senado.
Sinceramente, teria preferido se o senador tivesse, simplesmente, se escafedido até a hora de consumar seu gesto mesquinho de votar pela quebra da legalidade democrática apenas por seus rancores em relação ao PT, ao qual ele pertenceu e eu não.
Mas Cristovam não é apenas um covarde.
É alguém que quer glorificar sua pequenez.
Conseguiu.
In dubio pro societas, na dúvida favoreça-se a sociedade, disse ele na afetação intelectual com que a sordidez maquia-se.
A Folha de hoje grava sua testa a marca da traição ao que dizia ser.
A suspensão do Programa Brasil Alfabetizado, decretada por Michel Temer e executada pelo ministro que ocupa a pasta da Educação - não é possível chamar Mendonça Filho de ministro da Educação, perdoem - é o estigma de Caim, a merecida homenagem ao sub-Alexandre Frota que Buarque se tornou.
Já minguante por conta dos cortes orçamentários que tomaram, no cérebro do senador, o papel de prioridade que ele dizia dar à Educação, foi totalmente interrompido, diz o jornal:
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Assisti, com imensa tristeza, o papel desprezível de Cristovam Buarque, ontem, na inquirição das testemunhas no Senado.
Sinceramente, teria preferido se o senador tivesse, simplesmente, se escafedido até a hora de consumar seu gesto mesquinho de votar pela quebra da legalidade democrática apenas por seus rancores em relação ao PT, ao qual ele pertenceu e eu não.
Mas Cristovam não é apenas um covarde.
É alguém que quer glorificar sua pequenez.
Conseguiu.
In dubio pro societas, na dúvida favoreça-se a sociedade, disse ele na afetação intelectual com que a sordidez maquia-se.
A Folha de hoje grava sua testa a marca da traição ao que dizia ser.
A suspensão do Programa Brasil Alfabetizado, decretada por Michel Temer e executada pelo ministro que ocupa a pasta da Educação - não é possível chamar Mendonça Filho de ministro da Educação, perdoem - é o estigma de Caim, a merecida homenagem ao sub-Alexandre Frota que Buarque se tornou.
Já minguante por conta dos cortes orçamentários que tomaram, no cérebro do senador, o papel de prioridade que ele dizia dar à Educação, foi totalmente interrompido, diz o jornal:
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“Começamos a inserir os nomes dos alunos em maio, mas, no início de junho, o MEC avisou que o sistema tinha sido fechado”, diz Tereza Neuma, diretora de políticas de Educação de Alagoas.
“As aulas começariam em setembro, mas suspendemos o processo após o bloqueio, em junho”, afirma Janyze Feitosa, gestora local do programa em Pernambuco.
“Em 2016, devido à suspensão do Programa Brasil Alfabetizado pelo MEC, as atividades letivas ainda não tiveram inicio”, disse a secretaria de Educação do Ceará.
Os governos de Piauí, Rio Grande do Norte e Bahia também relataram redução e descontinuidades dessa ação.
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Chega a doer ouvir o seu sotaque nordestino justificar, em latim, a sua opção por Temer.
Não há no mundo nenhuma língua, viva ou morta, capaz de traduzir o seu papel com uma palavra melhor do que traidor.
Traidor da Educação, dos analfabetos, dos nordestinos, da democracia, do Brasil.
Seria melhor se fosse apenas um covarde.
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